sábado, 19 de julho de 2014

BLAZE BAYLEY - Bergen Garage - 28.06.2014

Por Anmeldt av J. Nepper

Após o desempenho glorioso e cativante do Iron Maiden em Koengen em Bergen em 28 de junho, outro evento relacionado ao Iron Maiden teve lugar no Garage. O ex-vocalista do Iron Maiden, BLAZE BAYLEY foi programado para executar alguns das canções de destaque que levam a sua assinatura nos dois álbuns que ele fez parte, "The X Factor" (1995) e "Virtual XI" (1998). Uma banda tributo chamada Maidenheads subiu ao palco antes de BLAZE e executou um monte de músicas do Maiden que nunca ou raramente são tocadas ao vivo, o que é uma coisa muito legal na minha opinião. Canções como "Alexandre, the Great", "Flight of Icarus" e "Bring Your Daughter ... To the Slaughter" foram bem recebidas pela audiência que se divertiu muito.
 Às 01h45 Blaze Bayley e seus companheiros de banda tomaram a cena e já entraram tocando "Lord of the Flies", e lá fomos nós.  Foi um começo muito bom e sua voz estava forte e em expansiva. Um dos destaques da noite veio em seguida, mais especificamente "Judgement of Heaven". "Futureal", "Sign of the Cross", "Blood on the World's Hands" e "Virus", tudo soando poderoso e pesado pra caralho. " Sign of the Cross ", em particular detonou!
Em seguida, foram executados alguns clássicos do Iron Maiden: "Wasted Years", " The Evil That Men Do ", "The Trooper", "The Clansman" e "Fear of the Dark". Duas das músicas favoritas do Iron Maiden da  minha esposa são "The Trooper" e "Fear of the Dark", e como ela apontou, com razão, soaram incríveis na noite passada e BLAZE cantava muito bem em nossa opinião. Se você não acreditar em nós, você é um idiota!
"The Clansman" sempre cai bem ao vivo na minha opinião, e eu poderia dizer a mesma coisa de "Man on the Edge", que veio no final do show e foi inacreditável. O show terminou exatamente às 03:00 e nós, tínhamos que ir embora do Garage, mas em vez de voltar para seu camarim BLAZE nos disse que ele iria autografar qualquer coisa e posar para fotos com os fãs do lado de fora do local, na rua! Se isso não é dedicação, então o que é? Ele foi muito legal e educado, e conhecê-lo e conversar com ele do lado de fora, depois do show foi a maneira perfeita de terminar uma grande noite.

Set List:

Lord of the Flies
Judgement of Heaven
Futureal
Sign of the Cross
Blood on the World's Hands
Virus
Wasted Years
The Evil That Men Do
The Trooper
The Clansman
Fear of the Dark
Man on the Edge
Encore:
Iron Maiden
 


sábado, 12 de julho de 2014

Wolfsbane: Save the World

Por Rafael Sartori (Redação TDM)

Todo mundo ouviu falar do Wolfsbane como a ex-banda de Blaze Bayley, na época em que o vocalista se juntou ao Iron Maiden. Depois de sua controversa passagem pela turma de Steve Harris, ele conseguiu relativa repercussão com o projeto Blaze e, só agora, voltou à antiga casa.

Já fazia algum tempo que o Wolfsbane ensaiava seu retorno, formalizado agora com o inédito “Save the World”. Felizmente a formação original foi mantida e, por ter ficado na banda de 1984 até 1994, é de esperar que Blaze ainda tenha entrosamento e amizade com os integrantes do grupo. E basta o disco começar a tocar para isso ficar nítido.

A sonoridade é diferente da que estamos acostumados a ouvir do vocalista - geralmente sério, carrancudo e sombrio. Ele até tem motivos para parecer assim, levando em conta todos os sérios problemas pessoais e profissionais que teve durante sua trajetória. Aqui, no entanto, existe um toque todo especial de humor. O trabalho é, acredite, bastante animado e divertido.

O repertório tem ótimas melodias e refrãos de Hard Rock, com riffs mais pesados e puxados para o Heavy Metal. E a voz de Blaze se encaixa muito bem nessa proposta sendo que sua performance é um dos pontos altos do disco.

Embora “Save the World” seja um álbum consistente e muito bem feito, ele passa uma sensação de que o próprio grupo não se leva tão a sério, o que é uma boa qualidade. Quem ouvir o trabalho com esse mesmo espírito vai aproveitar, e muito.

Veja o vídeo não oficial de “Smoke and Red Light”:


01. Blue Sky
02. Teacher
03. Buy My Pain
04. Starlight
05. Smoke and Red Light
06. Illusion of Love
07. Live Before I Die
08. Who Are You Now?
09. Everybody's Looking For Something
10. Child of the Sun
11. Did It for the Money!

Publicado originalmente no Território da Música.

sábado, 7 de junho de 2014

Blaze Bayley - Sweden Rock Festival [Atualizado!]


 SWEDEN ROCK FESTIVAL - Sölvesborg, Suécia (04 a 07/06/2014)


A edição deste ano de um dos maiores festival de música do mundo, o Sweden Rock Festival, começou no último dia 4 de junho, em Sölvesborg, na Suécia. Neste primeiro dia, bandas como Magnum, Queensrÿche e Crowbar, além de um “duelo” entre os ex-vocalistas do Iron Maiden, Blaze Bayley e Paul Di’Anno se apresentaram no festival.

DI'ANNO vs BLAZE (Horário de apresentação: 22:30 - 23:45)
Set List de Blaze:

Lord of The Flies
Futureal
Sign of The Cross
The Clansman
Man On The Edge

Set List de Paul Di´Anno:
Sanctuary
Wrathchild
Remember Tomorrow (D)
Killers
Phantom of The Opera
Transylvania

Blaze Bayley e Paul Di’Anno:
Running Free
Iron Maiden 

Confira abaixo uma entrevista feita para o site Rocknytts.net, realizado antes da apresentação dos dois vocalistas, e fotos da apresentação de Blaze Bayley:



Os ex-vocalistas do Iron Maiden, Paul Di'Anno e Blaze Bayley, se uniram para oferecer conjuntamente um pacote de heavy metal de primeira à audiência. Paul Di'Anno cantou no Iron Maiden de 1978 a 1981, e cantou nos dois primeiros álbuns da banda, o álbum de estréia auto-intitulado e sua sequência, "Killers", enquanto Blaze Bayley cantou  de 1994 – 1999, nos CDs "X Factor" e "Virtual XI". Juntos, eles tocam no Sweden Rock Festival, no dia 04 de junho e, portanto, foi adequado ao repórter Jesper Bergkvist (Rocknytts.net) entrevistar estas duas lendas do rock.



Rocknytts.net: Tendo em conta que vocês estão em turnê juntos como "Paul Di'Anno VS Blaze Bayley" é bastante óbvio que o fator comum é que ambos foram vocalistas no Iron Maiden. O que podemos esperar de seus setlists, vocês vão se concentrar em material solo, clássicos do Maiden ou vocês irão misturar músicas?


BLAZE: Eu gosto de tocar todas as minhas músicas do Maiden nesses tipos de tour. "Judgement of Heaven" é uma canção que eu nunca toquei ao vivo com o Maiden, por isso está sempre no meu setlist para este tipo de show, e também "The Clansman". Quando estou em minha própria turnê, toco principalmente as músicas do meu último álbum " Soundtracks of my Life ".

PAUL: Meus sets são uma mistura de minhas próprias músicas e canções da fase solo. Atualmente ele é um pouco menos voltado ao Iron Maiden, mas os fãs têm sugerido que devemos tocar mais das minhas músicas, por isso vamos tocar alguns dos materiais do Maiden.

Rocknytts.net: Quem teve a idéia de juntar vocês em uma tour,  e quão bem você se conheceram antes de começarem a discutir isso?

BLAZE: Eu conhecia Paul bem antes de começarmos a tour juntos. Acho que foi de Paul a idéia. Nós realmente desfrutamos esses shows. É muito divertido e é uma ruptura bem-vinda em minhas longas turnês solo.

PAUL: Eu e Blaze fizemos uma tour pela Rússia, Austrália, Nova Zelândia e Europa juntos e ainda um monte de shows em festivais juntos. Eu não estou totalmente certo de quem foi a idéia, mas eu acho que foi de minha manager Lea Hart.

Rocknytts.net: Vocês tocaram muito na Suécia e, recentemente, vocês tiveram uma banda de apoio norueguesa com vocês. Como é que vocês escolheram esses caras?

BLAZE: Eles são músicos muito bons e muito divertido trabalhar com eles. É bom trabalhar com músicos diferentes, pois isso faz com que as músicas fiquem sempre frescas.

PAUL: Eu tenho tocado com os meus amigos noruegueses por um longo tempo e, além disso, somos bons amigos, que será perfeito para Sweden Rock! E não podemos esquecer o cara mais importante na nossa equipe, meu velho amigo Michael "The Swedish Rosa Viking" que sempre consegue me fazer feliz e me deixar de bom humor.

Rocknytts.net: Blaze, algum tempo atrás, você lançou a coletânea "Soundtracks of my Life", que consistia principalmente de músicas de sua carreira solo, mas também continha uma regravação de "The Clansman". De todas as músicas que você gravou durante o seu tempo em Iron Maiden, como é que apenas "The Clansman" acabou no álbum?

BLAZE: A maneira que eu toco "The Clansman" agora é muito diferente de como eu cantava há 16 anos, quando gravei o Virtual XI. Sou independente e livre de grandes gravadoras e managers. Minha esposa é minha empresária, e eu produzo meus álbuns como um artista underground e um nome desconhecido para as massas. "The Clansman" tornou-se uma parte de mim e a letra fica mais pessoal quando eu a canto para os fãs.

Rocknytts.net: Enquanto você estão em turnê juntos, como ficará a ordem dos vocalistas? Quem tocará primeiro? Vocês estão executando algumas músicas juntos? Vocês irão ter uma banda de apoio comum? Que tipo de estrutura o público pode esperar para ver?

BLAZE: Bem, o que Paul decidir estará bem para mim, mas eu prefiro tocar primeiro para que eu possa passar mais tempo com os meus fãs, autografar e tirar fotos com eles e agradecer-lhes por todo o apoio maravilhoso que me dão. Tenho a sorte que pode ser cantor de metal profissional e são os fãs que fizeram isso possível para mim.

PAUL: Meus amigos noruegueses vão tocar com ambos... Traidores do caralho, haha! Mas eles são bons rapazes que tocam tanto quanto as  minhas músicas e as de Blaze com convicção.

Rocknytts.net: E por último mas não menos importante, o que vocês esperam do público no Sweden Rock Festival?

BLAZE: Primeiro, eu espero que eles hajam como verdadeiros escandinavos lá, em segundo lugar, eu espero deles um headbanging completamente insano! E em terceiro lugar, não importa o que aconteça que haja muita diversão!! Abraço a todos!

PAUL: Eu nunca espero nada, exceto que eu vou fazer o que eu faço melhor no dia, e espero que o público goste. Eu sempre tive uma forte base de fãs na Suécia, então eu espero que tudo corra bem no dia. Heavy Metal caralho! Horns up, motherfuckers!














Assista abaixo um vídeo contendo a apresentação de BLAZE no Sweden Rock Festival 2014:

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Discos Injustiçados: Iron Maiden - The X-Factor

Por Ronaldo Costa (Colecionador)


“Pronto, só faltava essa. Já estava demorando até alguém querer falar bem desse disco. Deve ser mais um fã cego querendo arrumar justificativa pra tudo o que o Maiden faz. Será que o sujeito que escreveu esse texto não tem nada melhor a fazer do que ficar procurando cabelo em ovo ou tentando explicar o inexplicável?”.

Eu imagino que muitos dos que passarem o olho nessa matéria já estarão pensando assim a essa altura. Dos que ainda não estão, alguns vão fazê-lo antes de terminar de ler a resenha. Eu sei bem do vespeiro em que estou enfiando a mão ao redigir essas linhas. Muitos acharão até mesmo que é algo totalmente dispensável e fora de propósito, mas como a seção trata de álbuns que algumas pessoas consideram injustiçados, aqui nós temos mais um que é citado como exemplo por muita gente. No entanto, seria o primeiro disco da polêmica passagem de Blaze Bayley pelo Iron Maiden um trabalho realmente menosprezado de forma injusta? É dessa discussão que estão todos convidados a participar. De qualquer forma, vamos em frente, pois talvez você entenda e até concorde com o que está escrito aqui.

No começo da década de 90, após o lançamento de Fear of the Dark, o mundo do metal foi sacudido por uma notícia devastadora para uma enorme quantidade de fãs: Bruce Dickinson anunciava que deixaria o Iron Maiden para se dedicar a sua carreira solo. E agora? Não podia ser verdade! Afinal, como imaginar a Donzela sem seu frontman de tantos anos? A tristeza provocada pelo anúncio tornava-se ainda pior quando se tentava fazer prognósticos sobre o futuro da banda, já que ... quem seria capaz de ocupar o posto? Seria aquele o fim de uma das maiores bandas da história do heavy metal?


A curiosidade em saber se o grupo continuaria e quem seria seu novo vocalista aumentou quando Steve Harris resolveu promover um concurso para decidir quem seria responsável pelo microfone do conjunto. A peleja era aberta para quem se achasse com capacidade para tal. No entanto, Harris tinha conhecido alguns anos antes uma banda - na época quase anônima - chamada Wolfsbane, que tinha um tal de Blaze Bayley nos vocais. O baixista teria ficado impressionado com o desempenho do cantor. O que muita gente diz é que o posto de vocalista do Iron Maiden foi decidido pelo chefão independente de concurso, audições e do que quer que fosse, num episódio lamentável.

Entretanto, marqueteiros que são, Steve e a banda não perderiam a oportunidade de fazer um enorme movimento em torno do nome do grupo. Com isso, a história foi adiante. Entre os fãs, apareceram todo tipo de suposições e sugestões, desde artistas já consagrados até revelações. Rob Halford, Michael Kiske e muitos outros se viam no meio das especulações. De fato mesmo, entre os que eram considerados a sério para o posto, figuravam nomes como o do brasileiro Andre Matos - então no Angra - e o de Doogie White (que iria para o Rainbow), que chegou a ser anunciado como finalista ao lado de Bayley. No fim, a decisão foi a mais improvável e suscitou muitos comentários sobre a veracidade do tal concurso.

Decidido o nome do substituto, era hora de colocar tudo para funcionar novamente. As coisas não estavam sendo fáceis para Steve Harris. A saída de Bruce Dickinson criou um enorme problema para o chefe e sua banda, que, como todos sabem, é seu projeto de vida. Como se já não bastasse isso, o baixista ainda passava por um processo de separação, de forma que aquele momento era até de certa depressão para Steve. Boatos na época davam conta de que foi cogitada inclusive a possibilidade de a banda encerrar suas atividades. No entanto, Harris decidiu passar por cima de tudo aquilo e, com o apoio de seu velho companheiro Dave Murray, começou a reconstrução do Iron Maiden com o mesmo afinco de alguém em início de carreira.

A banda se mandou para o estúdio particular de Harris e começou o processo de composição de um novo álbum. E começou do zero, pois a história diz que o grupo só iniciou as composições após a chegada do novo vocalista. O plano era que todos dessem vida as suas ideias para reuni-las e aproveitar o que surgisse de melhor. Dessa forma, não seria apenas Bayley que teria que se adequar ao estilo do Maiden, mas o grupo também se adaptaria segundo o estilo do cantor, que poderia inclusive contribuir com novas ideias e composições.


A Donzela demorou muito para lançar material inédito após a chegada do novo vocal, já que Blaze ficou fora de combate por um bom período devido a um acidente de moto. No entanto, quando lançou o disco, talvez nem imaginasse o rebuliço que isso causaria, sob os mais diversos aspectos. Após tantos anos com Bruce Dickinson, cuja voz se identificava com o som da banda de forma espantosa, o mundo conhecia um novo Iron Maiden, que se mostrava com o enigmático nome The X Factor.

Epa, e agora? Um álbum do Maiden sem Bruce e Adrian Smith? Sempre após um novo lançamento do grupo, alguns críticos e mesmo alguns fãs costumam torcer o nariz de início, considerando que tal trabalho já não tem mais a energia e qualidade de algum anterior. De Somewhere in Time (que já mereceu uma resenha nessa seção) em diante, isso é algo que foi se tornando cada vez mais evidente a cada novo álbum. Entretanto, não tem nada, mas absolutamente nada, que chegue perto do que foi a recepção a The X Factor. A estreia em oitavo lugar nas paradas inglesas, pior posição da banda desde Killers, já acendia um sinal amarelo na frente de Harris e companhia. O próprio Blaze conta que não se continha em alegria por um álbum cantado por ele ter chegado a tal posição nos charts do Reino Unido, mas o restante da banda não demonstrava essa empolgação toda. Muitos poderão dizer que seu sucessor, Virtual XI, teve acolhida ainda pior, mas a questão é que no disco de 1998 muitos já não esperavam grande coisa.

Outro fato curioso sobre esse décimo disco da banda é que ele, de início, não teve uma aceitação muito boa, mas ainda conseguiu agradar a alguns fãs. Com o passar do tempo, foi sendo cada vez mais criticado e ridicularizado e, a partir de certo momento não bem estabelecido, foi se tornando um pouco melhor avaliado, a ponto de se encaminhar a passos largos atualmente para se tornar um disco cult, daqueles que nunca serão considerados obras-primas, mas que sempre terão seguidores fiéis e cada vez mais numerosos.

De fato, o ‘fator X’ não é uma obra-prima. De forma alguma é objetivo da matéria querer classificá-lo como tal. E por não ser uma obra-prima, acaba que também não é superior a vários dos álbuns que a banda já tinha em sua discografia. Apesar de gosto ser uma coisa subjetiva e individual, essa é, inegavelmente, a opinião da maioria dos fãs da banda. A questão que se pretende discutir então é a seguinte: The X Factor é realmente a coisa ruim e desqualificada que tanto se falou? Será que o diabo é tão feio quanto o pintam?

O Iron Maiden, que tanta gente gosta de criticar, usando o argumento de que a banda segue fórmulas prontas, cai na mesmice, tem medo de se arriscar, trazia um trabalho muito diferente de qualquer coisa que já tivesse lançado. A própria escolha de Blaze Bayley como vocalista já era uma mudança radical de estilo. Pois não é que esses mesmos que reclamavam da pouca afeição da banda a mudanças reclamaram das mudanças também? Estão lá as cavalgadas, os duetos de guitarra, os solos, mas The X Factor é, sem dúvida, o disco mais melancólico, sombrio e obscuro da história do grupo. Não era tão pesado enquanto distorção, mas o clima era pesado. Algumas letras também fugiam um pouco ao Maiden clássico, falando mais sobre temas que refletiam o próprio estado de espírito dos compositores.

Só que a saraivada de críticas que esse trabalho sofreu foi muito além de sua temática e seu clima. A coisa já começou pela capa. Após tantos discos, singles e todo tipo de material trazendo os clássicos desenhos de Derek Riggs com o monstro-mascote-ícone Eddie, eles resolvem inovar e trouxeram na capa um Eddie mais humanizado, quase que um boneco. A ideia, que no começo até parecia legal, depois de certo período já não era tão bem sacada assim. Embora isso nada tenha a ver com a música ou a qualidade de um CD, teve gente que já não curtiu a coisa desde aí. A produção, assinada por Steve Harris e Nigel Green, não era nenhuma maravilha, sobretudo quando lembramos os trabalhos de Martin Birch. E o principal, as músicas, será que também são tão ruins assim?


O álbum se inicia de forma totalmente atípica para os padrões do Iron Maiden. Acostumada com aberturas rápidas, velozes e enérgicas para seus discos, a banda iniciava o novo trabalho com uma música de mais de onze minutos, introduzida por um coro de canto gregoriano e um instrumental lento, com um dedilhado de guitarra acompanhado pelo baixo e sons de teclado. O grupo viria a usar e abusar desse expediente em todo o seu trabalho posterior, inclusive após o retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith, mas, na época, essa estruturação não era tão constante assim. “Sign of the Cross” é uma epopéia, cadenciada, com excelente instrumental, várias quebras de ritmo, linhas melódicas entremeadas por riffs pesados, partes lentas se alternando com passagens mais rápidas e uma linha vocal que se encaixa muito bem no clima sombrio da música. Por que dizer então que uma canção assim seria ruim? A prova final da qualidade dessa música viria anos depois, quando muita gente considerou que a canção na voz de Dickinson ganhava ares de clássico.
 



“Lord of the Flies” transita entre o heavy metal simples e o hard rock, com bons riffs e outro vocal bem encaixado de Bayley. A terceira música, “Man on the Edge”, remete ao clima um pouco menos sombrio que a banda mostrava em seus áureos tempos. Uma música mais rápida, mais ao estilo Iron Maiden e, por isso mesmo, uma das mais queridas pelos fãs nessa fase.

A melancolia e o tom obscuro retornam em “Fortunes of War”, faixa que traz uma excelente interação entre o clima do instrumental e a ideia que a banda queria passar com a letra, além de evoluir para uma pauleira na sua segunda metade. Já em “Look for the Truth” Blaze Bayley erra a mão em alguns momentos.


E o que dizer então da simplicidade das melodias de “The Aftermath”, que são justamente sua maior qualidade. “Judgement of Heaven”, que algumas pessoas adoram e outras tantas não suportam, traz grandes qualidades em sua cadência, na melodia vocal e no refrão em tom de lamento.

“Blood on the World’s Hands” é um dos pontos mais altos do disco, desde a intro com o baixo de Steve Harris até seu tom ao mesmo tempo agressivo e dramático. “The Edge of Darkness”, assim como “Man on the Edge”, traz resquícios da sonoridade antiga da banda, sendo assim também uma das mais queridas pelo público em geral, ainda que nunca tenha sido trabalhada pela banda. “2 A.M.” é uma espécie de balada, que se não traz nada de extremamente belo ou empolgante, também não tem nada que a comprometa enquanto boa música, sendo inclusive aqui um dos momentos onde Blaze mostra potencial. A derradeira faixa é a mais fraca. “The Unbeliever”, apesar de alguns bons momentos numa passagem melódica no meio, não convence muito.


Gers e Murray, se não são Smith e Murray, ainda mostram um bom entrosamento. Steve Harris colocou o baixo numa altura impressionante na mixagem final, mas isso até combinou com a sonoridade do disco. Nicko McBrain sempre foi um cara que jogou para o time. Seu trabalho nesse disco não tem a exuberância dos tempos de Piece of Mind, mas se encaixa perfeitamente na nova proposta da banda.

É compreensível que um fã do grupo, sobretudo os mais antigos, se assustasse e não aceitasse tais mudanças. Quem se lembrava da crueza dos dois primeiros discos e da fase clássica com Bruce realmente teria dificuldades em se acostumar com o estilo sombrio, introspectivo e cadenciado desse novo Iron Maiden.


Confesso que eu mesmo, como fã desde a fase mais clássica da banda, não aceitei bem aquela nova realidade. Com o passar dos anos, após várias audições do álbum, após amadurecer um pouco e me abster de radicalismos, passei a tê-lo em conta como um excelente trabalho. A questão aqui não é colocar uma opinião pessoal como se fosse uma verdade absoluta, mas trazer para a discussão um tema que já foi levantado em várias ocasiões e que se encaixa bem com a proposta dessa seção. Um disco, para ser bom, tem que ser melhor que os anteriores, ou ser bom é uma qualidade intrínseca a algo? The X Factor não é o melhor trabalho da Donzela, não se equipara a obras como Piece of Mind e Powerslave, só que também não merece tanto desdém e crítica como se observa. Ele é um trabalho de grande qualidade, que seria a grande obra na discografia de muita gente. Não são poucas as bandas que sonhariam com um álbum assim em seu currículo. Dentro desse disco existem várias passagens instrumentais excepcionais e, inclusive, algumas boas linhas vocais. Se o clima sombrio, melancólico e pessimista, associado a uma maior cadência e lentidão nas músicas, o afastam das características mais marcantes do grupo, é fato também que justamente esse aspecto lhe confere uma originalidade e alma própria impressionantes.
 
Muitos que criticam o trabalho falam que na voz de Bruce Dickinson o álbum seria maravilhoso, o que significa dizer que, então, as músicas são boas. Outros já dizem que ninguém o salvaria. Um grande problema foi o momento histórico em que foi concebido, tanto da banda quanto do cenário heavy metal. E ser lançado sob o nome Iron Maiden faz com que a pressão e o rigor ao se analisar o trabalho sejam elevados à estratosfera.

Outra coisa que fez parte de seu insucesso foi o vocalista. Não por Blaze Bayley ser ruim, pois isso ele não é. O cara tem uma carreira solo para provar isso. Mas os problemas de Bayley começam por seu estilo ser diametralmente oposto ao de Bruce, sob o que se quiser analisar, e trazer um estilo totalmente diferente ao Maiden era algo quase impossível. “Ah, mas Bruce tem o estilo totalmente diferente do Paul Di’Anno e se deu bem na banda”. Sim, mas a questão não é ser parecido ou diferente do antecessor, mas ter um estilo que se encaixe ao som do grupo. Arrisco dizer que não haveria vocalista nesse mundo que pudesse agradar aos fãs do Iron Maiden substituindo Mr Air Raid Siren - talvez só alguém com estofo como um Dio ou um Halford.

O maior dos problemas de Blaze não foi o que ele fez no estúdio e, sim, o que fez ao vivo. Faltava-lhe experiência, vivência num palco grande e um pouco mais de carisma no início. Ele é um ótimo vocal para heavy metal, mas não tem grande versatilidade, seu tipo de voz não permite grandes variações e exige que as músicas sejam bem encaixadas no seu estilo, o que era tudo o que o Iron Maiden não tinha como oferecer. Além disso, fazê-lo cantar as linhas vocais altíssimas de Bruce era algo que não tinha como dar certo. Desafinava ao tentar alcançar os tons mais altos, se atrapalhava, perdia até mesmo o tempo das músicas. Então vão dizer, se o cara fez isso tudo, como falar que ele é bom vocalista? Cantando composições que se enquadram em suas características ele sempre entregou excelentes performances. Não há explicação para o porquê de Steve Harris não ter percebido isso antes de chamá-lo para o grupo. 99% dos fãs (eu incluso) preferem Bruce na banda e festejaram sua volta como se estivessem adorando uma divindade. Isso é uma coisa. Agora, querer crucificar Bayley - como, aliás, foi feito - e responsabilizá-lo pelo fato de o grupo não ter atingido o mesmo sucesso de outrora nada mais é do que maldade.

Agora sim, você já pode esbravejar, praguejar, discordar de tudo o que foi escrito aqui. Faça isso mas, de preferência, após dar uma outra ouvida em The X Factor. Quem sabe alguém que ainda não descobriu o bom álbum que existe escondido entre tantas críticas possa fazê-lo agora? Tenho certeza que, da mesma forma que muita gente não comunga das ideias expostas acima, outros tantos concordam com boa parte do que foi dito. O importante é que cada um possa dar a sua opinião. Até uma próxima.


Faixas:
1 Sign of the Cross 11:17
2 Lord of the Flies 5:03
3 Man on the Edge 4:13
4 Fortunes of War 7:23
5 Look for the Truth 5:10
6 The Aftermath 6:20
7 Judgement of Heaven 5:12
8 Blood on the World's Hands 5:57
9 The Edge of Darkness 6:39
10 2 A.M. 5:37
11 The Unbeliever 8:10

Publicado originalmente no site Collector´s Room

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Blaze e Ripper Owens: Turnê em conjunto pelo Brasil em julho

No próximo mês de julho o Brasil receberá através da produtora OPEN THE ROAD, uma turnê inédita até então, com dois dos principais vocalistas da atualidade juntos pela primeira vez no país, BLAZE BAYLEY e TIM “RIPPER” OWENS. 

Os shows, agendados para a segunda metade de julho, percorrerão os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, com possibilidade de mais datas serem confirmadas no restante do país.

Confira as datas:

BLAZE BAYLEY (UK):
23/07 - Rio de Janeiro @ Teatro Odisséia (c/ Tim Ripper Owens)
24/07 - Limeira @ Bar da Montanha (c/ Tim Ripper Owens)
25/07 - Volta Redonda @ Volta Redonda do Rock (c/ Tim Ripper Owens)
26/07 - Disponível (c/ Tim Ripper Owens)
27/07 - Sorocaba @ Hangar 110


BLAZE BAYLEY, que retorna após mais uma bem sucedida turnê brasileira que percorreu o país entre o final do passado e início deste ano, continua em sua “Soundtracks of My Life World Tour”, ao lado do THE BEST MAIDEN TRIBUTE. O ex-vocalista do IRON MAIDEN, que iniciou sua carreira com o WOLFSBANE na década de 80, apresentará clássicos de sua carreira solo ao lado de músicas indispensáveis de sua fase na “Donzela de Ferro”, como “The Clansman”, “Futureal”, “Man on the Edge”, dentre outras.

TIM “RIPPER” OWENS também estará de volta ao Brasil, desta vez acompanhado pela JAWBREAKER, banda cover de JUDAS PRIEST que conta com integrantes do HELLISH WAR, executando músicas que marcaram sua carreira, principalmente em sua fase com o JUDAS PRIEST. O vocalista, que após sair da lenda britânica passou por diversas bandas e projetos, possui um currículo invejável, mostrando porque é considerado um dos vocalistas mais solicitados da atualidade. ICED EARTH, DIO DISCIPLES, WINTER’S BANE, BEYOND FEAR e CHARRED WALLS OF THE DAMNED lhe dizem algo?

Produtora:
http://www.openroadagency.com
http://www.twitter.com/openroadagency

Bandas:
http://www.blazebayley.net
http://www.timripperowens.com



 Fonte: OPEN THE ROAD

terça-feira, 13 de maio de 2014

Volta Redonda do Rock 2014: Blaze Bayley e Sepultura



A Prefeitura Municipal de Volta Redonda através da Secretaria Municipal de Cultura começaram a divulgar algumas atrações do evento Volta Redonda do Rock 2014, um dos maiores eventos de rock do Brasil. A primeira surpresa foi a volta da banda Sepultura para a cidade, Sepultura foi a banda mais pedida pelos roqueiros da região nos últimos dois anos, e a banda que quase acertou a ida para a edição passada finalmente é definida como atração para 2014. Outra grande atração foi a divulgação da primeira banda internacional da história do festival, Blaze Bayley, ex-vocalista da histórica banda de metal Iron Maiden, Blaze gravou o aclamado disco X Factor e ditou sucessos como ‘Man on the Edge’, ‘Lord of the Flies’, ‘The Clansman’ entre outros, tem uma promissora carreira solo e em Volta Redonda promete arrastar multidões entoando clássicos do Iron Maiden e da carreira solo.
 
     A Secretaria de Cultura irá anunciar aos poucos os outros grandes shows para o evento no facebook do Volta Redonda do Rock (HTTP://www.facebook.com/VRdoRock). O Evento terá também a participação das melhores bandas regionais, que enviaram seus materiais à SMC e estão sendo avaliadas. A Secretaria de Cultura também inovou colocando a Banda Municipal para tocar os clássicos mundiais do rock.

     Confira a programação até agora definida para o que já é o maior VR DO ROCK de todos os tempos:

25 de Julho – Sexta-feira – Banda Municipal e Blaze Bayley definidos até o momento
26 de Julho – Sábado – Sepultura definido até o momento

   
     E no início de Julho teremos também mais dois dias de rock com o VR Motofest – Encontro Nacional de Motociclistas de Volta Redonda, nos dias 04 e 05, em breve mais informações.

Fonte: PortalVR

domingo, 4 de maio de 2014

Blaze Bayley: Ouça participação com a banda JOHN STEEL


Confira abaixo a participação de Blaze Bayley com a banda bulgara JOHN STEEL.










Blaze Bayley apresenta novas camisas em sua webshop


Recentemente Blaze Bayley mostrou em sua página no facebook novos modelos de camisa, que estão a venda em seu site oficial.

O modelo que  demonstra as camisas é ninguém menos que o próprio Messiah!









Blaze Bayley: Com Doro, UDO e LORDI em comemoração



Ontem, 03 de maio, Blaze Bayley participou da festa de comemoração aos 30 anos de carreira da musa DORO PESCH. Confira abaixo video e fotos do grande encontro!














 
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