Em
1998, a 89FM comemorou 13 anos com três atrações de peso do hard rock nacional
e europeu, que estavam sempre em alta rotação na programação diária da estação.
Os ingleses do Iron Maiden, os alemães do Helloween e os brasilienses dos
Raimundos se apresentaram no dia 05 de dezembro,em um evento organizado na concentração do
Sambódromo Anhembi. O público estimado foi de 25 mil pessoas.
A vinda do Iron Maiden ao país coincidiu com o relançamento de seus primeiros
12 CDs pela gravadora EMI. Todos os discos vinham com faixas bônus de material
inédito ou lançado como lado B de compactos durante os então 22 anos de heavy
metal da "donzela de ferro".
Além disso, os discos traziam faixas interativas, que podiam ser assistidas em
um computador mostrando vídeos, bastidores, biografias de seus integrantes e
textos escritos por Mick Wall, ex-jornalista da bíblia do metal britânico, a
revista "Kerrang!".
Além disso, as letras das músicas dos
álbuns "Iron Maiden" (80) e "Killers" (81) finalmente foram
publicadas nos encartes. Além disso, a discografia brasileira ganhou os CDs
"Live at Donington" e o duplo "A Real Live Dead One", que
compila dois albuns que eram vendidos separadamente até então.
Na apresentação do dia foram escolhidas 50 pessoas que formaram um coro para
cantar com a banda a música "Heaven Can Wait". Parte desses sortudos
pertencia ao fã clube brasileiro do Iron Maiden. A outra parte foi escolhida
por sorteio realizado pela 89FM.
O setlist:
– Intro: Dance of the Knights – Futureal
– The Angel And The Gambler
– Man On The Edge
– Lightning Strikes Twice
– Heaven Can Wait
– The Clansman
– When Two Worlds Collide
– 2 Minutes to Midnight
– Sign Of The Cross
– Afraid To Shoot Strangers
– Hallowed Be Thy Name
– The Evil That Men Do
-Fear Of The Dark
– Iron Maiden
– The Number of the Beast
– The Trooper
– Sanctuary
Abaixo, scans da revista 89 Rock. Para ler melhor, faça o download.
Abaixo uma resenha do Virtual XI feita pela 89 FM Rock, meses antes.
Abaixo, a resenha pela revista Roadie crew 13 - jan-fev 1999.
É ponto pacífico entre todos aqueles que conhecem a história do Iron Maiden que a passagem de Blaze Bayley por lá foi no mínimo controversa. Certo, todo mundo já sabe, mas não custa nada lembrar: as performances ao vivo de Blaze com o Iron Maiden deixavam a desejar principalmente quando chegava a hora de ele cantar as músicas registradas originalmente por Bruce Dickinson. Blaze, notoriamente um cantor reconhecido por seus vocais graves e pesados, tinha bastante dificuldade de alcançar os tons altos que Bruce alcançava facilmente e que sempre foram uma das marcas registradas do Iron Maiden.
Eis o motivo pelo qual Blaze Bayley é até hoje escrachado por boa parte daqueles que conhecem o Iron Maiden. Blaze, barítono, não conseguia cantar tão alto quanto o tenor Bruce Dickinson. Até aí, tudo normal. São dois cantores de estilos distintos. Mas o problema reside no fato de Bruce ser endeusado por boa parte dos “fãs” da Donzela. De modo que, se um cantor tem dificuldade de reproduzir o que Bruce fazia, ele é logo taxado como péssimo ou limitado.
Outro motivo de Blaze Bayley ser até hoje um cantor incompreendido é o seu timbre de voz em si. Não existe nenhum cantor de Metal no mundo que tenha uma voz parecida com a de Blaze, pesada, grave e raivosa. Mas esse é um mal que aflige todos aqueles que possuem um timbre de voz único, daqueles que você “ama ou odeia”. Quer mais exemplos: Derrick Green completa este ano duas décadas a frente do Sepultura aguentado críticas e mais críticas muito por conta de sua voz. James LaBrie, do Dream Theater, é outro cantor de Metal que possui uma voz única. Talvez essa seja o motivo de ele ser tão rejeitado por quem curte Dream Theater (muitos até defendem que a banda de John Petrucci deveria ser estritamente instrumental). Nem mesmo King Diamond consegue se esquivar deste fato e muitos até hoje não o compreendem por causa de seu timbre agudo e fantasmagórico.
Voltando a Blaze Bayley. Então por que diabos ele foi cantar no Iron Maiden mesmo sabendo que ele era “limitado”, tendo em vista ter que substituir ninguém menos que Bruce Dickinson?
Em primeiro lugar, Blaze não ingressou no Iron Maiden a força ou lançando mão de ameaças. Simplesmente surgiu a vaga de emprego e Blaze enviou seu currículo para a empresa. Quem é o cantor de Metal que não sonha em, pelo menos um dia, cantar no Maiden? Pois bem. O dono da empresa viu seu currículo (ouviu seu tape), se agradou e contratou o candidato, com o aval de seus sócios, Nicko, Dave e Janick. Quais as intenções que Harris tinha em mente em trazer Blaze para o Maiden, somente ele pode responder. Cabe lembrar que Steve tinha a opção de escolher um cantor que poderia facilmente alcançar tons altos e cantar as músicas gravadas por Bruce. Doogie White e André Matos estavam a disposição. Ele preferiu escolher o oposto.
X-Factour - 10 de novembro de 1995, Brixton Academy.
Quanto aos álbuns gravados por Blaze, as discussões se acalmam um pouco, principalmente quando se trata de The X Factor. Este álbum traz uma carga soturna mais nunca antes vista em um álbum do Iron Maiden. Alguns se referem a The X Factor como o álbum mais Doom da Donzela. A voz estranha e grave de Blaze se encaixou bem na proposta densa e depressiva do álbum. Quando chegamos em Virtual XI, a análise é outra. Este é, de fato, um dos álbuns mais sem inspiração do Maiden, apesar de ter vários bons momentos, e a culpa disso não pode ser jogada somente em Blaze. Será que foi dele a ideia de repetir o refrão de The Angel And The Gambler quase 30 vezes?
Voltando a performance de Blaze ao vivo: o que a banda poderia ter feito para ajudar Blaze a ter um rendimento melhor:
Solução natural: baixar os tons das músicas. Não faria mal nenhum. Judas Priest, só para citar um exemplo, faz isso hoje e todo mundo sai ganhando: Rob Halford canta muito bem e confortavelmente e as músicas soam mais pesadas sem perder suas características originais. Os tons originais das músicas gravadas por Bruce se encontram no limite que Blaze poderia alcançar com seu esforço. Ter baixado meio tom ou um tom em cada música antiga poderia ter mudado para sempre várias impressões sobre Blaze ao vivo. E de bônus, as músicas soariam ainda mais pesadas, um problema que anda de mãos dadas com o Iron Maiden principalmente dos anos 2000 para cá.
Mas não! Blaze tinha que cantar nos tons originais! Por que, Steve? Será que a banda não tinha ideia que Blaze teria muita dificuldade em cantar na altura de Bruce? E que isso influenciaria na performance da banda como um todo? Será que os climas das músicas mudariam? Ou Steve não queria passar a impressão de que a banda estava envelhecendo, forçando Blaze a cantar nos tons originais?
O mais intrigante é que Blaze, que precisava desta ajuda por parte da banda, não a conseguiu e tinha que se esforçar, com o risco de prejudicar sua voz para o futuro, para alcançar os tons altos. Mas para Bruce, que nunca precisou de uma ajuda do tipo, a banda resolveu baixar o tom de Lord Of The Flies para que ele pudesse cantar confortavelmente.
A BANDA BAIXOU O TOM DE UMA MÚSICA DO BLAZE PARA BRUCE CANTAR?
Sim! Lord Of The Flies foi gravada originalmente em “F#m” (Fá sustenido menor), mas Bruce a cantava ao vivo em “Em” (Mi menor), um tom abaixo. Mas claro que o motivo não era que Bruce não conseguiria cantar no tom de Blaze. A música ficou bem mais baixa, mas Bruce cantava uma oitava acima. Traduzindo: bem mais alto, ao seu estilo. Ok, a música em questão ganhou um novo clima e ficou perfeita ao vivo na voz de Bruce, vide sua performance no Live/DVD Death On The Road. Mas isso foi um luxo concedido a Bruce Bruce, que não necessitava disso. O caso de Blaze era mais sério e necessário, e a ele não foi concedida a benesse de poder cantar em regiões mais confortáveis. Vai entender...
Ah, e se você reclama que Blaze errava as letras das músicas antigas ao vivo, Bruce também errava a letra de Lord Of The Flies.
Mas tudo bem. Aconteceu o que aconteceu e já faz quase duas décadas que Blaze foi demitido do Iron Maiden. Apesar dos pesares e de sua passagem contestada, Blaze sempre fala em suas entrevistas da gratidão que deve a Steve Harris pela oportunidade e por ele ser quem é hoje. Faz quase 20 anos que Blaze pode cantar do jeito que quer e da forma que se sente mais confortável. Tanto que seu trabalho-solo é bastante elogiado (por quem o ouve sem estar preso ao estereótipo de “o cara da voz estranha”). De qualquer forma, antes de criticar ou esculhambar um músico ou mesmo qualquer pessoa, cabe a reflexão de analisar as circunstâncias que cercam seu trabalho. Não gosta do Blaze assim mesmo? Ok! Mas isso não implica em condená-lo no Tribunal dos Fãs por conta de seu período no Iron Maiden. Eu o absolvo.
Bruno Rocha é redator e editor-chefe do site Roadie Metal.
Muitos fãs questionam a importância das coletâneas na
discografia do Iron Maiden e talvez elas realmente não sejam relevantes para
quem já conhece o trabalho da banda a mais tempo. Mas todos os anos a Donzela
de Ferro ganha milhares de novos fãs a cada turnê e a cada lançamento. Dessa
forma as coletâneas ganham um papel muito importante, a partir do momento que
são responsáveis, em grande parte, por apresentar aos novos fãs o que de melhor
a banda já fez.
Em 21 de setembro de 1996 o Iron Maiden lançou "Best of the Beast", sua primeira
e melhor coletânea, basicamente para apresentar o histórico da banda para os novos fãs. "Best of the Beast" é praticamente a única coletânea que respeita a importância de todos os vocalistas e ex-membros que tiveram registro na banda, visto que as atuais só dão valor ao que foi gravado, ou regravado, por Bruce Dickinson, o que é uma atitude bastante questionável.
Saiba mais sobre outros lançamentos da era Blaze clicando aqui.
A coletânea foi lançada em 4 formatos, sendo a versão em CD
simples a mais comum. As outras versões incluem um vinil quádruplo, fita K7 e box
com dois CDs.
O box com quatro LPs vem com um tracklist maior (34 faixas) -
nele está incluído o primeiro disco gravado pela banda, o lendário "The
Soundhouse Tapes". Além das músicas adicionais, a edição em vinil traz um poster
e um livro do tamanho de um LP, com capa dura com a descrição das principais
datas que marcaram a história da banda, muitas fotos e letras das músicas. Simplesmente,
o mais belo item lançado pelo grupo até o momento. Lançado somente na
Inglaterra e EUA.
A versão em duplo CD é mais completa. O encarte, um livreto
em capa dura, contém informações precisas como datas de lançamento de singles, álbuns
e discos ao vivo. Traz também uma breve biografia da banda, desde seu início
até a fase Blaze Bayley de 1995. O álbum contém 27 canções, entre elas versões
raras como a faixa "Vírus", que era inédita, a faixa "Iron
Maiden", que era parte do primeiro compacto da banda, o Soundhouse Tapes, e
uma versão da música "Strange World" que ficou de fora desse mesmo
compacto. Essa versão dupla era limitada. Foi lançada apenas na Europa e Japão,
junto com a versão em cassete, hoje item de colecionador
No Brasil, o CD possui 16 canções e a última faixa ("Hallowed
Be Thy Name") precisou ser editada para caber em um CD comum. Esta versão
não era edição limitada, mas com a chegada da nova coletânea, Edward the Great,
a EMI resolveu retirá-la de catálogo. É
muito simples em comparação aos outros dois, mas tem o seu valor, visto que foi
o único dos três lançado no Brasil e não foi lançado nesse formato em alguns
países, ou seja, vale pela raridade e curiosidade. O ponto curioso nesse disco
é a ausências de músicas originais dos dois primeiros álbuns da banda. Elas
existem, mas estão em versões ao vivo sem o vocalista original.
A capa criada por Derek Riggs contém diversas versões de
Eddie: com machado de Killers, o lobotomizado de Piece of Mind, o soldado de "The
Trooper", a múmia de Powerslave, o zumbi atingido por raio de Live After
Death, o cyborg de Somewhere in Time, e com a mão de gancho da turnê No Prayer
on the Road.
Por: Alexandre Temoteo, Ricardo Lira e Val Oliveira
16 álbuns de estúdio, algumas dezenas de singles e outras tanto de CD's ao vivo, DVD's e box sets. Sem dúvidas, a discografia do Iron Maiden é digna de respeito. Através dela, a banda arrebatou legiões de fãs em seus mais de 40 anos de existência. Contudo, mesmo com toda essa obra, será que há algo que a banda guarda em seus arquivos?
O Blaze Bayley Brasil, em parceria com os renomados Alexandre Temoteo (Iron Maiden Brasil) e Ricardo Lira (Iron Maiden Pub), simplesmente dois dos caras que são verdadeiras referências no que diz respeito à história da banda, fez um levantamento conjunto sobre gravações esquecidas pela banda. Algumas realmente existem, porém, outras são especulações, haja vista detalhes e depoimentos de fãs que presenciaram tais épocas. Então, vamos ao resultado da pesquisa:
The Number of The Beast poderia ter sido um disco com Paul Di’Anno?
Paul saiu da banda em setembro de 1981, fazendo seu último show em Copenhagen, Dinamarca no dia 10 de setembro de 1981. Bruce fez sua estréia em 26 de outubro do mesmo ano na Itália com alguns shows de aquecimento, como forma de apresentar aos fãs o novo vocalista. "The Number of the Beast" foi lançado em 22 de março de 1982. O single "Run to the Hills" foi lançado um mês antes. Com esse pouco tempo para compor, gravar, mixar e lançar um novo disco, é provável que exista demos de músicas com Paul. O vocalista inclusive já chegou a afirmar em algumas entrevistas que chegou a gravar algumas demos do "The Number of the Beast". Nessas demos constariam "Run To The Hills" e "Hallowed Be Thy Name". Paul inclusive chegou a dizer que tinha as fitas, mas que as tinha perdido. Será que um dia poderemos confirmar a existência dessa fita e, o mais importante, ter acesso a ela?
Agora um exercício de imaginação: Esquecendo o "The Number..." com a voz de Dickinson, será que o disco teria o mesmo êxito com a voz de Di’Anno?
Sabe-se que o Maiden sempre tem músicas previamente compostas antes de entrar em estúdio pra gravar um álbum. Apesar de acreditar que Bruce Dickinson tenha ajudado em algumas das composições de Number e não ter sido creditado devido a um contrato do Samson que o impedia, parte do álbum provavelmente já existia em processo de composição ou em formato demo – o que não quer dizer que eram músicas completas. E se isso aconteceu, acredito ter sido no máximo durante as gravações do LP "Killers" e do single "Twilight Zone" – que foi de fato a última sessão em estúdio com Paul.
O Maiden tocou 4 músicas prévias no encerramento da Killer World Tour com Dickinson: “22, Acacia Avenue”, “Children of the Damned”, “Run to the Hills” e “The Prisoner”. Dado o pouco tempo entre a entrada de Bruce no Maiden e o início da última parte da turnê, estas podem ter sido músicas, digamos, de mais rápida conclusão. “22” foi remodelada de uma composição original de Adrian Smith da época da Evil Ways; “Children” e “Hills”, segundo Rob Grain, seguiram padrões de músicas da própria Samson (lembrando que havia intercâmbio de membros nos estúdios e troca de fitas de ensaio). Resta saber em que pé estava “The Prisoner”...
Em uma última nota, da última vez que Ricardo Lira perguntou a Paul Di’Anno sobre as tais demos, sua resposta foi “They don’t exist!!”. Porém, conhecendo um pouco da personalidade de Paul, ele não descartaria a questão por completo.
Testes com gravação em estúdio com Terry Slesser em 1981?
Não é segredo para ninguém que Steve Harris já estava de olho em Bruce Dickinson há algum tempo. Mas há algo interessante que Steve fala do DVD "Early Days", sobre um teste feito com Terry Slesser, ex vocalista do Beckett. O baixista fala com todas as letras que algumas músicas ficaram muito boas com ele, e outras nem tanto, o que nos leva a deduzir da maneira mais obvia possível que houveram ensaios com o vocalista.
Já que Bruce era unanimidade nos planos de Steve Harris, penso que Terry Slesser era uma espécie de "plano B", caso as coisas não caminhassem bem com Bruce Dickinson. E assim como houve um teste gravado em estúdio com Mr. Air Raid Siren, poderia também ter havido um (gravado) com Terry Slesser?
The X-Factor poderia ser com Doogie White?
Quando Bruce Dickinson anunciou que estava deixando o Maiden em 1992, um dos candidatos à vaga na época foi Doogie White (Rainbow, Yngwie Malmsteen). Em entrevista ao site Metal-Rules, em 2005, Doogie contou que fez um teste em 1993 no estúdio de Steve Harris, tendo cantado em duas sessões diferentes, sendo que a última fora gravada para análise. Doogie é um ótimo vocalista, e com certeza seria interessante ouvi-lo à frente do Maiden. Provavelmente teria maior aceitação que Blaze.
A fita com as suas audições permanece sendo um santo graal para os fãs.
Mais uma vez vem o exercício de imaginação, de como soaria o The X-Factor, já que a sonoridade foi feita para a voz de Blaze, que coescreveu boa parte das canções, inclusive a clássica “Man On The Edge”. E caso ele fosse bem sucedido, provavelmente não haveria a necessidade da volta de Bruce.
Ricardo Lira acredita que a fita não esteja nem em posse de Doogie White, devido ao rígido sistema “hoje aqui, amanhã embora” do Iron Maiden. As fitas ficam nos arquivos da banda exatamente para evitar que vazem. Entretanto, é possível ouvir Doogie em álbuns tributo ao Maiden (com outros músicos, é claro).
The X Factor passou por um difícil processo em 1994 e 1995. Além do acidente de moto com Blaze, vários ajustes foram feitos em estúdio até que Harris & cia. estivessem satisfeitos com os resultados, o que causou muito estresse. Não é a toa que foi o álbum que teve o maior número de outtakes.
O teste de Blaze Bayley
Outra fita teste que temos a curiosidade em ouvir é a que Blaze foi submetido. Quais faixas foram realmente executadas, quais ele registrou a sua voz?
Na biografia autorizada, Run to the Hills, Steve Harris relata que ouviu as gravações de Blaze (que ele já admirava deste a tour em conjunta com o Wolfsbane em 1990 – “Eu costumava escutá-lo praticando, aquecendo sua voz antes do show, e dava para dizer que, como cantor, ele era capaz de bem mais do que fazia no Wolfsbane” ) e a de Doogie White para a banda, sendo que Nicko bateu o martelo na hora: “Agora sim! Isso é Iron Maiden, não?”
“Blaze pode não ser tecnicamente tão bom quanto Doogie, mas ele fica em algum lugar entre, digamos, Paul e Bruce”, explica Harris. Levando em conta que a Biografia foi autorizada e escrita na época do Virtual XI, sendo depois reeditada após o lançamento do Dance of Death, não sabemos ate que ponto essas declarações são reais, ou feitas para mostrar a satisfação e apoio ao novo vocalista.
Se Blaze e Doogie fizeram o mesmo teste, então tiveram como base as faixas dos álbuns ‘A Real Live One’ e ‘A Reald Dead One’, entre elas: ‘Be Quick or Be Dead’, From Here to Eternity', 'Can I Play with Madness', 'Iron Maiden', 'The Clairvoyant’.
Brave New World com Blaze Bayley?
Em entrevista conduzida por Kevin Lomax, do siteMaidenFans.com, o guitarrista Adrian Smith, afirmou que quatro faixas escritas por Steve Harris para o álbum "Virtual XI" foram reaproveitadas em "Brave New World":
MaidenFans: "Após 'Virtual XI', Steve disse que quatro canções foram deixadas para trás nas sessões de gravação deste álbum, para que fossem utilizadas no próximo. Quais são elas?"
Smith: "Sim, você está certo. 'Nomad' é uma delas. As outras são 'Dream of Mirrors' e 'The Mercenary', mas não consigo me lembrar da quarta".
Em entrevista ao The Metal Voice, Blaze Bayley falou sobre músicas do Iron Maiden em que trabalhou e não foi creditado. Algumas entraram no álbum Brave New World, lançado pela banda após sua saída e o retorno de Bruce Dickinson. “Em ‘Dream Of Mirrors’, colaborei nas melodias e letras. Fizemos uma demo para ‘Blood Brothers’, estive muito próximo de Steve Harris durante a composição. Também há outras duas que acabaram ficando de fora. Estava convencido de que haveria um terceiro álbum comigo”.
Músicas que Blaze planejava para um terceiro álbum com o Maiden foram parar no Silicon Messiah ("Ghost in the Machine", "The Launch", "Born as Stranger" e "Stare at the Sun").
Blaze gravou recentemente uma versão acústica de ‘Blood Brothers’, em parceria com Thomas Zwijsen.
É possível que essas demos estejam ainda com Steve Harris, mas, assim como as fitas com Paul, dificilmente virão à público.
Além das faixas relacionadas ao Brave New World, uma quinta foi deixada de fora do Virtual XI, mas desta vez completa. Rod Smallwood confirmou a existência de “The Charge of the Light Brigade” - uma clara referência a “The Trooper” (continuação?) – e mencionou que ela foi cortada do LP, porém não explicou o porquê.
“Transylvania” original.
Como se sabe, a canção “Transylvania” sempre foi tocada sem vocais. Mesmo quando Dennis Willcock atuava em palco, é sabido que ele emitia sons grotescos durante sua execução, mas era só. Entre tudo, há rumores de uma fita existente de um ensaio do Iron Maiden, de 1976, com a formação original tocando "Transylvania" com vocais, já que Steve Harris tinha escrito letras para ela.
A canção esquecida do Iron Maiden.
Uma música que chegou a ser tocada pelo grupo em 1977, se chamava “Highway Road In Time”. Há rumores de que sua parte rítmica teria inspirado “Black Bart Blues”, o que foi negado por Bob Sawyer, que tocou a música na época. O que é certo dizer é que ela foi composta por Steve Harris na Smiler. Mas se esse grupo a gravou em demo e preservou a memória dela, é uma história que talvez jamais saibamos...
Winter Tour ’80 – a entrada de Adrian Smith e um estranho trecho de turnê.
A gravação do single de “Women In Uniform” sempre abriu polêmica para uma pergunta: Por que a banda escolheu gravar essa cover e lança-la como single? Ou por que a gravadora quis que o Maiden a gravasse? – talvez fosse mais apropriado. Por mais que a banda tenha torcido o nariz para ela, foi irônico terem produzido dois vídeos para a mesma: um sendo o primeiro clipe com Dennis Stratton e o segundo gravado no Top of the Pops, já com Adrian Smith.
A Winter Tour ’80, além de introduzir o novo guitarrista, serviu também (mais ou menos) como turnê de promoção do single. E, sim, todas as 3 faixas “Women In Uniform”, “Invasion” e “Phantom of the Opera” foram tocadas, sendo que a primeira bem poucas vezes e “Invasion” apenas uma única vez, logo nas primeiras datas. Há rumores de que um bootleg exista desse show. Considerando-se que só é possível ouvir a versão de estúdio de “Invasion” com Clive Burr e nenhuma com Adrian Smith, seria uma pérola encontrar tal gravação.
Os shows secretos no The Oval Rockhouse Club.
O pub The Oval, situado em Norfolk na Inglaterra, abrigou duas vezes o Iron Maiden por ocasião de shows secretos. Em 1992, antes de começar a turnê do "Fear of the Dark", o Maiden se apresentou como The Nodding Donkeys; e em 1998, como The Angels and The Gamblers. Neste último, os músicos apresentaram pela primeira e única vez um repertório de 3 horas, contendo todo o repertório ao vivo do "The X Factor" mais o que seria apresentado na turnê do Virtual XI.
Nenhum bootleg jamais foi ouvido desses concertos, mas é sabido que pelo menos os Nodding Donkeys foram filmados, já que havia uma equipe local responsável por isso. Reparem na câmera profissional, à esquerda da imagem.
Falando em Nodding Donkeys, também há uma canção que saiu no single "Be Quick or Be Dead", chamada “Nodding Donkey Blues”. Acreditem ou não, ela foi originalmente uma canção da Samson, tocada em um dos últimos ensaios com o baterista Thunderstick, na metade de 1981. Quando na faixa entra o solo de piano e Bruce diz “Well, should be some kind of a guitar solo here!” é porque, na versão original, Paul Samson solava na guitarra. Uma fita do ensaio existe, mas a mesma nunca circulou em qualquer meio.
O vídeo editado de Live At The Ruskin.
Quando o Iron Maiden lançou a versão completa do vídeo Live At The Ruskin, no DVD Early Days, houve uma grande comoção dos fãs. Mas há um detalhe que poucos notaram... o vídeo sofre um fade out ao final de “Charlotte the Harlot”, indicando um corte proposital. Rezam algumas fontes secretas que o vídeo completo teria ainda canções como “Drifter”, “Iron Maiden” e “I’ve Got the Fire”, mas nunca houve provas do conteúdo do mesmo.