O ex-vocalista do Iron Maiden, Blaze Bayley, afirmou ao Heavy Culture
que não se importa em ser excluído do Rock and Roll Hall of Fame.
Recentemente a organização indicou o Iron Maiden como um dos
candidatos a entrar na turma de 2021, mas somente os membros da formação
atual e os ex-membros Clive Burr, Paul Di’anno e Dennis Stratton foram
incluídos, fazendo de Blaze o único membro que gravou um disco oficial
do Iron Maiden a não ser indicado ao Hall da Fama do Rock.
“Bem, não é uma decisão da banda. Tem a ver com a banda, mas não foi
decidido pela banda. É uma coisa da organização do Rock and Roll Hall of
Fame. O mais importante é a minha amizade com os caras da banda e
continuar sendo amigos deles depois de todos esses anos”, afirma Blaze.
“Eu realmente não me importo de ser nominado ou não. Para mim, sou
famoso e não tenho que ser mais famoso. Tenho fãs maravilhosos no
Brasil, em Portugal, por todo o mundo, e isso para mim basta. Meus fãs
me apoiam e fazem minha vida possível. Vivo meu sonho porque meus fãs me
apoiam e não por causa do Rock and Roll Hall of Fame”, completou o
vocalista.
Bayley foi a voz do Maiden de 1994 a 1999, cantando nos álbuns The
X-Factor (1995) e Virtual XI (1998) e desde 2000 segue com sua carreira
solo. Seu novo álum, War Within Me, está previsto para o próximo mês de
abril.
Blaze Bayley revela como um filme de Michael Douglas – e um
trabalho de entregador de jornais – ajudou a inspirar o renascimento do Iron
Maiden, na esteira da saída de Bruce Dickinson.
Em depoimento à seção "How I Wrote...", na página
20 da revista Planet Rock 20, de junho/2020 (sim, é tudo ‘20’!), Blaze Bayley
detalha a inspiração para "Man On The Edge", seu maior sucesso com a
Donzela de Ferro. O relato, traduzido na íntegra, segue sem assinatura
jornalística por se tratar de um texto em primeira pessoa:
"Quando me juntei ao Iron Maiden em 1994, Steve Harris
me disse: ‘Não importa quem escreva as músicas, desde que sejam ótimas músicas
do Maiden’. Àquela altura, nada havia sido composto para o próximo álbum e
Steve queria um começo completamente novo, então ele me encorajou a escrever e
disse: ‘Vamos ver o que acontece’.
Janick Gers tinha sido o ‘novo garoto’ antes de eu me juntar
à banda, um cara muito adorável, então ele me botou debaixo de suas asas. ‘Man
On The Edge’ foi escrita no home studio de sua casa em Londres. Eu tinha um
caderno de letras, poemas e idéias e quando Janick começou a tocar o riff,
comecei a folhear meu caderno e me lembrei dessa idéia que eu tinha para uma
música baseada no filme ‘Falling Down’, com Michael Douglas [nota: lançado no
Brasil como ‘Um Dia De Fúria’ em maio de 1993].
No filme, seu personagem entra na rotina de se levantar e ir
trabalhar, muito embora ele, na verdade, não tenha mais seu emprego: seu
orgulho não o deixa admitir que perdeu o trabalho. Aquilo realmente ressoou em
mim porque quando eu era jovem, fui despedido de um trabalho como entregador de
jornais. Por estar com medo de meu padrasto, eu me levantava às 7:00 todas as
manhãs, deixava a casa e fingia que estava indo trabalhar, de todo modo. Então
disse a Janick: ‘O que você acha disso?’ e comecei a cantar ‘Falling down’ como
um refrão e isso se encaixava perfeitamente no riff dele.
Dentro de mais ou menos uma hora, tínhamos escrito a maior
parte da música e quando a levamos para o restante da banda, ela simplesmente
ganhou vida com Nicko McBrain, Dave Murray e Steve Harris a tocando. Tive uma
incrível sensação de euforia ao observá-los dar a ela um completo tratamento
Iron Maiden.
Sempre fui um grande fã do Maiden, então você pode imaginar
o quão grandioso para mim foi perceber que minha idéia era boa o suficiente
para ser uma parte de um álbum do Iron Maiden... e isso foi antes de eu me dar
conta de que ela seria escolhida como single. Ele foi lançado em setembro/95,
antes de ‘The X Factor’ sair em outubro, e foi um sucesso imediato. O single
foi Top 10 no Reino Unido, liderou as paradas de rock por toda a Europa e, de
fato, tirou Madonna do topo das paradas na Grécia, como descobri mais tarde.
Este foi um imenso momento de orgulho para mim, não apenas
como compositor ao colocar minha primeira música como Número 1, mas como um fã
de metal ao superar a Rainha do Pop. Nós tocamos ‘Man On The Edge’ no Top Of
The Pops, em performance após o Eurythmics, outro momento de orgulho. Eu a
cantei completamente ao vivo, sem qualquer tipo de grito de comando ou
tentativas em animar a plateia, e então as pessoas diziam depois: ‘Por que você
não a cantou ao vivo?’. Mas eu cantei!
Toda a experiência no Maiden foi fantástica para mim. Agora,
grato, não esperava que meu tempo na banda acabasse tão rapidamente, mas, como
um fã, sabia, desde o momento que me juntei a eles, que eu seria parte da
história do Maiden para sempre. ‘Man On The Edge’ permanece no setlist do
Maiden e ouvir Bruce Dickinson, um dos meus cantores favoritos e um cara cuja
voz ajudou a definir os vocais do metal para o mundo, cantando uma música que
eu co-escrevi jamais me fará sentir menos do que incrível".
O baterista Nicko McBrain, do Iron Maiden, refletiu sobre a passagem do vocalista Blaze Bayley pela banda em recente transmissão ao vivo feita pelo canal de Aquiles Priester no YouTube. Bayley fez parte do Maiden entre 1994 e 1999, substituindo Bruce Dickinson.
Durante o bate-papo, Nicko foi perguntado se considerava Blaze Bayley, de fato, a melhor opção para substituir Bruce Dickinson. Ele também foi questionado se um vocalista como Michael Kiske, que havia acabado de deixar o Helloween e estava trabalhando com Rod Smallwood (empresário do Iron Maiden) na época, não poderia funcionar de forma mais adequada para a banda.
Nicko, então, respondeu, conforme transcrito pelo BraveWords:
"Não me entenda mal, mas nós ouvimos milhares de pessoas. Tivemos pessoas ouvindo CDs, fitas, fotos, currículos e tudo o mais. Com relação a Michael Kiske... realmente queríamos um cantor britânico. Geoff Tate foi especulado e foi algo como: 'bem, ele é americano e essa é uma banda britânica'. Houve um pouco desse viés".
Em seguida, o baterista comentou que Blaze Bayley tinha uma performance irregular, de certa forma, durante sua passagem pelo Iron Maiden.
"O lance com o Blaze é que ele cantava muito bem em algumas noites, era brilhante. E tinham várias outras noites em que não era tão bom"
Apesar disso, os álbuns gravados com Blaze, "The X Factor" (1995) e "Virtual XI" (1998), foram elogiados por Nicko McBrain.
"Tivemos esses dois discos, 'The X Factor' e 'Virtual XI'. E, claro, tivemos aquele esquema de divulgação com os times de futebol e tudo o mais. Ele estava em sua glória! Então, sim, fizemos dois grandes álbuns. Ame ou não, fez parte da história do Maiden e eu não interpreto isso de outra forma",
NIcko ainda afirma que adora "Sign of the Cross" e "When Two Worlds Collide", e que a produção poderia ter sido melhor.
Assista à entrevista na íntegra no player de vídeo a seguir (em inglês, sem legendas).
Que Blaze Bayley é um cara admirável pela proximidade com os fãs isso é de conhecimento de muita gente. Contudo, vez ou outra o "Messiah" consegue nos surpreender.
O último fato ocorreu com o professor de matemática Bruno Rocha e seus alunos do 3º ano do ensino médio do Colégio Manuel da Silva - Unidade Carlito Pamplona. De acordo com Bruno, o mesmo usa a vida de Blaze como exemplo de superação para seus alunos. E eis que uma postagem de incentivo no Instagram de Bruno foi não somente foi visualizado pelo vocalista, como também foi comentado pelo mesmo. Bruno sugeriu então que o próprio Blaze mandasse uma mensagem aos alunos. E para a grande surpresa do professor, o cantor respondeu.
Confira abaixo o vídeo:
Detalhe: na mesma mensagem, Blaze Bayley confirma vinda ao Brasil em janeiro de 2020 para uma turnê.
confirmou
a vinda do Ex vocalista do Iron Maiden , Blaze Bayley, com sua atual
turne comemorativa, celebrando 25 anos da sua passagem pela Donzela
intitulada de 'XXV The X Factor Celebration Tour.' A previsão é para Janeiro de 2020 a passagem pela America Latina.
Tocando clássicos dos dois álbuns em que esteve a frente dos vocais - The X Factor e Virtual XI.
Produtoras interessadas em maiores informações, favor entrar em contato através do email: contato@openroadagency.com
Durante uma conversa com The Metal Voice, Blaze Bayley ex-vocalista do Iron Maiden de 1994 até 1999, tendo gravado os álbuns “The X Factor” de 1995 e “Virtual XI” de 1998, falou sobre as músicas que mais o desafiaram no seu tempo com a banda.
São elas “Virus”, “The Clansman”, “The Sign of the Cross” e outras que não por coincidência são tidas pelos fãs como seus melhores registros com o Maiden.
Virus
“Ela foi muito incomum, pois de todas as músicas que compomos, ela foi composta à cinco mãos. Todos no Iron Maiden contribuíram de alguma forma com o seu desenvolvimento e a gravamos da mesma forma que quando ensaiamos pela primeira vez. Entretanto, nunca a tocamos ao vivo. Atualmente, eu uso uma versão pessoal dela com meus próprios arranjos que me permitem tocá-la como minha banda e está no ‘Live in France’”.
Sign of the Cross
“Essa música foi um grande desafio porque todos nos envolvemos, porém ninguém sabia no que ia dar, pois cada um participou com um parte. Foi a primeira música que compomos juntos e pensamos ‘Vamos ter de juntar cada pedaço’. Gravamos parte a parte e depois colocamos tudo junto.
E foi só depois de juntar tudo que percebemos que ela era fantástica. Nós a tocamos várias vezes e foi incrível. Havia uma atmosfera maravilhosa”.
The Clansman
“Ela é tremenda, pois eu me lembro que o Steve Harris chegou no estúdio e me perguntou o que eu achava de uma ideia e começou a cantarolar uma parte da música. Eu disse que era maravilhosa e assim surgiu ‘The Clansman’.
Então nós a ensaiamos e rolou uma química entre nós. Creio que por causa do seu tema muitos ficaram contra o Maiden na época.
Muitos promotores perderam a confiança, as vendas de CD caiam naquela época e cantar aquela música, o espírito que ela resgata de liberdade e se apoiar naquilo em que se acredita. Nunca mudar a sua direção.
Futureal
“O Steve veio até mim e disse que tinha a ideia de uma música bem rápida e me perguntou se eu tinha uma letra que se encaixasse nela. Eu apareci com essa letra que eu tinha trabalhado e que era sobre paranoia. Foi fantástico e ela se tornou a música de abertura do nosso set por um bom tempo”.
Man on the Edge
“Essa música é baseada no filme ‘Falling Down’ com o Michael Douglas. Eu fui até o estúdio particular Janick Gers’ onde sentamos e ficamos pensando na vida.
O filme é sobre um cara que finge ir ao trabalho todos os dias, porém ele havia sido despedido um tempo antes e tinha vergonha de dizer. Muito parecido com a minha vida quando jovem quando fiz a mesma coisa.
Eu tinha muito medo do que meu padrasto fosse dizer quando descobrisse que eu tinha sido despedido. Eu tinha tanto medo que saía todos os dias às sete da manhã para dar a impressão que eu estava trabalhando.
Blaze Bayley tocará um set especial em festivais que acontecerão nos próximos meses, como forma de comemoração pelo 25º aniversário de sua entrada no Iron Maiden. Caso exista algum ser humano no planeta que não saiba disso, Blaze substituiu Bruce Dickinson de 1994 até 1999 no posto de vocalista da banda.
O repertório contará com músicas de seus discos com o Iron Maiden: "The X Factor" (1995) e "Virtual XI" (1998).
Blaze falou ao Metal Voice (Canadá) sobre sua decisão, afirmando que ter sido vocalista da banda foi algo positivo, e que amou estar no Maiden, além de ter aprendido muitas coisas positivas.
Para quem quiser conferir, é bom aproveitar, já que essa segundo Blaze, será a última vez que ele cantará tantas músicas do Maiden juntas.
"Há 25 anos minha grande aventura com o Iron Maiden começou. Foram cinco
anos maravilhosos de minha carreira e do qual tenho muito orgulho.
Desde então tenho excursionado praticamente todos anos, lancei onze
álbuns de estúdio e três ao vivo. Recentemente, muitos fãs me pediram
para cantar músicas dos dois álbuns que gravei com o Iron Maiden, então
neste ano, para celebrar aqueles tempos mágicos, farei um set completo
com minhas músicas favoritas do 'The X Factor' (1995) e 'Virtual XI'
(1998). Minha voz se desenvolveu e mudou desde então, e hoje eu estou
cantando melhor que nunca, por isto estou empolgado em cantar estas
velhas canções com a voz que tenho hoje", comentou Blaze.
Confira as primeiras datas:
JUN 06 - Sweden Rock
JUN 14 - Rock the Coast, Spain
JUL 27 - Headbangers Open Air, Germany
AGO 09 - Mannried Open Air, Switzerland
AGO 10 - Dark River Festival, Finland
Confira abaixo a entrevista completa (em inglês).
No último dia 02 de maio, Blaze Bayley, ex vocalista do Iron Maiden, realizou um show no lendário Whisky a Go Go, na cidade de West Hollywood, na Califórnia.
Durante a apresentação, Blaze convidou Neil Turbin, primeiro vocalista do Anthrax, para cantar a música "Man On The Edge", que faz parte do primeiro (e penúltimo) disco que Blaze gravou com o Maiden, "The X Factor".
Fazer parte do Iron Maiden, uma das maiores bandas de Heavy Metal da história, certamente seria um sonho para muita gente. Por isso, não foi surpresa a enorme quantidade de envio de demos quando a banda começou a procurar um substituto para Bruce Dickinson, em 1993.
Mais de 1.500 vocalistas arriscaram uma chance e enviaram cada um uma fita para poder concorrer ao posto de cantor do Iron Maiden. A banda ouviu todas elas e escolheu 12 candidatos para a fase final da seleção, entre elas Blaze Bayley, que foi posteriormente escolhido.
O ex-Maiden detalhou um pouco o processo de seleção. “Você tinha que ir até o estúdio e cantar ao vivo. Tinham dez músicas deles no setlist, dez clássicos que você devia saber, então fui lá e fiz meu melhor”, disse ao Rockfiend Publications Scotland.
Bayley não esperava ser escolhido. “Fiquei muito, muito surpreso. Minha voz é tão diferente da do Bruce. A gente era meio parecido fisicamente, mas as vozes eram radicalmente diferentes. Mas acho que era o que eles queriam: uma mudança radical”, relembrou.
“Os dois álbuns que eu fiz, The X Factor e Virtual XI, foram o começo de uma era progressiva para o Iron Maiden. Eu aprendi muito sobre o processo de criação e sobre minha voz. Foi uma experiência incrível, incrível. E a música que saiu disso foi fantástica, eu acredito”, completou o cantor.
Blaze Bayley, que esteve a frente do Iron Maiden entre 1994 e 1999, fará shows com um setlist especial de músicas da banda, para comemorar os 25 anos de seu ingresso no grupo.
Para acompanhar os shows, uma reinterpretação da capa do "The X Factor" será oferecida na arte de camisetas feita pelo ilustrador Akirant, que pode ser vista acima.
Blaze comenta: "Há 25 anos minha grande aventura com o Iron Maiden começou. Foram cinco anos maravilhosos de minha carreira e do qual tenho muito orgulho. Desde então tenho excursionado praticamente todos anos, lancei onze álbuns de estúdio e três ao vivo. Recentemente, muitos fãs me pediram para cantar músicas dos dois álbuns que gravei com o Iron Maiden, então neste ano, para celebrar aqueles tempos mágicos, farei um set completo com minhas músicas favoritas do 'The X Factor' (1995) e 'Virtual XI' (1998). Minha voz se desenvolveu e mudou desde então, e hoje eu estou cantando melhor que nunca, por isto estou empolgado em cantar estas velhas canções com a voz que tenho hoje", diz.
A banda que acompanhará Blaze consiste nos músicos que regularmente excursionam e gravam com ele - Chris Appleton na guitarra e backing vocal, Luke Appleton na guitarra e backing vocal, Martin Mcnee na bateria e Karl Schramm no baixo e backing vocal. Por enquanto apenas os shows a seguir terão este setlist especial:
Blaze Bayley anunciou para o próximo dia 01 de março o lançamento de "Live In France". O registro traz as apresentações feitas durante os dias 25 e 26 de maio do ano passado, na cidade de Nancy, França.
O trabalho virá nas versões em CD e DVD.
As pré-vendas já podem ser feitas no site oficial do cantor:
Resenhar qualquer material do Blaze Bayley é para mim uma missão complexa, já que para quem me conhece, sabe que tenho uma profunda admiração e respeito pelo eterno ex-Iron Maiden. Goste ou não de Blaze não dá pra negar que o cara é daqueles que amam a música e respeita seus fãs como poucos artistas de nome o fazem.
Há uns anos atrás, tive a oportunidade de conhecer e conversar com ele pessoalmente e pude perceber que o cara tem uma história de vida realmente complexa, o que me fez admirá-lo ainda mais.
Após sua saída da Donzela de Ferro, ocorrida no final dos anos 90, Blaze começou a se dedicar a uma interessante carreira solo, com 9 álbuns de estúdio lançados, inclusive o primeiro deles, o fantástico “Silicon Messiah” (2000), é até hoje muito saudado até pelos mais ardorosos fãs de Iron Maiden.
Depois de altos e baixos na carreira, mudanças de formações, debandadas gerais de músicos por duas vezes, fiascos, depressão, tragédias e etc, Blaze hoje se reergueu gravando a ótima trilogia de álbuns, “Infinite Entanglement” (2016), “Endure and Survive” (2017) e “The Redemption of William Black” (2018), com uma excepcional banda de apoio. Mas até isso ocorrer, Blaze firmou parceria com Thomas Zwijsen, um músico erudito e clássico que se aprofundou em violões de corda, e registrou alguns trabalhos de forma acústica, sendo o primeiro deles o “Russian Holiday” (2013), contendo versões intimistas de faixas do Iron Maiden. Cinco anos depois, a união voltou a acontecer e, com isso, “December Wind” veio à tona contendo 8 novas faixas e como bônus, as 5 faixas de “Russian Holiday”. Inclusive a violinista Anne Bakker, que também fazia parte do projeto original, completa a formação neste lançamento.
Das 13 faixas no total, são 7 novas faixas, 4 releituras da carreira solo de Blaze Bayley, e dois covers do Iron Maiden, sendo “2 am” e “Sign of the Cross”. Algumas dessas faixas, como “We Fell from the Sky” (com uma ótima atuação de Bakker) e “Soundtrack of My Life” (Blaze matou a pau nessa faixa), ficaram bastante interessantes nessas versões ‘desplugadas’, e outras como “Love Will Conquer All” e “Miracle on the Hudson” poderiam ser melhor aproveitadas em um álbum regular, já que Blaze conseguiu criar ótimas linhas vocais.
Em suma, “December Wind” poderia ser um excepcional trabalho de estúdio. Indicado apenas aos fãs que curtem a proposta acústica, que admiram o vocalista britânico e que querem ter tudo que o cara lançar. Eu pessoalmente, fico a trilogia citada acima que é puro Heavy Metal, o estilo que consagrou Blaze. Se diversão foi a proposta, o trabalho foi bem executado, mas que Blaze fica melhor soltando a voz contando com o apoio de uma banda de verdade, isso é praticamente indiscutível.
Steve Harris recentemente participou do podcast “Talk Is Jericho” comandado por Chris Jericho. E um dos pontos mais notáveis foi quando o líder do Iron Maiden falou um pouco sobre a era Blaze Bayley .
Após Chris declarar que “The X Factor” está entre seus álbuns favoritos, Steve acrescentou: “Eu realmente gosto daquele álbum. É muito pessoal para mim. Lembro-me de dizer na época que os álbuns que fizemos com Blaze, que as pessoas iriam, no futuro, vir a apreciá-los muito mais tarde. E elas estão começando a fazer isso agora. Elas definitivamente estão apreciando-os muito mais agora. São bons álbuns, na minha opinião. São pontos no tempo onde mostram o que nós estávamos passando na época, e eu acho que fizemos algumas coisas realmente muito boas.”
“Eu realmente gosto desse álbum, bem como daquela época”, continuou ele. “Nós estávamos lutando, todos nós, era uma espécie de luta na época, porque todos pensavam que o Heavy Metal estava indo para baixo e tudo isso. E foi, até certo ponto. Mas faz você lutar, faz você mudar e lutar mais. Eu gosto disso. Há um elemento nele, um fogo nele, isso é muito importante. É uma parte importante da nossa carreira. Cada carreira tem altos e baixos. No momento estamos no topo de uma onda, o que é fantástico. Você curte esse sentimento o dia todo, mas você nunca sabe o que está ao virar da esquina, realmente.”
Em entrevista ao portal Ultimate Guitar, Blaze Bayley revelou como se sente ao ver o Bruce Dickinson interpretando clássicos do Iron Maiden que foram gravados em sua época de frontman da banda. Acompanhe as declarações abaixo:
“Oh, absolutamente honrado. Me senti incrivelmente legal. Um vocalista que é uma lenda, alguém que eu respeito imensamente em um nível profissional, e este grande cantor vai e canta algo que eu escrevi.
A quantidade de confiança que Bruce me deu fazendo isso, e Steve Harris também, dizendo que essas músicas são realmente uma parte do Iron Maiden e elas realmente significam algo como uma parte da história Iron Maiden, me deu uma enorme confiança. E eu acho que a confiança me permitiu lutar através das circunstâncias.
As pessoas que duvidaram de mim e disseram: ‘Oh, você deve fazer outra coisa. Fazer um tributo ou algo assim’… Pessoas que duvidaram de mim eu pensei, ‘minhas músicas, que eu escrevi, minhas idéias, são boas o suficiente para ser um top 10 do Iron Maiden. Minhas músicas eram boas o suficiente, e Bruce Dickinson cantou essas músicas que eu escrevi com o Iron Maiden.
Então não importa o que dizem sobre mim, eu sei que minhas músicas eram boas o suficiente. E não é porque eu não sou bom o suficiente para que eu não chegue a lugar nenhum, é por causa de outras circunstâncias. Então, parte disso é o que me deu a coragem de começar de novo do nada três vezes após terríveis derrotas, perdendo tudo.
Contanto que eu possa continuar escrevendo, e eu sei que minhas idéias quando elas saem são boas o suficiente, eu acho que haverá uma chance e eu tenho muita, muita sorte que agora com ‘Rendemption of William Black’ parece que as coisas estão mudando e há mais pessoas que me amam e que me odeiam.”
Aproveitando a conversa, Blaze também revelou qual foi a música mais difícil de cantar no Iron Maiden e quais eram suas favoritas:
“Tecnicamente falando, a mais difícil posso dizer que foi a ‘Heaven Can Wait’. Tem um versículo nela muito desafiador. É um monte de palavras que precisam caber ritmicamente.
Uma das grandes coisas sobre essa música tão difícil como ela é, é que ela me ensinou esta lição maravilhosa sobre fraseados. E eu tenho sido capaz de tomar essa lição e usá-la no meu trabalho desde então.
Então, quando eu penso em ‘Heaven Can Wait’, há uma relação direta entre aprender a cantar essa canção e a ‘Infinite Entanglement’.
Há uma relação direta porque o fraseado em ‘Infinite Entanglement’ eu aprendi a fazer esse tipo de fraseado e como colocar as letras e criar uma melodia como essa por causa da maneira de cantar essas músicas com Iron Maiden.
E eu acho que as minhas favoritas eram ‘The Trooper’, ‘Fear Of The Dark’ e ‘Hallowed Be Thy Name’.
Posso dizer que ‘The Number Of The Beast’ era um verdadeiro desafio. Parece simples, mas para mim, foi uma canção muito desafiadora para cantar ao vivo. Para encontrar os tempos certos, onde eu controlaria minha respiração em cada parte. Essa foi uma canção muito desafiadora”.