terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Blaze Bayley: Manifesto Bar, São Paulo, 25/01/14

Por: Diego Camara/Fotos: Kennedy Silva


Durante o mês inteiro – um mês de poucos shows, realmente de folga para o público do metal – o vocalista Blaze Bayley passeou pelo Brasil levando sua turnê “Soundtracks of My Life” por todo o Brasil, fazendo o ex-IRON MAIDEN lotar shows em regiões onde shows internacionais de heavy metal não são muito além de um sonho. O mês ainda não terminou, mas foi a vez da capital paulista ver a apresentação. O local escolhido foi o Manifesto Bar, para um público razoável, mas bastante fervoroso. Confira abaixo os principais detalhes do espetáculo.


 
No fim da tarde, em um calor insuportável e um tempo abafado, o público aguardava do lado de fora do Manifesto. A casa abriu na hora combinada, o que facilitou a entrada dos fãs na casa de shows, os aliviando do calor com o bom e velho ar condicionado do local. No total, a casa parecia meio lotada – não estava vazia, mas também não estava lotada de não possibilitar que as pessoas caminhassem pelo local.


O show começou mesmo lá pelas 19h30, quando o guitarrista Thomas Zwijsen subiu no palco para apresentar seu projeto: apenas com um violão em sua mão. Tocando grandes sucessos acústicos do Iron Maiden, que contou com a plateia em seu apoio vocal, Thomas fez uma boa abertura para o show e ajudou a esquentar os fãs que aguardavam o show de Blaze. Abrindo com “Aces High” e tocando “Fear of the Dark”, “Run to the Hills” e “Blood Brothers”, ele mostrou grande habilidade no violão. O público, por outro lado, mostrou grande vontade para cantar os refrãos das músicas, porém não mostrava o mesmo ânimo no resto da letra.
 

Depois da apresentação acústica, o palco foi mudado em poucos minutos e a banda já entrou para a apresentação de Blaze. “Lord of the Flies”, que andou abrindo todas as apresentações elétricas de Blaze, foi a escolhida para levantar o público. Muito bem executada, o som no Manifesto estava bom – apesar de um pouco estourado – e o público acompanhou com vontade o single do difamado “The X-Factor”.

Mas foi com “Futureal”, do “Virtual XI”, que Blaze realmente ganhou o público. Ainda cantando em ótimo nível, como nos tempos da gravação desta música, o público não se intimidou e bateu cabeça e cantou junto com o vocalista. Destaque para o ótimo solo dos guitarristas, em uma música que realmente pode ilustrar o quanto Blaze foi injustiçado pela sua passagem no Iron Maiden.

 
Blaze realmente parecia bastante animado depois de quase dois meses em terras brasileiras. Incansável, ele levantava o público com poses e sempre com um sorriso no rosto. Com “The Brave”, música da banda solo do vocalista, os fãs não se controlaram a gritaram em uníssono seu nome. O vocalista, com punho ao alto, demonstrou que estava junto com os fãs, em uma sintonia que é difícil de ver atualmente.

E o público parecia se animar até mais com as músicas do Blaze do que com as de sua fase no Iron. Em “Stare at the Sun” isso pareceu ainda mais claro. O ritmo cadenciado da abertura da música fez o público ficar em silêncio, só curtindo a passagem melódica, e a passagem rápida, muito forte na bateria, fez o público pular e bater cabeça. Uma das melhores da noite, recebeu aplausos inflamados dos fãs.

“Obrigado a todos por terem vindo ao show!”, agradeceu um Blaze bastante contente. Ainda rasgou longos elogios ao público brasileiro, o melhor de todos e que o acompanhou aí por mais de dois meses por todo o país. Os elogios trouxeram aquele ânimo ao público, que estourou com o single “Virus” e com a mística “Sign of the Cross”.

Se o show estava bom até agora, as grandes surpresas guardadas para o final o tornariam ainda melhor. Começou com a excelente “The Clansman”, que eu considero a música chave da era Blaze no Iron Maiden. Aparentemente, boa parte do público concordou, já que foi uma das músicas que teve a participação mais inflamada dos fãs. Realmente “Freedom!” tornou-se quase um lema para o show, e foi impressionante ver esta música ser cantada pelo seu vocalista original.

Quem ainda tinha fôlego ainda pode cantar “Man on the Edge”, onde Blaze mais uma vez filmou com seu iPad a plateia do Manifesto. Ainda se divertiu com a plateia, brincando ao melhor estilo Bruce Dickinson ao levantar o público – só faltou dividir a plateia em duas partes, coisa que no Manifesto seria bem difícil.

Antes de tocar a saideira, disse que iria atender todo o público depois do espetáculo. Sem nenhum custo, o vocalista apenas pediu que todos que gostaram de sua apresentação que tragam mais gente e espalhem a palavra. Também deixou claro seu intento de retornar ao Brasil no próximo mês de janeiro, em 2015. Isto foi uma ótima atitude de Blaze para todos os fãs, apesar de que os que compraram um ingresso para um “meet and greet” no dia anterior podem não ter ficado muito contentes.

O show então terminaria com a apresentação de “The Angel and the Gambler”, dentre as mais esperadas da noite. Mas o louco público teve o prazer de gritar por mais uma, o que parece que tocou fundo no coração daquele grande vocalista. Blaze, aparentemente bastante emocionado, virou-se para sua banda e trocou duas palavras com sua equipe. Voltou-se ao público, e bastante contente disse que “em nenhum show desta turnê o público tinha pedido mais uma”. Sorte do público de São Paulo, que ganhou o improviso de uma música “de outra banda que ele não tem costume de tocar”.

Eu esperava qualquer outra coisa – afinal era uma música de “outra banda” –, mas Blaze resolveu tocar “Hallowed be thy Name”, um dos clássicos da era-Bruce do Iron Maiden. Um cover, mas um ótimo cover para uma música feita totalmente de improviso. Um mimo para o público que mostrou grande amor e respeito por um dos caras mais sensacionais e boa praça do metal.

Para finalizar, gostaria de ressaltar que o show esteve ótimo também pelo excelente trabalho da galera do Manifesto e da Open the Road. Fizeram um super trabalho, o show não sofreu atrasos e foi extremamente bem organizado. Para quem não viu, não sobrou muitas oportunidades, mas ainda dá pra correr em algum show neste final de turnê.

Blaze Bayley é:
Blaze Bayley – Vocal
Thomas Zwijsen – Guitarra
Lennon Biscasse - baixo
Lely Biscasse – guitarra
Gustavo Franceschet – bateria



Setlist:
Set Acústico de Thomas Zwijsen:
1. Aces High (música do Iron Maiden)
2. Fear of the Dark (música do Iron Maiden)
3. Run to the Hills (música do Iron Maiden)
4. Blood Brothers (música do Iron Maiden)
Set Blaze Bayley:
5. Lord of the Flies (música do Iron Maiden)
6. The Launch (música do Blaze)
7. Futureal (música do Iron Maiden)
8. Judgement of Heaven (música do Iron Maiden)
9. The Brave (música do Blaze)
10. Como Estais Amigos (música do Iron Maiden)
11. Stare at the Sun (música do Blaze)
12. Lightning Strikes Twice (música do Iron Maiden)
13. Robot
14. Virus (música do Iron Maiden)
15. Sign of the Cross (música do Iron Maiden)
16. Soundtrack of My Life (música do Blaze)
17. The King of Metal
18. Ghost in the Machine (música do Blaze)
19. The Clansman (música do Iron Maiden)
20. Man on the Edge (música do Iron Maiden)
21. The Angel and the Gambler (música do Iron Maiden)
22. Hallowed Be Thy Name (música do Iron Maiden)




Lord Of The Flies:





Sign Of The Cross:



Man On The Edge:




Hallowed Be Thy Name [cut]:


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