terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Entrevista com Dyllan Leandro Christofaro

Abrimos espaço em nosso site para os fãs e admiradores do trabalho de BLAZE BAYLEY. Nosso primeiro entrevistado é dono de uma coleção admirável sobre o Iron Maiden e sobre que passou pela Donzela: Dyllan Leandro. As fotos abaixo são uma minúscula amostra da parte seu acervo que contempla a carreira do Messiah. Enjoy!

 
1 – Olá Dyllan. Fale-nos sobre como você conheceu o trabalho de Blaze Bayley. Qual o primeiro contato e suas impressões na época?
A primeira vez que ouvi a voz dele foi no programa de rádio Backstage em 1994, que tocou a música All or Nothing do Wolfsbane para apresentar aquele que havia acabado de ser anunciado como novo vocalista do Iron Maiden. A impressão causada foi a de que ele não tinha a voz que qualquer fã imaginava que seria apropriada para o Iron Maiden, na verdade. Mas deu aquela impressão de que a banda viria com alguma mudança de direcionamento musical que talvez representasse algo positivo, fugindo daquela linha dos álbuns No Prayer for the Dying e Fear of the Dark.











  
2 – Sobre a carreira de Blaze, o que pensa dela? Eleja seus preferidos em suas diferentes bandas, e o porquê destas escolhas?
A carreira do Blaze, desde seu início com o Wolfsbane, tem muitos momentos excelentes e outros de menor expressão, como ocorre com muitas bandas e artistas. Gosto muito do material hard rock que ele produziu com o Wolfsbane, banda que manteve certa uniformidade de qualidade e direcionamento em sua trajetória e seu último lançamento “Wolfsbane Save the World” surpreendeu-me bastante. Gosto muito desse disco, então elejo este o meu preferido com o Wolfsbane.


Do Iron Maiden, a escolha óbvia é o álbum The X Factor, disco excelente, bem inspirado e muito bem escrito pelo Steve Harris e Janick Gers, principalmente. As sequelas da mudança de formação tornaram esse disco mais denso e obscuro, onde a voz mais grave do Blaze contribuíram na formação do “caráter” desse disco. As injustiças que incidem sobre este disco decorrem da dor da ‘perda’ de Bruce Dickinson à época, com as inevitáveis comparações e dos discos clássicos dos anos 80, que fazem sombra em cima dos lançamentos do Iron Maiden até hoje.


E, da carreira solo do Blaze, tenho como destaque da primeira fase o álbum Silicon Messiah, que trouxe o Blaze Bayley muito inspirado em composições grandiosas, logo após sua saída do Iron Maiden, demonstrando sua força de superação e capacidade de conduzir uma carreira solo com material de qualidade, sem que tivesse a dependência de tocar ao vivo apenas as músicas que gravou com o Maiden.
Embora seja inevitável ele tocar essas músicas do X Factor e Virtual XI, ele tem um número grande de fãs que admira a qualidade dos seus discos solo e reconhece no cara alguém que não é refém de seu passado, que não tem preguiça de criar e de seguir em frente. 


3 – O que você pensa sobre a passagem de Blaze no Iron Maiden?
Apesar de apreciar muito os discos que o Iron Maiden lançou com ele nos vocais, se a contratação do Blaze pelo Iron Maiden tivesse sido a coisa certa a ser feita, sua passagem pela banda não teria sido tão breve.
Como disse, The X Factor é um disco de que gosto muito, ouço com frequência e é possível perceber que é algo no qual Steve Harris empenhou-se demais. Essas composições mais densas formam um conjunto de excelente qualidade, embora diferente de tudo que a banda havia feito no passado.
Embora o Blaze tivesse condições de executar com perfeição as músicas compostas para sua voz, a execução ao vivo dos antigos clássicos da era Bruce Dickinson comprometiam a qualidade das apresentações do Iron Maiden. O próprio Blaze reconhece não possuir o alcance vocal de Dickinson.

Portanto, a passagem do Blaze pelo Iron Maiden reuniu uma produtividade em estúdio bastante inspirada, principalmente no X Factor, com apresentações ao vivo que expuseram a inadequação da voz do Blaze para a execução de clássicos indisponíveis do Iron Maiden.

4 – Você tem uma bela coleção de itens sobre o Blaze. Como se deu o início dessa coleção?
Na verdade, sou colecionador do Iron Maiden. E minha coleção inclui itens dos membros da banda em carreiras solo e outros projetos. Tenho muitos itens do Bruce Dickinson e Samson, Paul Dianno e suas bandas Battlezone e Killers, Adrian Smith, Nicko McBrain e outros.
Então minha coleção do Blaze é, de fato, um segmento de minha coleção do Iron Maiden e inclui os CDs do Wolfsbane e da carreira solo do Blaze, incluindo as edições especiais apenas disponíveis em pré-venda no site do próprio Blaze.

5 – Qual item você considera o seu predileto? Qual o mais difícil de adquirir?
Da coleção do Blaze... vou colocar esse Platinum Package do Soundtracks of My Life tanto como predileto como o mais difícil de adquirir, pois foi esgotado em poucas horas na pré-venda e que garantiu aos compradores o nome no encarte e a inclusão de uma foto no livreto especialmente produzido para a coletânea. Estamos eternizados na biografia do Blaze.

6 – Se por alguma desventura do destino você tivesse que se livrar de sua coleção, mas ficar com apenas um objeto dessa coleção, qual você escolheria?
O Platinum Package do Soundtracks of My Life, pelos motivos que expus na resposta anterior.

7 – O que você teria a dizer para quem critica o trabalho, a voz de Blaze sem ao menos tentar conhecer sua carreira, julgando apenas pela sua passagem no Iron Maiden?
Eu respeito a opinião das outras pessoas e não forço ninguém a ter a mesma concepção das coisas que eu tenho. Eu gosto de bandas de diversos segmentos do metal, aprecio Rhapsody, Dimmu Borgir, Slipknot, Ghost, Slayer, The Beatles, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Judas Priest, Rush, Queen, Kiss, Manowar, Cradle of Filth, Nightwish e muitas outras.
Não é muito comum pessoas que possuem essa disposição em apreciar uma gama tão grande de diferentes tendências e estilos de música pesada.

Então, quem faz um juízo desfavorável da carreira do Blaze com base no que ele fez com o Iron Maiden tem suas razões para pensar desta forma. E se o indivíduo não tem interesse em ouvir outros discos dele, paciência.

Eu penso que nós apenas devemos perder o precioso tempo de nossas vidas apreciando aquilo que nos proporciona certa satisfação, eu não perco meu tempo sendo um ‘hater’ daquilo que não me interessa ouvir. E a gente percebe que muitos ficam descendo a boca em bandas na internet com o claro propósito de provocar intrigas e ofender aqueles que gostam, o que é, na minha opinião, desperdício de tempo.

8 – O que você achou do ultimo disco de estúdio de Blaze? E o que você espera para o próximo álbum?
The King of Metal é, na minha opinião, um disco inferior aos anteriores, um material menos rico e inspirado do que os outros lançamentos recentes do Blaze. Eu particularmente, aprecio muito mais o The Man Who Would Not Die e o Promise and Terror, pois a banda que os gravou estava bastante afiada. Mas essa é a impressão que eu tive.
Entre o The King of Metal e o último do Wolfsbane, fico com o do Wolfsbane.

9 – Obrigado pela atenção Dyllan. Um grande abraço e deixe por aqui sua mensagem aos leitores da Blaze Bayley Brazil!
Eu que agradeço a oportunidade. É muito legal perceber que aqui no Brasil o Blaze é sempre recebido com bastante carinho em muitas cidades por onde ele se apresenta ano após ano. É um artista que aprendemos a cada dia admirar pela sua perseverança, humildade, simpatia, profissionalismo e por ser alguém que demonstra possuir uma imensa gratidão e admiração pelos seus fãs. Um grande abraço a todos. 
Keep rockin’ !!!

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