Abrimos espaço em nosso site para os fãs e admiradores do trabalho de BLAZE BAYLEY. Nosso primeiro entrevistado é dono de uma coleção admirável sobre o Iron Maiden e sobre que passou pela Donzela: Dyllan Leandro. As fotos abaixo são uma minúscula amostra da parte seu acervo que contempla a carreira do Messiah. Enjoy!
1 – Olá Dyllan. Fale-nos sobre como você conheceu o trabalho
de Blaze Bayley. Qual o primeiro contato e suas impressões na época?
A primeira vez que ouvi a voz dele foi no programa de rádio
Backstage em 1994, que tocou a música All or Nothing do Wolfsbane para
apresentar aquele que havia acabado de ser anunciado como novo vocalista do
Iron Maiden. A impressão causada foi a de que ele não tinha a voz que qualquer
fã imaginava que seria apropriada para o Iron Maiden, na verdade. Mas deu
aquela impressão de que a banda viria com alguma mudança de direcionamento
musical que talvez representasse algo positivo, fugindo daquela linha dos
álbuns No Prayer for the Dying e Fear of the Dark.
2 – Sobre a carreira de Blaze, o que pensa dela? Eleja seus
preferidos em suas diferentes bandas, e o porquê destas escolhas?
A carreira do Blaze, desde seu início com o Wolfsbane, tem
muitos momentos excelentes e outros de menor expressão, como ocorre com muitas
bandas e artistas. Gosto muito do material hard rock que ele produziu com o
Wolfsbane, banda que manteve certa uniformidade de qualidade e direcionamento
em sua trajetória e seu último lançamento “Wolfsbane Save the World”
surpreendeu-me bastante. Gosto muito desse disco, então elejo este o meu
preferido com o Wolfsbane.
Do Iron Maiden, a escolha óbvia é o álbum The X Factor,
disco excelente, bem inspirado e muito bem escrito pelo Steve Harris e Janick
Gers, principalmente. As sequelas da mudança de formação tornaram esse disco
mais denso e obscuro, onde a voz mais grave do Blaze contribuíram na formação
do “caráter” desse disco. As injustiças que incidem sobre este disco decorrem
da dor da ‘perda’ de Bruce Dickinson à época, com as inevitáveis comparações e
dos discos clássicos dos anos 80, que fazem sombra em cima dos lançamentos do
Iron Maiden até hoje.
E, da carreira solo do Blaze, tenho como destaque da
primeira fase o álbum Silicon Messiah, que trouxe o Blaze Bayley muito
inspirado em composições grandiosas, logo após sua saída do Iron Maiden,
demonstrando sua força de superação e capacidade de conduzir uma carreira solo
com material de qualidade, sem que tivesse a dependência de tocar ao vivo
apenas as músicas que gravou com o Maiden.
Embora seja inevitável ele tocar essas músicas do X Factor e
Virtual XI, ele tem um número grande de fãs que admira a qualidade dos seus
discos solo e reconhece no cara alguém que não é refém de seu passado, que não
tem preguiça de criar e de seguir em frente.
3 – O que você pensa sobre a passagem de Blaze no Iron
Maiden?
Apesar de apreciar muito os discos que o Iron Maiden lançou
com ele nos vocais, se a contratação do Blaze pelo Iron Maiden tivesse sido a
coisa certa a ser feita, sua passagem pela banda não teria sido tão breve.
Como disse, The X Factor é um disco de que gosto muito, ouço
com frequência e é possível perceber que é algo no qual Steve Harris
empenhou-se demais. Essas composições mais densas formam um conjunto de
excelente qualidade, embora diferente de tudo que a banda havia feito no
passado.
Embora o Blaze tivesse condições de executar com perfeição
as músicas compostas para sua voz, a execução ao vivo dos antigos clássicos da
era Bruce Dickinson comprometiam a qualidade das apresentações do Iron Maiden.
O próprio Blaze reconhece não possuir o alcance vocal de Dickinson.
Portanto, a passagem do Blaze pelo Iron Maiden reuniu uma
produtividade em estúdio bastante inspirada, principalmente no X Factor, com
apresentações ao vivo que expuseram a inadequação da voz do Blaze para a
execução de clássicos indisponíveis do Iron Maiden.
4 – Você tem uma bela coleção de itens sobre o Blaze. Como
se deu o início dessa coleção?
Na verdade, sou colecionador do Iron Maiden. E minha coleção
inclui itens dos membros da banda em carreiras solo e outros projetos. Tenho
muitos itens do Bruce Dickinson e Samson, Paul Dianno e suas bandas Battlezone
e Killers, Adrian Smith, Nicko McBrain e outros.
Então minha coleção do Blaze é, de fato, um segmento de
minha coleção do Iron Maiden e inclui os CDs do Wolfsbane e da carreira solo do
Blaze, incluindo as edições especiais apenas disponíveis em pré-venda no site
do próprio Blaze.
5 – Qual item você considera o seu predileto? Qual o mais
difícil de adquirir?
Da coleção do Blaze... vou colocar esse Platinum Package do
Soundtracks of My Life tanto como predileto como o mais difícil de adquirir,
pois foi esgotado em poucas horas na pré-venda e que garantiu aos compradores o
nome no encarte e a inclusão de uma foto no livreto especialmente produzido
para a coletânea. Estamos eternizados na biografia do Blaze.
6 – Se por alguma desventura do destino você tivesse que se
livrar de sua coleção, mas ficar com apenas um objeto dessa coleção, qual você
escolheria?
O Platinum Package do Soundtracks of My Life, pelos motivos
que expus na resposta anterior.
7 – O que você teria a dizer para quem critica o trabalho, a
voz de Blaze sem ao menos tentar conhecer sua carreira, julgando apenas pela
sua passagem no Iron Maiden?
Eu respeito a opinião das outras pessoas e não forço ninguém
a ter a mesma concepção das coisas que eu tenho. Eu gosto de bandas de diversos
segmentos do metal, aprecio Rhapsody, Dimmu Borgir, Slipknot, Ghost, Slayer,
The Beatles, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Judas Priest, Rush,
Queen, Kiss, Manowar, Cradle of Filth, Nightwish e muitas outras.
Não é muito comum pessoas que possuem essa disposição em
apreciar uma gama tão grande de diferentes tendências e estilos de música
pesada.
Então, quem faz um juízo desfavorável da carreira do Blaze
com base no que ele fez com o Iron Maiden tem suas razões para pensar desta
forma. E se o indivíduo não tem interesse em ouvir outros discos dele,
paciência.
Eu penso que nós apenas devemos perder o precioso tempo de
nossas vidas apreciando aquilo que nos proporciona certa satisfação, eu não
perco meu tempo sendo um ‘hater’ daquilo que não me interessa ouvir. E a gente
percebe que muitos ficam descendo a boca em bandas na internet com o claro
propósito de provocar intrigas e ofender aqueles que gostam, o que é, na minha
opinião, desperdício de tempo.
8 – O que você achou do ultimo disco de estúdio de Blaze? E
o que você espera para o próximo álbum?
The King of Metal é, na minha opinião, um disco inferior aos
anteriores, um material menos rico e inspirado do que os outros lançamentos
recentes do Blaze. Eu particularmente, aprecio muito mais o The Man Who Would
Not Die e o Promise and Terror, pois a banda que os gravou estava bastante
afiada. Mas essa é a impressão que eu tive.
Entre o The King of Metal e o último do Wolfsbane, fico com
o do Wolfsbane.
9 – Obrigado pela atenção Dyllan. Um grande abraço e deixe
por aqui sua mensagem aos leitores da Blaze Bayley Brazil!
Eu que agradeço a oportunidade. É muito legal perceber que
aqui no Brasil o Blaze é sempre recebido com bastante carinho em muitas cidades
por onde ele se apresenta ano após ano. É um artista que aprendemos a cada dia
admirar pela sua perseverança, humildade, simpatia, profissionalismo e por ser
alguém que demonstra possuir uma imensa gratidão e admiração pelos seus fãs. Um
grande abraço a todos.
Keep rockin’ !!!