segunda-feira, 29 de julho de 2013

BLAZE BAYLEY EM SALVADOR - 14/01/2009 - Salvador/Ba

por: Valmar Oliveira/fotos: Valmar Oliveira

BLAZE BAYLEY EM SALVADOR
14/01/2009
Abertura: Pandora 
Local: Boomerang - 20 H


No dia 14/01/2009, Salvador recebeu pela segunda vez a presença do vocalista Blaze Bayley, ex- Wolfsbane e Iron Maiden, após 7 anos. O evento, uma empreitada corajosa por parte da Rock Freeday, foi em parte prejudicada pelo show do Sepultura, ocorrido três dias antes, ser meio de semana e a época de férias escolares, onde muitos viajam atrelados a seus pais. Embora nada disso fosse motivo pra os ditos headbangers baianos n ao comparecessem em massa a fim de prestigiar um evento internacional, coisa rara por estas paragens pouco favorecidas. 
Reclamam tanto que não trazem eventos de Metal para a boa terra, e quando isso acontece, eles se recusam a sair da frente de seus computadores. Ou seja, o Metal de hoje se resume aos Orkuts e fotologs da vida, onde jovens mancebos posam de Bangers, com suas camisas compradas em shopings, fazendo cara de mal, no melhor (ou pior) estilo true ou oitentista! E ainda têm aqueles, que vivem no passado e não percebem a excelente oportunidade de conferirem um dos vocalistas mais injustiçados da historia recente do Metal, com discos maravilhosos, e mesmo assim, ignorados por puro despeito e preconceito contra o Blaze, sempre olhando a passagem dele pelo Maiden.

Ignorando estes fatores, 200 headbangers, sendo que deste total, pelo menos 30 eram convidados, presenciaram um dos melhores shows de Heavy Metal já realizados em Salvador.
Antes do show, Blaze autografou cds, posters e tour books dos fans no bar Rock Sandwich. Estive lá e pude falar rapidamente com ele (alem de por o Messiah pra pegar uma L.E.R. no braço devido à quantidade de material que levei…) e pude perceber que ele estava exausto devido a tour atual ter um ritmo bem puxado. Também constatei a pouca quantidade de pessoas (se fosse um desses vocalistas "gatinhos" de Metal Melódico, iria estar cheio...). Mesmo assim, ele autografou, tirou fotos. Mas aparentava estar abatido. Se bem que ele perdeu a esposa, e embora esteja sendo ultra-profissional, isso ainda deve pesar.

O evento da noite, marcado pra dar inicio as 20:00 só foi começar as 22:00. A abertura ficou a cargo da PANDORA, banda de Bruno "Cachorro Louco" Leal, guitarra e voz (ex-Mercy Killing), fazendo uma prévia do seu debut-Cd, já em fase de finalização. Apresentando um Thrash Metal vigoroso, agressivo e técnico, empolgou e muito o publico. Alternando musicas ora rápidas, ora candenciadas e precisas , a Pandora conquistou o publico que há muito tempo não a via nos palcos da cidade. Musicas como Summer of War, Springs of Creation quase derrubaram as estruturas do Boomerang, mas nada se comparou em empolgação ao que ocorreu no cover para "Painkiller", do Judas Priest (cadê "Victim of Changes"????), que encerrou com chave de ouro uma magnífica apresentação.

Um longo intervalo, e o publico aproveitou para recarregar as energias. 
Os ânimos iam se exaltando, e a espera foi ficando insuportável, ate que é dado o sinal do Inicio da apresentação de BLAZE BAYLEY. Com uma banda totalmente reformulada, um palco simples, só com um backdrop com a capa do disco novo, e que se não tem a perícia e a técnica da formação original, compensa com muita garra e fome de Metal. Entram com a faixa titulo do novo cd, "The Man Who Would Not Die", vigorosa e com total fidelidade ao que foi registrado no cd, porem com um peso absurdo. 
Blaze se mostrava bem solto e com uma evolução notável em seu vocal característico, Cantando de forma espontânea e mostrando que ele é sim, um bom vocalista, só não se encaixou no estilo do Maiden. Em seguida "Blackmailer" , e já dava pra perceber que ele dominava o Boomerang, com o publico respondendo à altura e agitando sem parar. Na seqüência vem a minha favorita do disco novo: "Smile Back At Death", baseada no filme ‘Gladiador’, é uma musica maravilhosa e nessa hora esqueci que estava cobrindo o evento e cantei-a a plenos pulmões: "Hoooooooome!!! Let me go Home!!! When death smiles at you, so the father said, There's nothing left to do, Smile back at the death!!! I will show than blood, They will chant my name, Time for the tyrant to fear, Gladiator protectooooor… Father to a murdered son!! Gladiator protector!! I will see my vengeance done!!!" Realmente, fiquei emocionado e mandei o profissionalismo pra o espaço!!!

Blaze então fala brevemente e apresenta uma das faixas de maior sucesso do Virtual XI, "The Clansman" fazendo o publico cantar o refrão aos berros. Nota-se que as adaptações que a banda executa nas faixas da era Maiden são muito boas e torna-as mais dinâmicas e acrescentanto mais peso e texturas. Então, pela primeira vez na tour brasileira, é executada a clássica "The Brave", e lá vamos nós outra vez cantar a musica toda! Clássico é clássico! 

Nota-se que Blaze não precisa mas viver a sombra do Maiden, como faz Paul DiAnno, que vira e mexe grava e regrava ao vivo ou em estúdio as mesmas musicas do Maiden que ele gravou originalmente, mesmo tendo uma extensa e variada discografia. 

E la vem outra porrada, "The Launch", que assim como a faixa anterior, pertence ao já considerado um clássico moderno do Heavy Metal, o ‘Silicon Messiah’. Embora fora de forma Blaze instigava a turba e quase se jogava no meio da multidão, em total sintonia com o publico sedento do mais puro Metal! Um riff familiar é tocado, e então "Lord of The Flies" é tocada. Nota-se que o guitarrista Nico Bermudez consegue fazer ao vivo o que Janick Gers só conseguiu fazer em estúdio. É a vez de algo do excelente ‘Tenth Dimension’: "Leap of Faith", faixa rápida e com vocal e duetos cativantes, vamos cantar novamente??? "Edge of Darkness" é tocada com direito a intro com os sons de helicópteros, remetendo ao filme ‘Apocalypse Now’. Uma pena essa musica só ter sido executada pelo Maiden nos primeiros shows da tour do "The X-Factor". Após uma breve pausa, Blaze apresenta mais uma do novo cd: "Voices from the Past". A essa altura o publico já estava nas mãos e totalmente entregue! Na sequenca vieram "Vírus", faixa presente na coletânea ‘Best of the Beast’, e mais uma do ‘Silicon Messiah’, a cadenciada "Identity", onde Blaze se atrapalha e erra (ou esquece) as primeiras frases da musica, mas tudo bem, faz parte do show e não tirou o brilho desta maravilhosa apresentação. 
A poderosa "Kill and Destroy" quase traz abaixo o palco, onde o baixista David Bermudez comandava e agitava muito. Do lado direto do palco, o guitar Jay Walh cumpria agitava de forma mais compenetrada. Nico Bermudez sempre apertava as mãos do publico, sendo bem simpático e o baterista Larry Paterson, embora não tão técnico quanto o Jeff Singer, espancava sem dó seu instrumento e cumpria sua função de forma avalassadora! "Futureal" chega arrebentando tudo, e logo dá lugar à cadenciada, trabalhada, clássica e épica "Sign of the Cross"!!! Linda esta faixa! E nada se compara a ouvi-la ao vivo! Realmente de arrepiar, muito emocionante!!! 
Chega o momento de trazer a casa abaixo de vez: "Man on the Edge" é uma bomba atômica disparada e é gente berrando , cantando, emocionada e empurrando!!! E lá vou eu de novo!!! Epa... Dessa vez sou eu que estou empurrando! Ah, ta bom, então... Uma nova pausa e vem a fantástica "Samurai", e lá estou eu gritando: " Die!! I'm willing to die, die, willing to die!" Acabou já o show?? E as faixas surpresas que rolaram em outros estados?? Bem, aqui foi tocada a aceleradíssima "Robot" com sua bateria e bumbo veloz e vocal instigante: I am... I am, I am, I am... I hear, I see, I feel, I think therefore I am!!" E então, se encerra um dos melhores shows já produzidos em Salvador. 

Poderia ter tocado menos musicas do Maiden. A carreira dele não depende mais de seu passado como membro da Donzela, ou do Wolfsbane, embora ele seja até hoje massacrado por pseudo-fans de Metal, e Maiden-fanaticos xiitas pró-Bruce. Seus álbuns solos têm mais qualidade do que só lançados pela Donzela após sua saída. E é uma pena que não tocou "Ten Seconds", "Stare at the Sun", "Alive"...

Parabéns a Rock Freeday (Alexandre e Ellen "Karatê Kid") pelo evento maravilhoso. Parabéns ao publico que compareceu. Aos que não vieram... Só lamento! Alem de perderem um ótimo show, estão, em seu ostracismo e sedentarismo, colaborando pra derrocada da cena Metal de Salvador!
















publicado originalmente no site Reidjou
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