Nota: 9,5
Que Mr. Blaze Bayley acertou a mão em seus últimos dois álbuns “Infinite Entanglement (Part I) (2016) e “Endure And Survive (Infinite Entanglement Part II)” (2017), isso é um fato, mas o mais interessante e digno de nota é o uso da banda Absolva como suporte em sua carreira. O que esses caras tocam é uma barbaridade! Só engradeceram a carreira de Blaze e ao meu ver essa atual fase não perde em NADA para a banda original de “Silicon Messiah” (2000) e “Tenth Dimension” (2002).
Falando do novo álbum, essa é a terceira e última parte da trilogia “Infinite Entanglement” e meus amigos, o pau come solto já logo na primeira faixa, “Redeemer”, que seu início lembra muito o Megadeth.
Numa produção cristalina e bem na cara como a voz grave de Blaze pede, temos mais um álbum sem frescura e com muita emoção, tanto na interpretação das letras como no instrumental poderoso, pesado e tipicamente Heavy Metal, com algumas inserções de Power Metal aqui e ali. São 11 faixas grandiosas, com climas que variam do apocalíptico ao acústico de forma primorosa.
“Human Eyes”, que começa como uma balada e termina numa cacetada, é impossível de não se emocionar com a interpretação de Blaze, lembrando muito a belíssima interpretação de “The Clansman” em “Virtual XI” (1998).
Notei que, neste álbum especificamente, a profusão dos refrões “grudentos”, daqueles que te fazem cantar logo na primeira audição, estão em praticamente todas as faixas, o que eleva a interação com o ouvinte, e um ótimo um exemplo disso é a faixa “Prayers Of Light”, essa com a participação de Chris Jericho (Fozzy) e Luke Appleton (Iced Earth/Absolva) nos backing vocals!
Outro destaque vai para o peso de “18 Days” e seus riffs/solos tipicamente NWOBHM que farão a alegria de qualquer fã do metal britânico clássico, sem esquecer do dueto vocálico de Liz Owen (cantora e atriz) com Blaze que casou perfeitamente! Ah, falei em peso? Então toma a outra cacetada “The Darkside Of Black” que nos remete a coisas como “Man On The Edge” e “Futureal” facilmente!
Enfim, o som de Blaze amadureceu a um ponto que caminha com suas próprias pernas há décadas, não precisando em nenhum momento de sua ex-banda, e me arrisco a dizer que esses últimos três anos foram e estão sendo os melhores na carreira do cantor, que além de ser um baita músico é um grande ser humano.
Gosta de Heavy Metal bem tocado, pesado, pegajoso, cheio de alma (aqui até mais!!), que explora o melhor dos dois mundos, emoção e adrenalina, com gana e energia? Esse é o seu disco!
Para aqueles que continuam falando asneira de Blaze por conta de sua excelente e honesta passagem no Iron Maiden, sim aceite que dói menos pois a culpa do “fracasso” (eu não acho isso, mas vocês entenderam!) não foi dele, eu tenho uma “péssima” notícia para vocês: MAIS UM DISCO MELHOR DO QUE QUALQUER COISA QUE SUA EX-BANDA LANÇOU APÓS “BRAVE NEW WORLD” (2000). Mais uma vez: aceite que dói menos (risos).
Johnny Z.
Publicado originalmente no site Metal na Lata.
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