O Wolfsbane sempre apareceu nas páginas e capas da renomada Kerrang, publicação dedicada ao Metal, editada no Reino Unido. Ou seja, não era uma banda desconhecida e muito menos desprezada.
Em
1998, a 89FM comemorou 13 anos com três atrações de peso do hard rock nacional
e europeu, que estavam sempre em alta rotação na programação diária da estação.
Os ingleses do Iron Maiden, os alemães do Helloween e os brasilienses dos
Raimundos se apresentaram no dia 05 de dezembro,em um evento organizado na concentração do
Sambódromo Anhembi. O público estimado foi de 25 mil pessoas.
A vinda do Iron Maiden ao país coincidiu com o relançamento de seus primeiros
12 CDs pela gravadora EMI. Todos os discos vinham com faixas bônus de material
inédito ou lançado como lado B de compactos durante os então 22 anos de heavy
metal da "donzela de ferro".
Além disso, os discos traziam faixas interativas, que podiam ser assistidas em
um computador mostrando vídeos, bastidores, biografias de seus integrantes e
textos escritos por Mick Wall, ex-jornalista da bíblia do metal britânico, a
revista "Kerrang!".
Além disso, as letras das músicas dos
álbuns "Iron Maiden" (80) e "Killers" (81) finalmente foram
publicadas nos encartes. Além disso, a discografia brasileira ganhou os CDs
"Live at Donington" e o duplo "A Real Live Dead One", que
compila dois albuns que eram vendidos separadamente até então.
Na apresentação do dia foram escolhidas 50 pessoas que formaram um coro para
cantar com a banda a música "Heaven Can Wait". Parte desses sortudos
pertencia ao fã clube brasileiro do Iron Maiden. A outra parte foi escolhida
por sorteio realizado pela 89FM.
O setlist:
– Intro: Dance of the Knights – Futureal
– The Angel And The Gambler
– Man On The Edge
– Lightning Strikes Twice
– Heaven Can Wait
– The Clansman
– When Two Worlds Collide
– 2 Minutes to Midnight
– Sign Of The Cross
– Afraid To Shoot Strangers
– Hallowed Be Thy Name
– The Evil That Men Do
-Fear Of The Dark
– Iron Maiden
– The Number of the Beast
– The Trooper
– Sanctuary
Abaixo, scans da revista 89 Rock. Para ler melhor, faça o download.
Abaixo uma resenha do Virtual XI feita pela 89 FM Rock, meses antes.
Abaixo, a resenha pela revista Roadie crew 13 - jan-fev 1999.
O ex-vocalista do Iron Maiden, Blaze Bayley, afirmou ao Heavy Culture
que não se importa em ser excluído do Rock and Roll Hall of Fame.
Recentemente a organização indicou o Iron Maiden como um dos
candidatos a entrar na turma de 2021, mas somente os membros da formação
atual e os ex-membros Clive Burr, Paul Di’anno e Dennis Stratton foram
incluídos, fazendo de Blaze o único membro que gravou um disco oficial
do Iron Maiden a não ser indicado ao Hall da Fama do Rock.
“Bem, não é uma decisão da banda. Tem a ver com a banda, mas não foi
decidido pela banda. É uma coisa da organização do Rock and Roll Hall of
Fame. O mais importante é a minha amizade com os caras da banda e
continuar sendo amigos deles depois de todos esses anos”, afirma Blaze.
“Eu realmente não me importo de ser nominado ou não. Para mim, sou
famoso e não tenho que ser mais famoso. Tenho fãs maravilhosos no
Brasil, em Portugal, por todo o mundo, e isso para mim basta. Meus fãs
me apoiam e fazem minha vida possível. Vivo meu sonho porque meus fãs me
apoiam e não por causa do Rock and Roll Hall of Fame”, completou o
vocalista.
Bayley foi a voz do Maiden de 1994 a 1999, cantando nos álbuns The
X-Factor (1995) e Virtual XI (1998) e desde 2000 segue com sua carreira
solo. Seu novo álum, War Within Me, está previsto para o próximo mês de
abril.
Blaze Bayley revela como um filme de Michael Douglas – e um
trabalho de entregador de jornais – ajudou a inspirar o renascimento do Iron
Maiden, na esteira da saída de Bruce Dickinson.
Em depoimento à seção "How I Wrote...", na página
20 da revista Planet Rock 20, de junho/2020 (sim, é tudo ‘20’!), Blaze Bayley
detalha a inspiração para "Man On The Edge", seu maior sucesso com a
Donzela de Ferro. O relato, traduzido na íntegra, segue sem assinatura
jornalística por se tratar de um texto em primeira pessoa:
"Quando me juntei ao Iron Maiden em 1994, Steve Harris
me disse: ‘Não importa quem escreva as músicas, desde que sejam ótimas músicas
do Maiden’. Àquela altura, nada havia sido composto para o próximo álbum e
Steve queria um começo completamente novo, então ele me encorajou a escrever e
disse: ‘Vamos ver o que acontece’.
Janick Gers tinha sido o ‘novo garoto’ antes de eu me juntar
à banda, um cara muito adorável, então ele me botou debaixo de suas asas. ‘Man
On The Edge’ foi escrita no home studio de sua casa em Londres. Eu tinha um
caderno de letras, poemas e idéias e quando Janick começou a tocar o riff,
comecei a folhear meu caderno e me lembrei dessa idéia que eu tinha para uma
música baseada no filme ‘Falling Down’, com Michael Douglas [nota: lançado no
Brasil como ‘Um Dia De Fúria’ em maio de 1993].
No filme, seu personagem entra na rotina de se levantar e ir
trabalhar, muito embora ele, na verdade, não tenha mais seu emprego: seu
orgulho não o deixa admitir que perdeu o trabalho. Aquilo realmente ressoou em
mim porque quando eu era jovem, fui despedido de um trabalho como entregador de
jornais. Por estar com medo de meu padrasto, eu me levantava às 7:00 todas as
manhãs, deixava a casa e fingia que estava indo trabalhar, de todo modo. Então
disse a Janick: ‘O que você acha disso?’ e comecei a cantar ‘Falling down’ como
um refrão e isso se encaixava perfeitamente no riff dele.
Dentro de mais ou menos uma hora, tínhamos escrito a maior
parte da música e quando a levamos para o restante da banda, ela simplesmente
ganhou vida com Nicko McBrain, Dave Murray e Steve Harris a tocando. Tive uma
incrível sensação de euforia ao observá-los dar a ela um completo tratamento
Iron Maiden.
Sempre fui um grande fã do Maiden, então você pode imaginar
o quão grandioso para mim foi perceber que minha idéia era boa o suficiente
para ser uma parte de um álbum do Iron Maiden... e isso foi antes de eu me dar
conta de que ela seria escolhida como single. Ele foi lançado em setembro/95,
antes de ‘The X Factor’ sair em outubro, e foi um sucesso imediato. O single
foi Top 10 no Reino Unido, liderou as paradas de rock por toda a Europa e, de
fato, tirou Madonna do topo das paradas na Grécia, como descobri mais tarde.
Este foi um imenso momento de orgulho para mim, não apenas
como compositor ao colocar minha primeira música como Número 1, mas como um fã
de metal ao superar a Rainha do Pop. Nós tocamos ‘Man On The Edge’ no Top Of
The Pops, em performance após o Eurythmics, outro momento de orgulho. Eu a
cantei completamente ao vivo, sem qualquer tipo de grito de comando ou
tentativas em animar a plateia, e então as pessoas diziam depois: ‘Por que você
não a cantou ao vivo?’. Mas eu cantei!
Toda a experiência no Maiden foi fantástica para mim. Agora,
grato, não esperava que meu tempo na banda acabasse tão rapidamente, mas, como
um fã, sabia, desde o momento que me juntei a eles, que eu seria parte da
história do Maiden para sempre. ‘Man On The Edge’ permanece no setlist do
Maiden e ouvir Bruce Dickinson, um dos meus cantores favoritos e um cara cuja
voz ajudou a definir os vocais do metal para o mundo, cantando uma música que
eu co-escrevi jamais me fará sentir menos do que incrível".
O baterista Nicko McBrain, do Iron Maiden, refletiu sobre a passagem do vocalista Blaze Bayley pela banda em recente transmissão ao vivo feita pelo canal de Aquiles Priester no YouTube. Bayley fez parte do Maiden entre 1994 e 1999, substituindo Bruce Dickinson.
Durante o bate-papo, Nicko foi perguntado se considerava Blaze Bayley, de fato, a melhor opção para substituir Bruce Dickinson. Ele também foi questionado se um vocalista como Michael Kiske, que havia acabado de deixar o Helloween e estava trabalhando com Rod Smallwood (empresário do Iron Maiden) na época, não poderia funcionar de forma mais adequada para a banda.
Nicko, então, respondeu, conforme transcrito pelo BraveWords:
"Não me entenda mal, mas nós ouvimos milhares de pessoas. Tivemos pessoas ouvindo CDs, fitas, fotos, currículos e tudo o mais. Com relação a Michael Kiske... realmente queríamos um cantor britânico. Geoff Tate foi especulado e foi algo como: 'bem, ele é americano e essa é uma banda britânica'. Houve um pouco desse viés".
Em seguida, o baterista comentou que Blaze Bayley tinha uma performance irregular, de certa forma, durante sua passagem pelo Iron Maiden.
"O lance com o Blaze é que ele cantava muito bem em algumas noites, era brilhante. E tinham várias outras noites em que não era tão bom"
Apesar disso, os álbuns gravados com Blaze, "The X Factor" (1995) e "Virtual XI" (1998), foram elogiados por Nicko McBrain.
"Tivemos esses dois discos, 'The X Factor' e 'Virtual XI'. E, claro, tivemos aquele esquema de divulgação com os times de futebol e tudo o mais. Ele estava em sua glória! Então, sim, fizemos dois grandes álbuns. Ame ou não, fez parte da história do Maiden e eu não interpreto isso de outra forma",
NIcko ainda afirma que adora "Sign of the Cross" e "When Two Worlds Collide", e que a produção poderia ter sido melhor.
Assista à entrevista na íntegra no player de vídeo a seguir (em inglês, sem legendas).