terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Blaze Bayley: Manifesto Bar, São Paulo, 25/01/14

Por: Diego Camara/Fotos: Kennedy Silva


Durante o mês inteiro – um mês de poucos shows, realmente de folga para o público do metal – o vocalista Blaze Bayley passeou pelo Brasil levando sua turnê “Soundtracks of My Life” por todo o Brasil, fazendo o ex-IRON MAIDEN lotar shows em regiões onde shows internacionais de heavy metal não são muito além de um sonho. O mês ainda não terminou, mas foi a vez da capital paulista ver a apresentação. O local escolhido foi o Manifesto Bar, para um público razoável, mas bastante fervoroso. Confira abaixo os principais detalhes do espetáculo.


 
No fim da tarde, em um calor insuportável e um tempo abafado, o público aguardava do lado de fora do Manifesto. A casa abriu na hora combinada, o que facilitou a entrada dos fãs na casa de shows, os aliviando do calor com o bom e velho ar condicionado do local. No total, a casa parecia meio lotada – não estava vazia, mas também não estava lotada de não possibilitar que as pessoas caminhassem pelo local.


O show começou mesmo lá pelas 19h30, quando o guitarrista Thomas Zwijsen subiu no palco para apresentar seu projeto: apenas com um violão em sua mão. Tocando grandes sucessos acústicos do Iron Maiden, que contou com a plateia em seu apoio vocal, Thomas fez uma boa abertura para o show e ajudou a esquentar os fãs que aguardavam o show de Blaze. Abrindo com “Aces High” e tocando “Fear of the Dark”, “Run to the Hills” e “Blood Brothers”, ele mostrou grande habilidade no violão. O público, por outro lado, mostrou grande vontade para cantar os refrãos das músicas, porém não mostrava o mesmo ânimo no resto da letra.
 

Depois da apresentação acústica, o palco foi mudado em poucos minutos e a banda já entrou para a apresentação de Blaze. “Lord of the Flies”, que andou abrindo todas as apresentações elétricas de Blaze, foi a escolhida para levantar o público. Muito bem executada, o som no Manifesto estava bom – apesar de um pouco estourado – e o público acompanhou com vontade o single do difamado “The X-Factor”.

Mas foi com “Futureal”, do “Virtual XI”, que Blaze realmente ganhou o público. Ainda cantando em ótimo nível, como nos tempos da gravação desta música, o público não se intimidou e bateu cabeça e cantou junto com o vocalista. Destaque para o ótimo solo dos guitarristas, em uma música que realmente pode ilustrar o quanto Blaze foi injustiçado pela sua passagem no Iron Maiden.

 
Blaze realmente parecia bastante animado depois de quase dois meses em terras brasileiras. Incansável, ele levantava o público com poses e sempre com um sorriso no rosto. Com “The Brave”, música da banda solo do vocalista, os fãs não se controlaram a gritaram em uníssono seu nome. O vocalista, com punho ao alto, demonstrou que estava junto com os fãs, em uma sintonia que é difícil de ver atualmente.

E o público parecia se animar até mais com as músicas do Blaze do que com as de sua fase no Iron. Em “Stare at the Sun” isso pareceu ainda mais claro. O ritmo cadenciado da abertura da música fez o público ficar em silêncio, só curtindo a passagem melódica, e a passagem rápida, muito forte na bateria, fez o público pular e bater cabeça. Uma das melhores da noite, recebeu aplausos inflamados dos fãs.

“Obrigado a todos por terem vindo ao show!”, agradeceu um Blaze bastante contente. Ainda rasgou longos elogios ao público brasileiro, o melhor de todos e que o acompanhou aí por mais de dois meses por todo o país. Os elogios trouxeram aquele ânimo ao público, que estourou com o single “Virus” e com a mística “Sign of the Cross”.

Se o show estava bom até agora, as grandes surpresas guardadas para o final o tornariam ainda melhor. Começou com a excelente “The Clansman”, que eu considero a música chave da era Blaze no Iron Maiden. Aparentemente, boa parte do público concordou, já que foi uma das músicas que teve a participação mais inflamada dos fãs. Realmente “Freedom!” tornou-se quase um lema para o show, e foi impressionante ver esta música ser cantada pelo seu vocalista original.

Quem ainda tinha fôlego ainda pode cantar “Man on the Edge”, onde Blaze mais uma vez filmou com seu iPad a plateia do Manifesto. Ainda se divertiu com a plateia, brincando ao melhor estilo Bruce Dickinson ao levantar o público – só faltou dividir a plateia em duas partes, coisa que no Manifesto seria bem difícil.

Antes de tocar a saideira, disse que iria atender todo o público depois do espetáculo. Sem nenhum custo, o vocalista apenas pediu que todos que gostaram de sua apresentação que tragam mais gente e espalhem a palavra. Também deixou claro seu intento de retornar ao Brasil no próximo mês de janeiro, em 2015. Isto foi uma ótima atitude de Blaze para todos os fãs, apesar de que os que compraram um ingresso para um “meet and greet” no dia anterior podem não ter ficado muito contentes.

O show então terminaria com a apresentação de “The Angel and the Gambler”, dentre as mais esperadas da noite. Mas o louco público teve o prazer de gritar por mais uma, o que parece que tocou fundo no coração daquele grande vocalista. Blaze, aparentemente bastante emocionado, virou-se para sua banda e trocou duas palavras com sua equipe. Voltou-se ao público, e bastante contente disse que “em nenhum show desta turnê o público tinha pedido mais uma”. Sorte do público de São Paulo, que ganhou o improviso de uma música “de outra banda que ele não tem costume de tocar”.

Eu esperava qualquer outra coisa – afinal era uma música de “outra banda” –, mas Blaze resolveu tocar “Hallowed be thy Name”, um dos clássicos da era-Bruce do Iron Maiden. Um cover, mas um ótimo cover para uma música feita totalmente de improviso. Um mimo para o público que mostrou grande amor e respeito por um dos caras mais sensacionais e boa praça do metal.

Para finalizar, gostaria de ressaltar que o show esteve ótimo também pelo excelente trabalho da galera do Manifesto e da Open the Road. Fizeram um super trabalho, o show não sofreu atrasos e foi extremamente bem organizado. Para quem não viu, não sobrou muitas oportunidades, mas ainda dá pra correr em algum show neste final de turnê.

Blaze Bayley é:
Blaze Bayley – Vocal
Thomas Zwijsen – Guitarra
Lennon Biscasse - baixo
Lely Biscasse – guitarra
Gustavo Franceschet – bateria



Setlist:
Set Acústico de Thomas Zwijsen:
1. Aces High (música do Iron Maiden)
2. Fear of the Dark (música do Iron Maiden)
3. Run to the Hills (música do Iron Maiden)
4. Blood Brothers (música do Iron Maiden)
Set Blaze Bayley:
5. Lord of the Flies (música do Iron Maiden)
6. The Launch (música do Blaze)
7. Futureal (música do Iron Maiden)
8. Judgement of Heaven (música do Iron Maiden)
9. The Brave (música do Blaze)
10. Como Estais Amigos (música do Iron Maiden)
11. Stare at the Sun (música do Blaze)
12. Lightning Strikes Twice (música do Iron Maiden)
13. Robot
14. Virus (música do Iron Maiden)
15. Sign of the Cross (música do Iron Maiden)
16. Soundtrack of My Life (música do Blaze)
17. The King of Metal
18. Ghost in the Machine (música do Blaze)
19. The Clansman (música do Iron Maiden)
20. Man on the Edge (música do Iron Maiden)
21. The Angel and the Gambler (música do Iron Maiden)
22. Hallowed Be Thy Name (música do Iron Maiden)




Lord Of The Flies:





Sign Of The Cross:



Man On The Edge:




Hallowed Be Thy Name [cut]:


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Blaze Bayley: Marcando a História do Heavy Metal de Santo Ângelo/RS


Por Eduardo Cadore (Road to Metal)
Fotos: Road to Metal (Eduardo Cadore/El Panda)

Meses atrás foi anunciado que o ex-vocalista do Iron Maiden, Blaze Bayley, iria a Santo Ângelo/RS, cidade do interior do Rio Grande do Sul e centenas de quilômetros longe da capital, para uma apresentação única no estado. Muitos duvidaram, outros ficaram com um pé atrás, houve até quem apostava em cancelamento da data.

Foram passando as semanas, os ingressos começaram a ser vendidos, até que uma semana antes, Blaze e seu companheiro do violão Thomas Zwijsen enviaram um vídeo, já no Brasil, convidando a todos para a apresentação do dia 22 de dezembro de 2013, na Up Entretenimento.

Black Warts começa a buscar seu espaço enquanto prepara primeiro disco

Com mais de 700 pessoas, um ótimo público, considerando o domingo (dia de concurso público e muitas pessoas não puderam ir por trabalhar na segunda), a expectativa era imensa, com pessoas das mais variadas cidades e até mesmo de fora do Rio Grande do Sul. A vale mencionar a estrutura do local, de som e de luzes, tudo de ótima qualidade.
 
Mas, antes, a Black Warts (Cerro Largo/RS) foi a responsável por esquentar o público com sua proposta de um Heavy Metal clássico, mas com uma pegada moderna. A gurizada da banda pode mostrar para as centenas de pessoas que estavam na Up a força, técnica e energia de um som do grupo, que está por lançar seu álbum de estreia nas próximas semanas.

Com um set basicamente formado por composições próprias (o que merece um “Salve!”, pois a maioria das bandas novas teme mostrar suas composições, isso quando as têm), mas onde também não faltou clássicos de bandas como Led Zeppelin, Motorhead e, claro, Iron Maiden.

 
Thomas toca "The Number of the Beast" com Black Warts

Abrindo com “Bad Sacristan”, a Black Warts começava a aquecer o público, que ainda chegava ao local do show. Em seguida, “Black Warts” vem como hino desse grupo que tem tudo para despontar como uma das revelações de 2014. No ritmo, “Paranoia” veio antes do primeiro clássico a ser executado: “Ace of Spades” (Motorhead) incendiou a galera, especialmente a parte do público que ainda não estava convencida da qualidade dessa galera. Aqui, alguns moshes aconteceram.

Impressionou a presença de palco do vocalista Adriano Nedel, que literalmente pulava de um lado ao outro do palco, algumas vezes até de forma exagerada, encobrindo um pouco a presença dos demais integrantes. O carisma conquistou o público, chamando este o tempo todo para cantar com a banda. A única ressalva vai ao sentido de alertar que, falar com o público brasileiro, sendo uma banda brasileira, em inglês, soa um pouco non sense. Fica o alerta.

Como a proposta é fazer-se conhecer, mandaram mais duas de suas composições: “Sin Road” e “Bridge of Hell” colocaram todos a bater cabeça (aqui a banda já não deixava dúvidas sobre sua qualidade). Seguiu-se mais um clássico, com “Rock & Roll” (Led Zeppelin), em que a galera mais “antiga” ficou impressionado com a execução do grupo, que foi seguida por um solo de bateria inspirado de Maguila Becker. Aliás, o grupo todo mostra que sabe o que faz, apesar de pouca experiência em palcos.

 Após executar várias músicas próprias e alguns clássicos, Thomas sobe ao palco e, com 3 guitarras, executa Iron maiden

Ainda com alguns minutos de shows, seguiu-se “To Forget”, mais uma própria da banda, que deu lugar a quebradeira de “Master of Puppets” (Metallica) (aqui, não sobrou pescoços parados); “No More Lies” e “Sands of Time” mostraram a boa capacidade de cirar músicas mais lentas, para estourar com “The Number of the Beast” (Iron Maiden), fechando o show de forma especial, pois contaram com a participação de  Thomas Zwijsen, que logo mais subiria ao palco com o Blaze, e a participação de Alex Finckler, vocalista da região conhecido pelo seu timbre e presença de palco bastante semelhante ao de Bruce Dickinson. Uma ótima forma de encerrar um grande show e colocar as atenções voltadas à Donzela de Ferro, pois em poucos minutos, um de seus vocalistas estaria naquele palco.

 
Thomas abre apresentação com os arranjos do seu Nylon Maiden

Com o público bastante ansioso e já agitado pelo show da banda local, Thomas volta ao palco, agora munido de seu violão e de maneira solo, executou 3 clássicos da Donzela, começando com “Aces High”, passando por “The Trooper”, “Fear of the Dark” (esta, como sempre, levantando todo o público e alvo de vídeo clipe oficial) e “Blood Brothers”, todas sendo cantadas pelos fãs mais ávidos e aqui Thomas já mostrava, para quem ainda não o havia visto tocar, o prodígio que é (se ele, com apenas 25 anos já toca tudo isso, imagina mais velho!).

Anne Bakker fez sua última apresentação ao lado de Blaze e Thomas, encerrando a turnê mundial em terras gaúchas

Para executar “Wasting Love”, Anne Bakker e seu violino entram em cena, arrepiando a todos, pois além de ser talentosa e ter feito releitura do clássico no instrumento, a grande parte do público jamais vira e ouvira um violino assim, ao vivo, no mesmo palco onde se toca Heavy Metal. E a versão tirou grandes sorrisos dos presentes e se alguém tinha dúvidas de que um show acústico seria muito bom, deve ter perdido ela ali mesmo.

Aos primeiros dedilhados de “Judgement of Heaven”, uma das melhores composições com os vocais de Blaze no Iron Maiden, o Messiah sobe ao palco e se apresenta para as sedentas e ansiosas 700 pessoas, sendo muito ovacionado, sobretudo ao falar em português com o público, mesmo que seja só o “Tudo bem?”. Que canção que ao violão e violino extrapolou a beleza da versão original! Eu, particularmente, desejava muito que fosse executada.

Sem delongas, o primeiro grande clássico com Blaze no palco: “Lord of the Flies”, para incendiar os fãs e até mesmo a parcela do público que pouco conhecia da sua fase no Maiden. Seguiu-se a bela e triste “Como Estas, Amigos?”, primeira canção da noite do mal falado “Virtual XI” (1998). Incrível perceber que, passados mais de uma década e meia, centenas de vozes cantaram essa canção (que nem o Maiden tocava ao vivo na época), especialmente no refrão.

Com grande carisma, vocalista recebe e é recebido pelo público gaúcho

Após a overdose de Maiden, Blaze executa duas da carreira solo: “Meant to Be” (belíssima e muito aguardada por este que vos escreve) e “The Launch”, mostrando uma partezinha da grandiosidade da sua carreira, até voltar ao Iron Maiden com “Futureal” (uma das melhores faixas de abertura da carreira da banda), colocando o pessoal a agitar de novo até “Soundtrack of Life”, a primeira parceria de Blaze com Thomas e uma canção cujo arranjo ficou perfeita.

 

“Stealing Time” veio, como a única composição inédita executada do EP “Russian Holiday” (2013), com Blaze falando sobre todos os roubos que sofremos, dos bancos, dos políticos e do roubo do tempo que estamos sofrendo, certamente alusão à vida corrida que parece nos deixar com a sensação de que não temos tempo para nada. Aqui o violino de Anne é quem carrega a música nas costas.

 
"Freeedoooommm!"

Um dos maiores clássicos, se não o maior, da sua passagem pelo Maiden, veio em seguida, acompanhada de muita emoção dos presentes e, claro, de uma interpretação digna de Oscar de Blaze. Falo de “The Clansman”, música respeitada até mesmo pelos fãs da banda que não gostavam do seu trabalho na época. E os arranjos de violinos, mais uma vez, roubam a cena. Morrerei e jamais esquecerei desse momento.

Para quebrar um pouco a seriedade, “Doctor, Dorctor” (The Who) é executada. Essa faixa, que além de servir como “aviso” nos shows do Maiden (antes de iniciar a introdução, sempre é executada), a versão foi gravada com Blaze como lado B de single, nos anos 90. Vale a diversão da faixa e o carisma de Blaze cantando-a.

Era chegado a hora de uma das mais belas e marcantes canções da carreira solo de Blaze, aquela faixa que fechou o seu primeiro disco solo, logo após deixar o Maiden e que, segundo algumas fontes, poderia ter estado no próximo disco do Maiden (caso o vocalista tivesse sido mantido). “Stare at the Sun” é uma obra-prima, não menos que isso, cujo arranjo violão e violino veio a casar perfeitamente com a melodia e interpretação de Blaze. Linda e outra para jamais esquecer.

Blaze e Anne executando "Virus"

Muito esperada e praticamente não executada na turnê, “Virus”, música que, segundo o próprio Blaze, diz ser a mais representativa dele no Maiden, ecoou pela Up, com muita gente não acreditando estar ouvindo-a. Nessa faixa, também, o vocalista tira fotos da plateia, registrando o grande e fanático público.

 
A todo instante, Blaze chamava o público à interagir

Ainda havia tempo e faltavam clássicos e, para caminhar par ao final, “Man on the Edge”, como não poderia deixar de ser, foi uma das faixas que mais agitou o público. Canção seminal dos anos 90 do Maiden, há quem acredite que a banda ainda voltará a tocá-la como sexteto. Por ora, a voz original é a responsável por dar vida nos palcos mundo a fora. E, em Santo Ângelo, o público foi ao êxtase com a mesma.

 

“Sign of the Cross”, clássico absoluto do Iron Maiden, não podia deixar de ser executada. Esse épico sombrio, marca um dos momentos mais negros (no bom sentido) da carreira do Iron Maiden que, após a saída de Bruce Dickinson, apresentou seu novo vocalista, Blaze, abrindo o “The X Factor” (1995) com esse som. 11 minutos, muitos momentos variados, dueto entre Thomas e Anne de encher os olhos (e ouvidos!), fizeram desse som um dos ápices (se não o maior deles) da noite.




Com gostinho de adeus, “The Angel and the Gambler” fechou a apresentação, esta que foi a última música do último show com Anne Bakker, a linda e talentosa musicista, que logo no dia posterior partiu de volta para a Holanda. E aqui, como um último adeus, ela deu um show, empolgadíssima com a canção, que, apesar de muitos não gostarem pelo seu refrão repetitivo, certamente marcará as vidas dos presentes neste show.

 
Uma noite história para a região, para os fãs de Iron Maiden e até mesmo para quem só estava ansioso por alguma atração diferente, já que, infelizmente, a região das Missões não abre espaço algum para o Rock/Metal, seu público muito restrito não participa como poderia dos eventos, e a organização, mesmo assim, apostou que o show seria um sucesso aqui, e obteve êxito.

 Blaze Bayley provou, se é que ainda era preciso, o grande vocalista que é

Fica nossos agradecimentos ao Tadeu Salgado por encabeçar a vinda do Messiah aqui e mostrar para a região que, sim, podemos reunir centenas de pessoas em ótimos eventos. Conte com o Road to Metal sempre!

Assista à vídeos exclusivos da apresentação acessando nosso canal no Youtube clicando aqui.

Obs: O setlist pode não estar na ordem (ou mesmo com alguma faixa trocada) e a explicação é simples: o redator, grande fã de Blaze desde os 13 anos de idade, estava diante do seu ídolo pela primeira vez. Então, a resenha foi mais emocional que profissional (o que não quer dizer descuidada). Assim, caso alguém identifique algum erro, peço desculpas.

Setlist Blaze Bayley:

01 – Judgement of Heaven
02 – Lord of the Flies
03 – Como Estas Amigos
04 – Meant to Be
05 – The Launch
06 – Futureal
07 – Soundtrack of My Life
08 – Stealing Time
09 – The Clansman
10 – Doctor, Doctor
11 – Stare at the Sun
12 – Virus
13 – Man on the Edge
14 – Sign of the Cross
15 – The Angel and the Gambler

Set List Black Warts:

01 - Bad Sacristan
02 - Black Warts
03 - Paranoia
04 - Ace of Spades (Motorhead)
05 - Sin Road
06 - Bridge of Hell
07 – Rock’n Roll (Led Zeppelin)
08 - To Forget
09 - Master of Puppets (Metallica)
10 - No More Lies
11 - Sands of Time
12 - The Number of the Beast  (Iron Maiden) (com Thomas Zwijsen)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Entrevista com Dyllan Leandro Christofaro

Abrimos espaço em nosso site para os fãs e admiradores do trabalho de BLAZE BAYLEY. Nosso primeiro entrevistado é dono de uma coleção admirável sobre o Iron Maiden e sobre que passou pela Donzela: Dyllan Leandro. As fotos abaixo são uma minúscula amostra da parte seu acervo que contempla a carreira do Messiah. Enjoy!

 
1 – Olá Dyllan. Fale-nos sobre como você conheceu o trabalho de Blaze Bayley. Qual o primeiro contato e suas impressões na época?
A primeira vez que ouvi a voz dele foi no programa de rádio Backstage em 1994, que tocou a música All or Nothing do Wolfsbane para apresentar aquele que havia acabado de ser anunciado como novo vocalista do Iron Maiden. A impressão causada foi a de que ele não tinha a voz que qualquer fã imaginava que seria apropriada para o Iron Maiden, na verdade. Mas deu aquela impressão de que a banda viria com alguma mudança de direcionamento musical que talvez representasse algo positivo, fugindo daquela linha dos álbuns No Prayer for the Dying e Fear of the Dark.











  
2 – Sobre a carreira de Blaze, o que pensa dela? Eleja seus preferidos em suas diferentes bandas, e o porquê destas escolhas?
A carreira do Blaze, desde seu início com o Wolfsbane, tem muitos momentos excelentes e outros de menor expressão, como ocorre com muitas bandas e artistas. Gosto muito do material hard rock que ele produziu com o Wolfsbane, banda que manteve certa uniformidade de qualidade e direcionamento em sua trajetória e seu último lançamento “Wolfsbane Save the World” surpreendeu-me bastante. Gosto muito desse disco, então elejo este o meu preferido com o Wolfsbane.


Do Iron Maiden, a escolha óbvia é o álbum The X Factor, disco excelente, bem inspirado e muito bem escrito pelo Steve Harris e Janick Gers, principalmente. As sequelas da mudança de formação tornaram esse disco mais denso e obscuro, onde a voz mais grave do Blaze contribuíram na formação do “caráter” desse disco. As injustiças que incidem sobre este disco decorrem da dor da ‘perda’ de Bruce Dickinson à época, com as inevitáveis comparações e dos discos clássicos dos anos 80, que fazem sombra em cima dos lançamentos do Iron Maiden até hoje.


E, da carreira solo do Blaze, tenho como destaque da primeira fase o álbum Silicon Messiah, que trouxe o Blaze Bayley muito inspirado em composições grandiosas, logo após sua saída do Iron Maiden, demonstrando sua força de superação e capacidade de conduzir uma carreira solo com material de qualidade, sem que tivesse a dependência de tocar ao vivo apenas as músicas que gravou com o Maiden.
Embora seja inevitável ele tocar essas músicas do X Factor e Virtual XI, ele tem um número grande de fãs que admira a qualidade dos seus discos solo e reconhece no cara alguém que não é refém de seu passado, que não tem preguiça de criar e de seguir em frente. 


3 – O que você pensa sobre a passagem de Blaze no Iron Maiden?
Apesar de apreciar muito os discos que o Iron Maiden lançou com ele nos vocais, se a contratação do Blaze pelo Iron Maiden tivesse sido a coisa certa a ser feita, sua passagem pela banda não teria sido tão breve.
Como disse, The X Factor é um disco de que gosto muito, ouço com frequência e é possível perceber que é algo no qual Steve Harris empenhou-se demais. Essas composições mais densas formam um conjunto de excelente qualidade, embora diferente de tudo que a banda havia feito no passado.
Embora o Blaze tivesse condições de executar com perfeição as músicas compostas para sua voz, a execução ao vivo dos antigos clássicos da era Bruce Dickinson comprometiam a qualidade das apresentações do Iron Maiden. O próprio Blaze reconhece não possuir o alcance vocal de Dickinson.

Portanto, a passagem do Blaze pelo Iron Maiden reuniu uma produtividade em estúdio bastante inspirada, principalmente no X Factor, com apresentações ao vivo que expuseram a inadequação da voz do Blaze para a execução de clássicos indisponíveis do Iron Maiden.

4 – Você tem uma bela coleção de itens sobre o Blaze. Como se deu o início dessa coleção?
Na verdade, sou colecionador do Iron Maiden. E minha coleção inclui itens dos membros da banda em carreiras solo e outros projetos. Tenho muitos itens do Bruce Dickinson e Samson, Paul Dianno e suas bandas Battlezone e Killers, Adrian Smith, Nicko McBrain e outros.
Então minha coleção do Blaze é, de fato, um segmento de minha coleção do Iron Maiden e inclui os CDs do Wolfsbane e da carreira solo do Blaze, incluindo as edições especiais apenas disponíveis em pré-venda no site do próprio Blaze.

5 – Qual item você considera o seu predileto? Qual o mais difícil de adquirir?
Da coleção do Blaze... vou colocar esse Platinum Package do Soundtracks of My Life tanto como predileto como o mais difícil de adquirir, pois foi esgotado em poucas horas na pré-venda e que garantiu aos compradores o nome no encarte e a inclusão de uma foto no livreto especialmente produzido para a coletânea. Estamos eternizados na biografia do Blaze.

6 – Se por alguma desventura do destino você tivesse que se livrar de sua coleção, mas ficar com apenas um objeto dessa coleção, qual você escolheria?
O Platinum Package do Soundtracks of My Life, pelos motivos que expus na resposta anterior.

7 – O que você teria a dizer para quem critica o trabalho, a voz de Blaze sem ao menos tentar conhecer sua carreira, julgando apenas pela sua passagem no Iron Maiden?
Eu respeito a opinião das outras pessoas e não forço ninguém a ter a mesma concepção das coisas que eu tenho. Eu gosto de bandas de diversos segmentos do metal, aprecio Rhapsody, Dimmu Borgir, Slipknot, Ghost, Slayer, The Beatles, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Judas Priest, Rush, Queen, Kiss, Manowar, Cradle of Filth, Nightwish e muitas outras.
Não é muito comum pessoas que possuem essa disposição em apreciar uma gama tão grande de diferentes tendências e estilos de música pesada.

Então, quem faz um juízo desfavorável da carreira do Blaze com base no que ele fez com o Iron Maiden tem suas razões para pensar desta forma. E se o indivíduo não tem interesse em ouvir outros discos dele, paciência.

Eu penso que nós apenas devemos perder o precioso tempo de nossas vidas apreciando aquilo que nos proporciona certa satisfação, eu não perco meu tempo sendo um ‘hater’ daquilo que não me interessa ouvir. E a gente percebe que muitos ficam descendo a boca em bandas na internet com o claro propósito de provocar intrigas e ofender aqueles que gostam, o que é, na minha opinião, desperdício de tempo.

8 – O que você achou do ultimo disco de estúdio de Blaze? E o que você espera para o próximo álbum?
The King of Metal é, na minha opinião, um disco inferior aos anteriores, um material menos rico e inspirado do que os outros lançamentos recentes do Blaze. Eu particularmente, aprecio muito mais o The Man Who Would Not Die e o Promise and Terror, pois a banda que os gravou estava bastante afiada. Mas essa é a impressão que eu tive.
Entre o The King of Metal e o último do Wolfsbane, fico com o do Wolfsbane.

9 – Obrigado pela atenção Dyllan. Um grande abraço e deixe por aqui sua mensagem aos leitores da Blaze Bayley Brazil!
Eu que agradeço a oportunidade. É muito legal perceber que aqui no Brasil o Blaze é sempre recebido com bastante carinho em muitas cidades por onde ele se apresenta ano após ano. É um artista que aprendemos a cada dia admirar pela sua perseverança, humildade, simpatia, profissionalismo e por ser alguém que demonstra possuir uma imensa gratidão e admiração pelos seus fãs. Um grande abraço a todos. 
Keep rockin’ !!!

BLAZE BAYLEY/ Thomas Zwijsen - Teatro Odisséia, Rio de Janeiro


Por Marcos “Big Daddy” Garcia/ Fotos: Daniel Croce/ vídeos: Rafael Jank

Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2014, no Teatro Odisséia, Rio de Janeiro, Brasil.

Promotor: Open The Road Booking/Management/Productions
Preço: R$ 60.00

Uma tarde quente deu lugar a uma noite tempestuosa e chuvosa no Rio de Janeiro, e o Teatro Odisséia chegou a pôr alguns guarda-chuvas de praia do lado de fora da casa para proteger o público de uma tempestade de Verão na cidade. Mas nada que afastasse o público, pois esta foi a noite de um show de BLAZE BAYLEY na cidade, uma parte da turnê brasileira de divulgação do CD “Soundtrack of my Life”.


Um bom público tomou a casa, ansioso por Blaze, mas antes, veio um show acústico calmo e bem intimista com Thomas Zwijsen, o guitarrista que tem tocado com Blaze por alguns anos.




Com um violão nas mãos, e tendo o público cantando (sim, a platéia estava cantando junto conforme ele tocava), ele mostrou muita simpatia e boa comunicação com o todos. Seu estilo lembra de algo que fica entre a Música Clássica e o Flamenco, com alguns acordes virtuosos em velhas canções do IRON MAIDEN, como “Aces High”, “Blood Brothers”, e o hit “Fear of the Dark”, todas elas seguidas de cantos e aplausos da platéia. Mas ele também tocou uma versão para “Behind Blue Eyes”, dos velhos dinossauros ingleses do THE WHO.

Um ótimo aquecimento, mas queremos ouvir mais canções de sua autoria da próxima vez, Thomas.

Setlist:
Aces High
Fear of the Dark
Run to the Hills
Behind Blue Eyes (THE WHO cover)
Blood Brothers


E mal o show de Thomas terminou, ele pegou a guitarra elétrica, e junto com os membros do TAILGUNNERS (Lennon Biscasse no baixo, Lely Biscasse nas guitarras e Gustavo Franceschet na bateria. Ouçam o disco novo deles, “The Gloomy Night”, e entenderão o motivo deles terem sido escolhidos para estarem na banda desta turnê), e BLAZE BAYLEY subiu ao palco, detonando o clássico “Lord of the Flies”, seguida de “The Launch”, “Futureal” e “Judgement of Heaven”.


O show inteiro foi uma mistura de músicas antigas do IRON MAIDEN da época de Blaze, e muito material de sua carreira como BLAZE e BLAZE BAYLEY (lembremos que há esta divisão na carreira dele). E todas são belas canções, e a justificativa para muitos fãs preferirem Blaze no IRON MAIDEN que o retorno de Bruce. Mas isso é outro papo, para outra hora.
 

Blaze no palco se mostra um grande vocalista (canta da mesma forma que se ouve nos discos, talvez até melhor), um grande frontman (tendo toda a atenção do público por todo o show), um grande entertainer (ele conversa, faz piadas e põe fogo na audiência a cada momento, mostrando bom humor no palco e fora dele), e um grande ser humano (mais abaixo poderão ler o motivo desta afirmação), acompanhado de ótimos músicos (Thomas e Lely são ótimos guitarristas e mostram enorme simpatia no palco; Lennon é um ótimo baixista, tendo muita energia e não ficando parado por muito tempo no mesmo lugar, e Gustavo toca muito. Vocês precisam vê-lo em ação!). 


A a platéia estava em êxtase, ficando enlouquecida a cada canção, com Blaze tendo cada um dos presentes em suas mãos, cantando grande canções como “Robot”, “Vírus”, mas os melhores momentos foram, sem sombra de dúvidas, quando tocaram “The Sign of the Cross” e “The Clansman”, onde todos os presentes gritavam “Freedom” à plenos pulmões (a minha própria garganta está em frangalhos, mas que se dane, hahahahaha). “Man on the Edge” foi precedida de um discurso de Blaze de como ele ama o Brasil, e antes da última canção, ele disse ao público: “esta é a última canção, e depois dela, eu estarei lá, no bar, esperando por vocês”, e tocaram “The Angel and the Gambler”, onde ocorreu um duelo de solos de guitarras entre Thomas e Lely.

E quando a música acabou, Blaze desceu do palco e foi para o bar do Teatro Odisséia, onde autografou CDs e revistas, tirou fotos com os fãs e falou com todos até o último fã. Algumas bandas deveriam lembrar disso, pois todas elas vieram do underground, e terem a mesma atitude...


Um ótimo evento, logo, parabéns à Agência Open the Road e ao Teatro Odisséia por mais um grande evento!


Setlist:

Lord of the Flies
The Launch
Futureal
Judgement of Heaven
The Brave
Como Estais Amigos
Stare at the Sun
Lightning Strikes Twice
Robot
Virus
Sign of the Cross
Soundtrack of My Life
The King of Metal
The Clansman
Man on the Edge
The Angel and the Gambler




Fonte: http://www.metal-temple.com/

Vídeos: 

"The Launch":


"Robot":



"Soundtrack of My Life":




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