quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Blaze Bayley: "Man On The Edge" foi concebida a partir de um filme com Michael Douglas

 

Blaze Bayley revela como um filme de Michael Douglas – e um trabalho de entregador de jornais – ajudou a inspirar o renascimento do Iron Maiden, na esteira da saída de Bruce Dickinson.

Em depoimento à seção "How I Wrote...", na página 20 da revista Planet Rock 20, de junho/2020 (sim, é tudo ‘20’!), Blaze Bayley detalha a inspiração para "Man On The Edge", seu maior sucesso com a Donzela de Ferro. O relato, traduzido na íntegra, segue sem assinatura jornalística por se tratar de um texto em primeira pessoa:

"Quando me juntei ao Iron Maiden em 1994, Steve Harris me disse: ‘Não importa quem escreva as músicas, desde que sejam ótimas músicas do Maiden’. Àquela altura, nada havia sido composto para o próximo álbum e Steve queria um começo completamente novo, então ele me encorajou a escrever e disse: ‘Vamos ver o que acontece’.

Janick Gers tinha sido o ‘novo garoto’ antes de eu me juntar à banda, um cara muito adorável, então ele me botou debaixo de suas asas. ‘Man On The Edge’ foi escrita no home studio de sua casa em Londres. Eu tinha um caderno de letras, poemas e idéias e quando Janick começou a tocar o riff, comecei a folhear meu caderno e me lembrei dessa idéia que eu tinha para uma música baseada no filme ‘Falling Down’, com Michael Douglas [nota: lançado no Brasil como ‘Um Dia De Fúria’ em maio de 1993].

No filme, seu personagem entra na rotina de se levantar e ir trabalhar, muito embora ele, na verdade, não tenha mais seu emprego: seu orgulho não o deixa admitir que perdeu o trabalho. Aquilo realmente ressoou em mim porque quando eu era jovem, fui despedido de um trabalho como entregador de jornais. Por estar com medo de meu padrasto, eu me levantava às 7:00 todas as manhãs, deixava a casa e fingia que estava indo trabalhar, de todo modo. Então disse a Janick: ‘O que você acha disso?’ e comecei a cantar ‘Falling down’ como um refrão e isso se encaixava perfeitamente no riff dele.

Dentro de mais ou menos uma hora, tínhamos escrito a maior parte da música e quando a levamos para o restante da banda, ela simplesmente ganhou vida com Nicko McBrain, Dave Murray e Steve Harris a tocando. Tive uma incrível sensação de euforia ao observá-los dar a ela um completo tratamento Iron Maiden.

Sempre fui um grande fã do Maiden, então você pode imaginar o quão grandioso para mim foi perceber que minha idéia era boa o suficiente para ser uma parte de um álbum do Iron Maiden... e isso foi antes de eu me dar conta de que ela seria escolhida como single. Ele foi lançado em setembro/95, antes de ‘The X Factor’ sair em outubro, e foi um sucesso imediato. O single foi Top 10 no Reino Unido, liderou as paradas de rock por toda a Europa e, de fato, tirou Madonna do topo das paradas na Grécia, como descobri mais tarde.

 

Este foi um imenso momento de orgulho para mim, não apenas como compositor ao colocar minha primeira música como Número 1, mas como um fã de metal ao superar a Rainha do Pop. Nós tocamos ‘Man On The Edge’ no Top Of The Pops, em performance após o Eurythmics, outro momento de orgulho. Eu a cantei completamente ao vivo, sem qualquer tipo de grito de comando ou tentativas em animar a plateia, e então as pessoas diziam depois: ‘Por que você não a cantou ao vivo?’. Mas eu cantei!

 

Toda a experiência no Maiden foi fantástica para mim. Agora, grato, não esperava que meu tempo na banda acabasse tão rapidamente, mas, como um fã, sabia, desde o momento que me juntei a eles, que eu seria parte da história do Maiden para sempre. ‘Man On The Edge’ permanece no setlist do Maiden e ouvir Bruce Dickinson, um dos meus cantores favoritos e um cara cuja voz ajudou a definir os vocais do metal para o mundo, cantando uma música que eu co-escrevi jamais me fará sentir menos do que incrível".

FONTE: Revista Planet Rock 20 (junho/2020)

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Iron Maiden: por que escolheram Blaze e não Michael Kiske ou Geoff Tate?


O baterista Nicko McBrain, do Iron Maiden, refletiu sobre a passagem do vocalista Blaze Bayley pela banda em recente transmissão ao vivo feita pelo canal de Aquiles Priester no YouTube. Bayley fez parte do Maiden entre 1994 e 1999, substituindo Bruce Dickinson.
Durante o bate-papo, Nicko foi perguntado se considerava Blaze Bayley, de fato, a melhor opção para substituir Bruce Dickinson. Ele também foi questionado se um vocalista como Michael Kiske, que havia acabado de deixar o Helloween e estava trabalhando com Rod Smallwood (empresário do Iron Maiden) na época, não poderia funcionar de forma mais adequada para a banda.
Nicko, então, respondeu, conforme transcrito pelo BraveWords: 
"Não me entenda mal, mas nós ouvimos milhares de pessoas. Tivemos pessoas ouvindo CDs, fitas, fotos, currículos e tudo o mais. Com relação a Michael Kiske... realmente queríamos um cantor britânico. Geoff Tate foi especulado e foi algo como: 'bem, ele é americano e essa é uma banda britânica'. Houve um pouco desse viés".

Em seguida, o baterista comentou que Blaze Bayley tinha uma performance irregular, de certa forma, durante sua passagem pelo Iron Maiden.
"O lance com o Blaze é que ele cantava muito bem em algumas noites, era brilhante. E tinham várias outras noites em que não era tão bom"


Apesar disso, os álbuns gravados com Blaze, "The X Factor" (1995) e "Virtual XI" (1998), foram elogiados por Nicko McBrain. 
"Tivemos esses dois discos, 'The X Factor' e 'Virtual XI'. E, claro, tivemos aquele esquema de divulgação com os times de futebol e tudo o mais. Ele estava em sua glória! Então, sim, fizemos dois grandes álbuns. Ame ou não, fez parte da história do Maiden e eu não interpreto isso de outra forma",
NIcko ainda afirma que adora "Sign of the Cross" e "When Two Worlds Collide", e que a produção poderia ter sido melhor.

Assista à entrevista na íntegra no player de vídeo a seguir (em inglês, sem legendas).


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