O vocalista britânico Blaze Bayley
divulgou recentemente alguns detalhes de seu próximo álbum de estúdio.
Previsto para ser lançado em março de 2018, o nono álbum de estúdio da
carreira-solo de Blaze se chamará The Redemption Of Willian Black (Infinite Entanglement Part III). Este disco encerrará a trilogia que começou em Infinite Entanglement, de 2016.
Atualmente, a banda que acompanha Blaze
Bayley é composta por Chris Appleton (guitarras), Martin McNee (bateria)
e Karl Schramm (contrabaixo), todos integrantes da banda Absolva.
E Blaze já tem agendado várias datas para 2018! Será que o Brasil entra na rota
ano que vem na tour de "The Redemption Of William Black"? Abaixo o cartaz de um dos shows a ser realizado na França (um dos 3 já confirmados), onde haverá captação de imagens para um
futuro DVD!!
Em recente entrevista para o apresentador Jack Antonio, no programa de rádio “Do You Know Jack”, o vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, comentou sobre o quão surpreso ele ficou com a escolha de Blaze Bayley para substituí-lo em meados do começo dos anos 90. Acompanhe abaixo a declaração de Dickinson:
“Eu realmente gosto muito do Blaze. Gosto dele como ser humano. Ele é um cara adorável.
Lembro de ir ao escritório de meu empresário e havia um cara por lá,
que não trabalhava mais com isto, mas conversando com ele, e me disse o
quão grandiosa era a oportunidade e como ele cuidaria daquilo de forma
brilhante. Eu disse pra ele ‘Olha, ele ganhou a vaga. Claro, ofereceram
pra ele, óbvio que ele vai pegar. Mas alguém pensou em como ele vai
fazer com o material antigo? E o lance não é só alguém pra cantar, mas
como vocês vão lidar com a reação dos fãs?’ Pois eu fiquei surpreso que
Blaze tenha sido o escolhido. Eu fiquei feliz por ele, mas havia uma
grande oferta de outros bons vocalistas disponíveis. Pensei ‘Wow, eles
poderiam ter escolhido alguém com uma voz que pudesse fazer o que eu
fazia’. Mas escolheram Blaze. Obviamente eles decidiram optar por alguém
diferente, mas esta escolha trazia seus próprios desafios. Eu me
perguntava se alguém da parte dos empresários tinha ideia do quão
difícil seria aquela tarefa”.
A Metal Hammer conduziu uma entrevista com o ex vocalista do Iron Maiden Blaze Bayley. Em determinado momento, o músico foi questionado quais seriam as músicas favoritas do Iron Maiden, as quais não constam em “The X Factor” ou “Virtual XI”.
Muitos fãs questionam a importância das coletâneas na
discografia do Iron Maiden e talvez elas realmente não sejam relevantes para
quem já conhece o trabalho da banda a mais tempo. Mas todos os anos a Donzela
de Ferro ganha milhares de novos fãs a cada turnê e a cada lançamento. Dessa
forma as coletâneas ganham um papel muito importante, a partir do momento que
são responsáveis, em grande parte, por apresentar aos novos fãs o que de melhor
a banda já fez.
Em 21 de setembro de 1996 o Iron Maiden lançou "Best of the Beast", sua primeira
e melhor coletânea, basicamente para apresentar o histórico da banda para os novos fãs. "Best of the Beast" é praticamente a única coletânea que respeita a importância de todos os vocalistas e ex-membros que tiveram registro na banda, visto que as atuais só dão valor ao que foi gravado, ou regravado, por Bruce Dickinson, o que é uma atitude bastante questionável.
Saiba mais sobre outros lançamentos da era Blaze clicando aqui.
A coletânea foi lançada em 4 formatos, sendo a versão em CD
simples a mais comum. As outras versões incluem um vinil quádruplo, fita K7 e box
com dois CDs.
O box com quatro LPs vem com um tracklist maior (34 faixas) -
nele está incluído o primeiro disco gravado pela banda, o lendário "The
Soundhouse Tapes". Além das músicas adicionais, a edição em vinil traz um poster
e um livro do tamanho de um LP, com capa dura com a descrição das principais
datas que marcaram a história da banda, muitas fotos e letras das músicas. Simplesmente,
o mais belo item lançado pelo grupo até o momento. Lançado somente na
Inglaterra e EUA.
A versão em duplo CD é mais completa. O encarte, um livreto
em capa dura, contém informações precisas como datas de lançamento de singles, álbuns
e discos ao vivo. Traz também uma breve biografia da banda, desde seu início
até a fase Blaze Bayley de 1995. O álbum contém 27 canções, entre elas versões
raras como a faixa "Vírus", que era inédita, a faixa "Iron
Maiden", que era parte do primeiro compacto da banda, o Soundhouse Tapes, e
uma versão da música "Strange World" que ficou de fora desse mesmo
compacto. Essa versão dupla era limitada. Foi lançada apenas na Europa e Japão,
junto com a versão em cassete, hoje item de colecionador
No Brasil, o CD possui 16 canções e a última faixa ("Hallowed
Be Thy Name") precisou ser editada para caber em um CD comum. Esta versão
não era edição limitada, mas com a chegada da nova coletânea, Edward the Great,
a EMI resolveu retirá-la de catálogo. É
muito simples em comparação aos outros dois, mas tem o seu valor, visto que foi
o único dos três lançado no Brasil e não foi lançado nesse formato em alguns
países, ou seja, vale pela raridade e curiosidade. O ponto curioso nesse disco
é a ausências de músicas originais dos dois primeiros álbuns da banda. Elas
existem, mas estão em versões ao vivo sem o vocalista original.
A capa criada por Derek Riggs contém diversas versões de
Eddie: com machado de Killers, o lobotomizado de Piece of Mind, o soldado de "The
Trooper", a múmia de Powerslave, o zumbi atingido por raio de Live After
Death, o cyborg de Somewhere in Time, e com a mão de gancho da turnê No Prayer
on the Road.
Confira a seguir o vídeo oficial da música "Eating Lies" do vocalista Blaze Bayley (IRON MAIDEN, WOLFSBANE). Esta música está presente no nono álbum solo do vocalista britânico, "Endure And Survive", que foi lançado no dia 3 de março deste ano, via Blaze Bayley Recording.
A espetacular arte do album é de autoria de Andreas Sandberg, com imagens adicionais de Christopher Steenstrup, que está trabalhando em um vídeo game baseado na trilogia "Infinite Entanglement".
O cartunista brasileiro Val Andrade lançou mais um vídeo animado do Iron Maiden, desta vez para a canção "Man on the Edge", lançada pela banda em seu álbum de 1995, "The X Factor", confira abaixo.
Os próximos dois anos prometem ser bem agitados para Blaze Bayley. Em recente entrevista para o The Metal Voice no Canadá, o vocalista deu detalhes do que está por vir. Confira abaixo os detalhes:
Sobre a próxima turnê canadense ser um pouco diferente das outras anteriores
"Eu posso trazer a minha própria banda, a Absolva, diretamente da Europa. Ela é uma banda que tem seu próprio estilo e eles têm trabalhado comigo nas últimas quatro turnês que eu fiz. Eu tenho escrito canções com os caras, e foram eles que tocaram na primeira parte da trilogia de "Infinite Entanglement" e depois no "Endure and Survive". Posso dizer que é excelente tê-los comigo."
Sobre o que os fãs podem esperar da parte 3 de "Infinite Entanglement"
"Mais ou menos por volta de 01 de março de 2018. Quando começamos e olhamos para o primeiro álbum e percebemos que tinha muito a ser feito em apenas um álbum. Nós pensamos que não era um grande álbum, Serão três álbuns porque uma das músicas que você vai ouvir na parte 3 é algo que já temos pronto na parte 1. Mas quando você olha para as letras e quando você olha para a música e o que é dito que este é o lugar onde ele (o personagem) está na parte 3. E havia uma outra canção e este é o lugar onde ele está na parte 2, por isso só faz todo o sentido. Eu sou muito afortunado em ser minha própria 'gravadora', pois assim, eu posso realmente dizer quando será a data de lançamento. Então eu pensei, primeiro de março de 2016, março 2017 e março 2018 e vamos fazer um álbum por ano e realmente a coisa funcionou."
Sobre a parte 3 da trilogia
"A parte 3 já tem cerca de sete canções que nós pensamos que são boas o suficiente no momento em que temos um pouco de tempo antes de chegarmos à pré-produção principal, onde temos flashes de inspiração. Estou a trabalhar nas letras no meu tempo livre. Da parte 3 temos o esqueleto e agora temos que encontrar todas as outras partes. Eu tenho uma ideia de onde o personagem principal estará no final da história. Depois, é claro, de termos esta conclusão, voltamos para a turnê mundial para divulgar a parte 3. No final, farei um álbum ao vivo e um DVD com todo o set list executado na turnê. Depois de primeiro de março 2019 eu espero ter o meu livro completo, porque a trilogia é baseada no nele, ao qual eu estou escrevendo. Então você terá todas as respostas dos três álbuns, você terá a história de volta com os personagens e tudo mais."
O EMP Live espanhol entrevistou Blaze Bayley no início de agosto de 2017, que falou sobre sua vida e sobre o seu tempo no Iron Maiden e do apoio que recebeu dos fãs e de seu antecessor e sucessor, o vocalista Bruce Dickinson, veja abaixo alguns trechos:
"Acho que todos nós, quando nos apaixonamos por uma banda e uma voz, é muito complicado se adaptar a outra. Eu tive muito apoio dos milhares de fãs de todo o mundo, embora existam até hoje aqueles que me odeiam e odeiam minha voz. Tudo bem, impossível agradar a todos".
"Meu estilo é muito diferente do Bruce, e quando o Iron Maiden me chamou para entrar no seu lugar eu fiquei surpreso, pois minha voz é muito diferente. Mas foi o trabalho mais incrível do mundo. Como cantor de Metal, é provavelmente o emprego nº 1 que você pode ter - ser vocalista do Iron Maiden. Então minha paixão e coração estavam lá, e o que fizermos no 'The X Factor' e 'Virtual XI' foi incrível. E as pessoas que talvez não gostaram das mudanças na época hoje, que foi relançado em vinil, ouvem com uma nova perspectiva, e talvez por isto eu seja hoje mais popular que na época em que estava na banda. Hoje, passados mais de 20 anos, as pessoas acompanham o que Blaze Bayley está fazendo."
"O principal motivo de minha saída do Iron Maiden foi por causa do mercado musical na época e a pressão da EMI (gravadora do Iron Maiden). Estava rolando uma reunião do Black Sabbath com Ozzy (Osbourne), Deep Purple estava com a formação clássica tendo Ian Gillan, e as vendas de CDs começaram a despencar. Então as gravadoras começaram a pressionar bandas para se reunir. Pra mim foi um período horrível, mas ainda assim é uma época do qual tenho boas lembranças. E Steve Harris foi realmente um mentor e me ensinou muita coisa que eu uso hoje em dia em meu trabalho".
"Bruce Dickinson e eu éramos amigos desde antes de eu entrar no Iron Maiden, e Bruce me apoiou muito quando eu estava na banda e depois que eu saí. Ele tinha um programa de rádio e sempre ajudava a divulgar meu trabalho. Tenho um vídeo novo, para a música 'Escape Velocity', que foi filmado em seu simulador de voo. Então ele sempre me ajudou muito".
Confira no vídeo a entrevista completa em inglês, com legendas em espanhol.
Em 2011 Blaze Bayley conversou com o site sueco Critical Mass. O cantor deu um fiel testemunho dos últimos e atribulados tempos. Confira.
Por que o Wolfsbane não se reuniu logo após sua saída do Iron Maiden?
Aprendi muito no Maiden, trabalhando com Steve Harris e Dave Murray, em particular. Aprendi sobre composição e ganhei muita confiança e habilidade. “Man On The Edge” foi um hit, entrou no Top 10. Trabalhei em “Futureal” com Steve, participei de “The Clansman” e “Lord of the Flies”. Dizia para mim mesmo: “Eu realmente consigo fazer isso! Tenho minhas próprias idéias e posso expressá-las, vou formar minha própria banda”. Também contou o fato de eu querer continuar trabalhando com dois guitarristas. Então segui esse caminho, que era apropriado. Um tempo depois, ia fazer uns shows e chamei os caras. Alguns amigos antigos ouviram falar e nos apoiaram. Depois pensamos em fazer um álbum. Nossa mentalidade é mais próxima de uma banda escolar, enquanto a carreira solo é meu emprego.
Quando você anunciou a dissolução da banda Blaze Bayley, declarou que era muito difícil manter o grupo devido a fatores mentais, financeiros e emocionais. Por quanto tempo foi assim?
Mais ou menos um ano. Quando começamos o último álbum, meu pai estava morrendo de câncer. Tive que tirar uma folga das gravações. Sequer tínhamos dinheiro para finalizar o disco. Ficávamos olhando um para o outro e pensando: “Mesmo que terminemos de escrever, não teremos grana para gravar a bateria. E mesmo que consigamos gravar a bateria, não teremos o suficiente para todo o resto”. Queríamos lançar o livro ao mesmo tempo (o baterista Lawrence Paterson escreveu At The End Of The Day, contando a história do grupo). Tivemos que pedir dinheiro emprestado. Implorei a amigos para conseguir fazer o disco e o livro. Vivemos com nada enquanto fazíamos a primeira parte da turnê de Promise and Terror. Conseguimos um pouco de dinheiro no meio da excursão, então as coisas ficaram bem entre junho e setembro do ano passado.
Como não tínhamos manager, não agendamos seis meses para frente, como era antes, então tínhamos pouco a fazer pela frente. Estávamos tocando pelo que desse. Não conseguíamos pagar as contas direito, mal conseguia honrar meu aluguel. Queria começar uma família com minha namorada, ela estava grávida e um dia chegamos a ficar sem eletricidade e comida. Tive que vender o primeiro disco de prata que ganhei com o Iron Maiden. Comecei a vender tudo que tinha, meu aparelho de som, tudo. Voltei da turnê devendo para todo mundo.
Quando fui para o Brasil, em janeiro, estava tendo pensamentos suicidas. Ao voltar, minha namorada me fez ir a um psicólogo. Me sentia uma fraude, pois minhas letras eram sobre lutar, seguir em frente, enfrentar os problemas. Mas me sentia esmagado, não queria mais viver. Conversei seriamente com minha namorada ao voltar. Tentamos agendar uma turnê, mas no fim a situação mostrava que se continuássemos daquele modo, não faríamos dinheiro. Jamais conseguiria pagar o que devia. Ainda tenho dívidas da banda. Não iríamos poder dar nada para o bebê que ia nascer.
Enquanto estávamos fazendo os shows, ainda acreditávamos. Mas um dia o carro morreu em uma montanha e tive que esmolar para poder voltar para casa. Ali era o fim, tudo tinha acabado. Não tínhamos como ir de Birmingham à Suíça e tive quase que roubar para conseguirmos. Foi terrível, ficava cada vez pior, não podia mais continuar. Perdi a vontade de viver, não me sentia confortável naquela escuridão. Quando terminamos aquilo, comecei a sentir minha vida voltar e fui a um médico. Passei a tomar remédios e achei que talvez houvesse um futuro. Talvez pudesse fazer outro álbum. Talvez tivesse algo a dizer. Por sorte, os fãs me apoiaram e parece que há mesmo um futuro.
Como você se sente hoje?
Muito melhor! Positivo. Foram meses difíceis, tive que cancelar os shows de maio e junho. Mas agora já temos os próximos seis meses agendados. Tive que arrumar um trabalho temporário em uma fábrica, mas em agosto volto a me dedicar integralmente à música. Trabalharei no novo disco do Wolfsbane, depois farei a primeira tour solo pelos Estados Unidos, com 20 apresentações. Ano que vem, farei um disco acústico, que já comecei a escrever. Tenho umas idéias para 2013. Sinto que estarei forte o suficiente para fazer um grande álbum de Metal, o melhor que já lancei!
Por: Alexandre Temoteo, Ricardo Lira e Val Oliveira
16 álbuns de estúdio, algumas dezenas de singles e outras tanto de CD's ao vivo, DVD's e box sets. Sem dúvidas, a discografia do Iron Maiden é digna de respeito. Através dela, a banda arrebatou legiões de fãs em seus mais de 40 anos de existência. Contudo, mesmo com toda essa obra, será que há algo que a banda guarda em seus arquivos?
O Blaze Bayley Brasil, em parceria com os renomados Alexandre Temoteo (Iron Maiden Brasil) e Ricardo Lira (Iron Maiden Pub), simplesmente dois dos caras que são verdadeiras referências no que diz respeito à história da banda, fez um levantamento conjunto sobre gravações esquecidas pela banda. Algumas realmente existem, porém, outras são especulações, haja vista detalhes e depoimentos de fãs que presenciaram tais épocas. Então, vamos ao resultado da pesquisa:
The Number of The Beast poderia ter sido um disco com Paul Di’Anno?
Paul saiu da banda em setembro de 1981, fazendo seu último show em Copenhagen, Dinamarca no dia 10 de setembro de 1981. Bruce fez sua estréia em 26 de outubro do mesmo ano na Itália com alguns shows de aquecimento, como forma de apresentar aos fãs o novo vocalista. "The Number of the Beast" foi lançado em 22 de março de 1982. O single "Run to the Hills" foi lançado um mês antes. Com esse pouco tempo para compor, gravar, mixar e lançar um novo disco, é provável que exista demos de músicas com Paul. O vocalista inclusive já chegou a afirmar em algumas entrevistas que chegou a gravar algumas demos do "The Number of the Beast". Nessas demos constariam "Run To The Hills" e "Hallowed Be Thy Name". Paul inclusive chegou a dizer que tinha as fitas, mas que as tinha perdido. Será que um dia poderemos confirmar a existência dessa fita e, o mais importante, ter acesso a ela?
Agora um exercício de imaginação: Esquecendo o "The Number..." com a voz de Dickinson, será que o disco teria o mesmo êxito com a voz de Di’Anno?
Sabe-se que o Maiden sempre tem músicas previamente compostas antes de entrar em estúdio pra gravar um álbum. Apesar de acreditar que Bruce Dickinson tenha ajudado em algumas das composições de Number e não ter sido creditado devido a um contrato do Samson que o impedia, parte do álbum provavelmente já existia em processo de composição ou em formato demo – o que não quer dizer que eram músicas completas. E se isso aconteceu, acredito ter sido no máximo durante as gravações do LP "Killers" e do single "Twilight Zone" – que foi de fato a última sessão em estúdio com Paul.
O Maiden tocou 4 músicas prévias no encerramento da Killer World Tour com Dickinson: “22, Acacia Avenue”, “Children of the Damned”, “Run to the Hills” e “The Prisoner”. Dado o pouco tempo entre a entrada de Bruce no Maiden e o início da última parte da turnê, estas podem ter sido músicas, digamos, de mais rápida conclusão. “22” foi remodelada de uma composição original de Adrian Smith da época da Evil Ways; “Children” e “Hills”, segundo Rob Grain, seguiram padrões de músicas da própria Samson (lembrando que havia intercâmbio de membros nos estúdios e troca de fitas de ensaio). Resta saber em que pé estava “The Prisoner”...
Em uma última nota, da última vez que Ricardo Lira perguntou a Paul Di’Anno sobre as tais demos, sua resposta foi “They don’t exist!!”. Porém, conhecendo um pouco da personalidade de Paul, ele não descartaria a questão por completo.
Testes com gravação em estúdio com Terry Slesser em 1981?
Não é segredo para ninguém que Steve Harris já estava de olho em Bruce Dickinson há algum tempo. Mas há algo interessante que Steve fala do DVD "Early Days", sobre um teste feito com Terry Slesser, ex vocalista do Beckett. O baixista fala com todas as letras que algumas músicas ficaram muito boas com ele, e outras nem tanto, o que nos leva a deduzir da maneira mais obvia possível que houveram ensaios com o vocalista.
Já que Bruce era unanimidade nos planos de Steve Harris, penso que Terry Slesser era uma espécie de "plano B", caso as coisas não caminhassem bem com Bruce Dickinson. E assim como houve um teste gravado em estúdio com Mr. Air Raid Siren, poderia também ter havido um (gravado) com Terry Slesser?
The X-Factor poderia ser com Doogie White?
Quando Bruce Dickinson anunciou que estava deixando o Maiden em 1992, um dos candidatos à vaga na época foi Doogie White (Rainbow, Yngwie Malmsteen). Em entrevista ao site Metal-Rules, em 2005, Doogie contou que fez um teste em 1993 no estúdio de Steve Harris, tendo cantado em duas sessões diferentes, sendo que a última fora gravada para análise. Doogie é um ótimo vocalista, e com certeza seria interessante ouvi-lo à frente do Maiden. Provavelmente teria maior aceitação que Blaze.
A fita com as suas audições permanece sendo um santo graal para os fãs.
Mais uma vez vem o exercício de imaginação, de como soaria o The X-Factor, já que a sonoridade foi feita para a voz de Blaze, que coescreveu boa parte das canções, inclusive a clássica “Man On The Edge”. E caso ele fosse bem sucedido, provavelmente não haveria a necessidade da volta de Bruce.
Ricardo Lira acredita que a fita não esteja nem em posse de Doogie White, devido ao rígido sistema “hoje aqui, amanhã embora” do Iron Maiden. As fitas ficam nos arquivos da banda exatamente para evitar que vazem. Entretanto, é possível ouvir Doogie em álbuns tributo ao Maiden (com outros músicos, é claro).
The X Factor passou por um difícil processo em 1994 e 1995. Além do acidente de moto com Blaze, vários ajustes foram feitos em estúdio até que Harris & cia. estivessem satisfeitos com os resultados, o que causou muito estresse. Não é a toa que foi o álbum que teve o maior número de outtakes.
O teste de Blaze Bayley
Outra fita teste que temos a curiosidade em ouvir é a que Blaze foi submetido. Quais faixas foram realmente executadas, quais ele registrou a sua voz?
Na biografia autorizada, Run to the Hills, Steve Harris relata que ouviu as gravações de Blaze (que ele já admirava deste a tour em conjunta com o Wolfsbane em 1990 – “Eu costumava escutá-lo praticando, aquecendo sua voz antes do show, e dava para dizer que, como cantor, ele era capaz de bem mais do que fazia no Wolfsbane” ) e a de Doogie White para a banda, sendo que Nicko bateu o martelo na hora: “Agora sim! Isso é Iron Maiden, não?”
“Blaze pode não ser tecnicamente tão bom quanto Doogie, mas ele fica em algum lugar entre, digamos, Paul e Bruce”, explica Harris. Levando em conta que a Biografia foi autorizada e escrita na época do Virtual XI, sendo depois reeditada após o lançamento do Dance of Death, não sabemos ate que ponto essas declarações são reais, ou feitas para mostrar a satisfação e apoio ao novo vocalista.
Se Blaze e Doogie fizeram o mesmo teste, então tiveram como base as faixas dos álbuns ‘A Real Live One’ e ‘A Reald Dead One’, entre elas: ‘Be Quick or Be Dead’, From Here to Eternity', 'Can I Play with Madness', 'Iron Maiden', 'The Clairvoyant’.
Brave New World com Blaze Bayley?
Em entrevista conduzida por Kevin Lomax, do siteMaidenFans.com, o guitarrista Adrian Smith, afirmou que quatro faixas escritas por Steve Harris para o álbum "Virtual XI" foram reaproveitadas em "Brave New World":
MaidenFans: "Após 'Virtual XI', Steve disse que quatro canções foram deixadas para trás nas sessões de gravação deste álbum, para que fossem utilizadas no próximo. Quais são elas?"
Smith: "Sim, você está certo. 'Nomad' é uma delas. As outras são 'Dream of Mirrors' e 'The Mercenary', mas não consigo me lembrar da quarta".
Em entrevista ao The Metal Voice, Blaze Bayley falou sobre músicas do Iron Maiden em que trabalhou e não foi creditado. Algumas entraram no álbum Brave New World, lançado pela banda após sua saída e o retorno de Bruce Dickinson. “Em ‘Dream Of Mirrors’, colaborei nas melodias e letras. Fizemos uma demo para ‘Blood Brothers’, estive muito próximo de Steve Harris durante a composição. Também há outras duas que acabaram ficando de fora. Estava convencido de que haveria um terceiro álbum comigo”.
Músicas que Blaze planejava para um terceiro álbum com o Maiden foram parar no Silicon Messiah ("Ghost in the Machine", "The Launch", "Born as Stranger" e "Stare at the Sun").
Blaze gravou recentemente uma versão acústica de ‘Blood Brothers’, em parceria com Thomas Zwijsen.
É possível que essas demos estejam ainda com Steve Harris, mas, assim como as fitas com Paul, dificilmente virão à público.
Além das faixas relacionadas ao Brave New World, uma quinta foi deixada de fora do Virtual XI, mas desta vez completa. Rod Smallwood confirmou a existência de “The Charge of the Light Brigade” - uma clara referência a “The Trooper” (continuação?) – e mencionou que ela foi cortada do LP, porém não explicou o porquê.
“Transylvania” original.
Como se sabe, a canção “Transylvania” sempre foi tocada sem vocais. Mesmo quando Dennis Willcock atuava em palco, é sabido que ele emitia sons grotescos durante sua execução, mas era só. Entre tudo, há rumores de uma fita existente de um ensaio do Iron Maiden, de 1976, com a formação original tocando "Transylvania" com vocais, já que Steve Harris tinha escrito letras para ela.
A canção esquecida do Iron Maiden.
Uma música que chegou a ser tocada pelo grupo em 1977, se chamava “Highway Road In Time”. Há rumores de que sua parte rítmica teria inspirado “Black Bart Blues”, o que foi negado por Bob Sawyer, que tocou a música na época. O que é certo dizer é que ela foi composta por Steve Harris na Smiler. Mas se esse grupo a gravou em demo e preservou a memória dela, é uma história que talvez jamais saibamos...
Winter Tour ’80 – a entrada de Adrian Smith e um estranho trecho de turnê.
A gravação do single de “Women In Uniform” sempre abriu polêmica para uma pergunta: Por que a banda escolheu gravar essa cover e lança-la como single? Ou por que a gravadora quis que o Maiden a gravasse? – talvez fosse mais apropriado. Por mais que a banda tenha torcido o nariz para ela, foi irônico terem produzido dois vídeos para a mesma: um sendo o primeiro clipe com Dennis Stratton e o segundo gravado no Top of the Pops, já com Adrian Smith.
A Winter Tour ’80, além de introduzir o novo guitarrista, serviu também (mais ou menos) como turnê de promoção do single. E, sim, todas as 3 faixas “Women In Uniform”, “Invasion” e “Phantom of the Opera” foram tocadas, sendo que a primeira bem poucas vezes e “Invasion” apenas uma única vez, logo nas primeiras datas. Há rumores de que um bootleg exista desse show. Considerando-se que só é possível ouvir a versão de estúdio de “Invasion” com Clive Burr e nenhuma com Adrian Smith, seria uma pérola encontrar tal gravação.
Os shows secretos no The Oval Rockhouse Club.
O pub The Oval, situado em Norfolk na Inglaterra, abrigou duas vezes o Iron Maiden por ocasião de shows secretos. Em 1992, antes de começar a turnê do "Fear of the Dark", o Maiden se apresentou como The Nodding Donkeys; e em 1998, como The Angels and The Gamblers. Neste último, os músicos apresentaram pela primeira e única vez um repertório de 3 horas, contendo todo o repertório ao vivo do "The X Factor" mais o que seria apresentado na turnê do Virtual XI.
Nenhum bootleg jamais foi ouvido desses concertos, mas é sabido que pelo menos os Nodding Donkeys foram filmados, já que havia uma equipe local responsável por isso. Reparem na câmera profissional, à esquerda da imagem.
Falando em Nodding Donkeys, também há uma canção que saiu no single "Be Quick or Be Dead", chamada “Nodding Donkey Blues”. Acreditem ou não, ela foi originalmente uma canção da Samson, tocada em um dos últimos ensaios com o baterista Thunderstick, na metade de 1981. Quando na faixa entra o solo de piano e Bruce diz “Well, should be some kind of a guitar solo here!” é porque, na versão original, Paul Samson solava na guitarra. Uma fita do ensaio existe, mas a mesma nunca circulou em qualquer meio.
O vídeo editado de Live At The Ruskin.
Quando o Iron Maiden lançou a versão completa do vídeo Live At The Ruskin, no DVD Early Days, houve uma grande comoção dos fãs. Mas há um detalhe que poucos notaram... o vídeo sofre um fade out ao final de “Charlotte the Harlot”, indicando um corte proposital. Rezam algumas fontes secretas que o vídeo completo teria ainda canções como “Drifter”, “Iron Maiden” e “I’ve Got the Fire”, mas nunca houve provas do conteúdo do mesmo.
06. Enquanto apenas três canções não
passaram da faixa dos 7 minutos, que a banda começou a explorar modos
mais sombrios, e a abrandar as coisas, a fim de dar um descanso ao seu
tradicional ritmo galopante. Esta foi uma época onde o “menos” estava
mais em evidência na música e por costume, os britânicos recusaram-se a
não conformidade e à tendência em tocar em seus próprios termos em face
da convencionalidade mais uma vez.
07. Podemos muito bem falar do “The X
Factor” como um todo, mas lembremos de três canções que ficaram de fora
dele. “I Live My Way”, “Justice Of The Peace” e “Judgement Day”. Com o
passar dos anos, elas tornaram-se clássicos atemporais da banda, e
certamente teriam ainda mais fãs se tivessem aparecido diretamente no
álbum, especialmente pelos lindos riffs de guitarra em “Justice Of The
Peace”.
08. “Prodigal Son” e “Remember Tomorrow”,
músicas dos primeiros álbuns do Iron Maiden, eram perfeitos exemplos de
onde a banda veio, em termos de inspiração e influência, enquanto o
resto das canções demonstravam a proposta musical que eles buscavam.
Mesmo sem perder isso de vista, eles nunca buscaram revisitar esse
estilo mais cadenciado de maneira plena. Mas em “The X Factor” podemos
ver muito desses lindos momentos, vide as aberturas de “Look For The
Truth” e “The Aftermath”.
09. “Blood on the World’s Hands” mostra
que o Iron Maiden podia muito bem sair um pouco de seu estilo
tradicional sem favorecer às tendências progressivas da época. Há
bastante melodia, modestos sons sintetizados e um pouco da vibe que
Steve Harris usou em “Mother Russia”, com riffs grosseiros que casaram
perfeitamente com a produção sombria. E por conta disso, a faixa
certamente explora uma plenitude de dinâmicas musicais.
10. Se o Iron Maiden e Bruce Dickinson
tivessem permanecidos juntos durante toda a década de 90, nós teríamos o
mesmo Iron Maiden de hoje em dia? Quando Bruce e Adrian voltaram para a
banda, eles causaram um impacto na história musical tão gigantesco,
daqueles que certamente não teriam acontecido se os fãs tivessem
encarado quatro álbuns críticos com Bruce Dickinson. E se você mesmo
assim não gosta de “The X Factor”, seja bastante grato para com ele,
pelo que ele causou no resumo geral da ópera.
O ano era 1995. O Iron Maiden enfim lançava o "marginalizado" álbum "The
X Factor" que, para muitos fãs, manchou negativamente a discografia da
banda. Ali nós tínhamos um novo Iron maiden em termos de aparência,
estilo e apresentação. Era o primeiro álbum sem o icônico Bruce
Dickinson e o primeiro com Blaze Bayley. Musicalmente, o álbum era
diferente de qualquer coisa que o Iron Maiden tenha feito antes dele.
Desesperadamente em busca de uma direção musical que não comprometesse
seus ideais, o Iron Maiden estava preso em uma época onde os músicos
estavam convincentes a tentarem recuperar os sucessos anteriores,
voltando às suas raízes ("No Prayer For The Dying" e "Fear Of The
Dark"). Sua necessidade inerente de evoluir e demarcar um novo
território desafiadoramente contrastou os esforços e os resultados
saíram um tanto confusos e baratos...será?
Bem, sim, um pouco. Mas não vamos cair na tentação de proclamar "The X
Factor" como um genuíno clássico do Iron Maiden digno de ser mencionado
no mesmo patamar que os sete álbuns dos anos 80, mas há ainda muito para
amar aqui. Justificava-se a má vontade atraída pelo álbum na época de
seu lançamento, mas isso foi quando os fãs do Iron Maiden e seu amado
Heavy Metal estavam ambos em tempos de turbulência. 1995 foi um ano feio
para a velha escola e o futuro estava procurando por coisas mais
sombrias, então é compreensível postular que Bruce Dickinson e Adrian
Smith poderiam ter ajudado a manter este navio encalhado (embora,
felizmente, eles nunca invadiram a costa).
Mas não estamos mais em 1995. Bruce e Adrian estão de volta e o Iron
Maiden está muito bem, percorrendo o mundo em Jumbos personalizados e
equipados, pilotados pelo próprio cantor. Indiscutivelmente, o Iron
Maiden está no auge de sua carreira quase 40 anos depois de lançar seu
álbum de estreia. Então por que a hostilidade para com "The X Factor" ?
Nós podemos te ajudar a superar isso com 10 razões pelas quais "The X
Factor" é melhor do que você imagina!
01. Os fãs estavam rezando para que a nova formação funcionasse. "Sign
Of The Cross", escrita por Steve Harris é a clássica obra prima que abre
o álbum. Tipicamente canções como essa seriam algo perto de serem
chamadas de "poderosas", mas o Iron Maiden precisava deslumbrar logo com
as primeiras impressões.
02. Um dos pontos altos do álbum são as excitantes harmonias de
guitarras. Sim, elas estão muito bem presentes em "The X Factor", claro
sem as devidas comparações dos trabalhos clássicos. "The Unbeliever"
abre com com uma das melhores harmonias, assim como em "Judgement of
Heaven" e "Blood on the World's Hands".
03. Historicamente o Iron Maiden sempre buscou inspiração nas artes.
Seja literatura, filmes e história, nada disso mudou em 1995, pelo menos
em quatro canções. "Sign of the Cross", "Man on the Edge", Lord of the
Flies" e "The Edge of Darkness" possuem suas letrar inspiradas nesses
tipos de obras, onde intelectualmente estimulam os fãs a buscarem
conhecer tais trabalhos.
04. A voz de Bruce Dickinson estava claramente decaindo antes dele
deixar a banda no começo dos anos 90. Os álbuns ao vivo daquela época
são prova disso. Blaze Bayley chegou como o "cara fraco", mas a pobre e
sem alma produção de Steve Harris até combinou com o timbre vocal de
Blaze. O vocalista mandou muito bem nas músicas mais velozes, e usou seu
grave, mas potente alcance para dar um efeito charmoso nas outras
músicas.
05. Janick Gers é praticamente "a prova de balas" ao vivo no que diz
respeito a improvisos, mas ele não ousa levar isso para o estúdio. Desde
que ele se juntou à banda, certamente é um dos compositores mais
talentosos. Seu estilo de tocar contrasta com o de Adrian Smith. E os
anos 90 precisavam justamente de guitarristas com o tal estilo de
Janick. E ele ajudou o Iron Maiden a ter uma sonoridade altamente
relevante em um período horrível para o Heavy Metal em geral.