Garden Hall, Rio de Janeiro,
06/04/02
Dando continuidade à turnê sul-americana, a banda BLAZE veio
ao Rio pela primeira vez. Apesar do pouco público (o evento foi marcado com 10
dias de antecedência), a casa abriu as portas às 21 horas. Às 22 horas os
paulistas do Vers' Over subiram ao palco com seu prog metal e uma hora depois
era a vez do BLAZE entrar.
Abriram o show com “The Launch”, seguida de “Futureal”. É
incrível ver como a performance de Bayley evoluiu! O vocalista agora preenche
todo o palco, correndo, agitando e fazendo a galera cantar com ele. Os
guitarristas John Slater e Steve Wray também não param quietos, batendo cabeça
o tempo todo. O baixista Rob Naylor também tem uma presença muito boa, além de
ter um som de baixo bastante denso.
O show foi tecnicamente excelente, com exceção da guitarra
de Wray, que pifou em duas músicas. O batera Jeff Singer é outro destaque da
banda pois foi extremamente preciso e coeso em suas partes.
Blaze agitava a platéia sem parar, subindo inclusive na
grade que separa o palco do público. Cantou apertando a mão de todos e quase
foi tragado pelos fãs! Blaze se desequilibrou e por pouco não faz um stage dive
involuntário!
Executaram
ainda “Ghost in the Machine”, “Evolution”, “Identity”, “Stare at the Sun”,
“Silicon Messiah”, “The Brave”, além das faixas do Iron Maiden: “Como Estas
Amigo”, “Virus” e “When Two Worlds Collide”. Então Bayley anuncia “Tough
As Steel” do Wolfsbane (sua banda pré-Maiden).
Em seguida, as músicas do novo álbum, “Tenth Dimension”:
“Leap of Faith” e “Kill and Destroy” (um dos pontos altos do show). Após a
despedida, voltam para o bis com “Man on the Edge” (do Maiden) e “Born as a
Stranger”, do primeiro cd do BLAZE.
Um show para poucos privilegiados que deixará os que não
foram arrependidos. Não perca o BLAZE na sua próxima turnê no Brasil, o show
agradou a todos os presentes e com certeza irá agradar a você também.
Dokas Hall, Recife, 18/04/02
É raro presenciarmos em Recife espetáculos dignos de
artistas de primeiro escalão mundial. Não que Blaze não o seja. Sua banda,
apesar de nova, tem a experiência e a competência de um grupo que está há anos
na estrada. O que se assistiu foi um Blaze totalmente diferente dos tempos do
Iron Maiden, com uma excelente movimentação de palco e uma interação perfeita
com o pequeno público que compareceu ao Dokas. Blaze estava em noite inspirada,
e contente com a recepção do público a sua carreira solo.
Paul D´ianno, nas últimas duas apresentações em Recife, em
97 e 2000, teve que ouvir a cada intervalo de uma música para outra o coro que
vai carregar por toda vida: “Maiden, Maiden,Maiden”. O que se ouviu no show da
banda Blaze foi um público que correspondia a tudo que o vocalista pedia, e que
ao final de cada música gritava seu nome em uníssono.
O set foi baseado em seu primeiro cd, “Silicon Messiah” , o
único lançado no país. Foi uma decisão acertada, pois muitos não conhecem ainda
o seu novo cd, Tenth Dimension. Cantou praticamente todas as faixas do primeiro
CD. A abertura ficou por conta de The Launch, seguida por Futureal, que deixou
o público na mão. Seguiram-se Ghost of the Machine, Evolution e Identity.
Apresentou então uma música de sua antiga banda, antes do Iron Maiden, o
Wolfsbane: Tough of Steel. Em seguida, Stare at the Sun e mais uma do Iron
Maiden, Como Estais Amigo, uma música que muitos julgam ser a pior coisa que a
banda já lançou, mas que ao vivo, numa poderosa versão executada com precisão e
originalidade, surpreendeu a muitos, inclusive a mim.
Chega a hora de sermos apresentados às novas faixas de Tenth
Dimension. Tocam dois verdadeiros já clássicos, Leap of Faith e Kill and
Destroy. Foi aí que começou a aparecer mais sua competente banda, uma aula de
puro Heavy Metal, uma cozinha de fazer inveja e uma dupla de guitarras à altura
dos grandes duetos de bandas como Iron Maiden e Judas Priest. Durante os solos,
com competições entre um lado e outro da platéia, era nítida a satisfação de Blaze
ao pedir e ser atendido.
Em seguida, mais uma do primeiro cd, a própria Silicon
Messiah, e uma do Iron Maiden que muitos não esperavam, Virus, que apesar da
introdução bem grande, no estilo das músicas do The X Factor, funcionou muito
bem ao vivo. Tocaram ainda The Brave e novamente outra do Maiden, When Two
Worlds Collide. Foi muito emocionante ouvir o coro de toda a platéia, típica de
shows do Iron Maiden. Finaliza o show com a nova Tenth Dimension.
Aos gritos de “BLAZE,BLAZE,BLAZE” a banda retorna ao palco
para destruir de vez o que restava de fôlego. Ninguém ficou parado aos
primeiros acordes Man On The Edge, com Blaze subindo nas caixas de retorno, com
tal empolgação que por pouco não leva um tombo. Finaliza o set tocando o maior
clássico de sua banda, Born as the Stranger, mais uma vez surpreendendo ao
cantar em cima do PA. Um fecho de ouro para uma noite que ficará na lembrança
de todos que presenciaram essa excelente apresentação.
Que lancem logo outro álbum e venham fazer novamente shows
por aqui, pois eventos como esse dificilmente saem da lembrança.