segunda-feira, 29 de julho de 2013

Blaze Bayley - "Promise and Terror" (2010/Die Hard Records)

por Valmar Oliveira

Finalmente é lançado no Brasil o novo cd do Messiah Blaze e sua banda auto nomeada. Um grande petardo, que se não alcança o poder do disco anterior, o saudado "The Man Who Would Not Die", ou de clássicos como o Silicon Messiah ou Tenth Dimension, é superior ao Blood and Belief, e com faixas que tem tudo para se tornarem novos clássicos, como algumas parece já estar propensas a isso, devido a recepção delas ao vivo, ou nos comentários nos forums da web.
Produzido por Jase Edwards (ex-guitarrista e companheiro de Blaze no Wolfsbane, e que tinha ajudado na produção do disco anterior), o cd novo mantem o peso e o trabalho que se notabilizou no ultimo petardo, so que mais polido.
A parte gráfica também é do artista que fez a do TMWWND, mantendo uma certa coesão artística.
O cd abre com ‘Watching the Night Sky’, faixa que foi divulgada inicialmente e com uma pegada na linha ‘Man on the Edge’, rápida e certeira e com um belo trabalho de guitarras e com Blaze em plena forma. Nota-se nesse cd que ele cantou muitos trechos com tons bem altos. Em seguida, uma das melhores faixas do discos, a speed ‘Madness and Sorrow’, que conta com um solo do produtor Jase Edwards. Impossível ficar impassível nesta musica! Na seqüência, ‘1633’, já mais cadenciada, falando do julgamento de Galileo Galilei pela inquisição. A intro de baixo tem uma pegada típica do Iron Maiden. È uma faixa para se bater cabeça, com certeza e cantar o refrão. Também digna de nota a forma que ele jogou vozes em lados diferentes das caixas para simular Galileo discutindo com a igreja, depois ouvindo as acusações e no final, temendo por sua vida, renegando suas descobertas. ‘God of Speed’ é outra que já pode se considerar uma faixa clássica! Melódica e pesada, tem um refrão maravilhoso e emocionante, contando com um belo cromatismo na guitarra. Um dos destaques do cd, com certeza, ’God of speed’ é dedicada ao neozelandês Burt Munro (1899-1978), que aos 68 anos estabeleceu o recorde de velocidade, ainda vigente, para motos de menos de mil cilindradas quando todos diziam que era velho demais, que estava louco, mas acreditava em si mesmo e tornou possível o impossível’.
‘City of Bones’ é outra que ja é clássica com seu refrão cativante e seu ritmo empolgante. Cadenciada, mas com trechos onde os bumbos ditam a velocidade, e pesada, mas com muita melodia, é uma das que se destacam. Outra faixa rápida, ‘Faceless’, tem uma boa pegada, refrão cativante, com ótima interpretação por parte de Blaze, que se mostra bem a vontade por todo cd. ‘Time to Dare’ vem com mais melodia, e uma pegada mais Power, sem no entanto soar como bandas de Melodic Metal, com excesso de glicose no som. Tem um refrão empolgante, do tipo feito pra cantar a plenos pulmões, com punhos levantados, e um trecho mais pesado e cadenciado, onde Blaze passa muito sentimento, mas nada piegas, e sim algo mais desesperador, e é a faixa que tem na letra o nome do cd.
Então vem quatro faixas que se interligam, contando, segundo palavras do próprio Blaze, "uma obscura viagem emocional, começando com tristeza, depressão e fantasias de suicídio, mas, no final, embora não haja futuro ou esperança, há um caminho para sobreviver". Com certeza tem ligação com tudo que aconteceu com a doença e morte de Debbie, sua esposa que faleceu em 2009 de hemorragia cerebral. O Messiah seguiu em frente, como era vontade de Debbie. E essa jornada de recuperação so foi possível com o apoio dos fans e dos músicos que o acompanham. ‘Surrounded by Sadness’ é uma faixa melancólica que se inicia semi-acustica, mas com um peso após o meio que traduz o sentimento de tristeza que permeia toda faixa e as seguintes. ‘The Traces of Thing That Have No Words’ que já traz um pouco de velocidade ao peso em certas passagens, segue pesada e cadenciada e não menos melancólica que a anterior, e essa melancolia segue na excelente ‘Letting Go of The World’, que preza pelo peso e pela forte interpretação de Blaze e é um dos destaques do cd que se encerra com a soturna ‘Comfortable in Darkness’, que mantém o peso e a cadencia que permeia a quadrilogia.

Mais um grande lançamento de Blaze, que prova que a cada trabalho, que não depende de rótulos de ex-Iron Maiden, e tem lançado trabalhos melhores, mais empolgantes que o de sua ex banda.
publicado originalmente no site Reidjou
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