- ONDE VOCÊ BUSCA ENERGIA PARA TANTOS SHOWS, VIAGENS,
ENTREVISTAS?
- Bem, esse é o meu trabalho, e eu tenho muita sorte por
conseguir fazê-lo. Minha paixão é cantar Heavy Metal! Então meu trabalho é
fazer o que eu gosto, eu tenho muita sorte. Não são muitas pessoas que podem
fazer o que eu faço, então eu me sinto muito sortudo por poder cantar e estar
em turnê. Não há muitos músicos profissionais fazendo heavy metal, então eu sou
muito sortudo.
- VOLTANDO AOS TEMPOS DE IRON MAIDEN... FALE-NOS SOBRE O
DISCO “THE X-FACTOR”, UM GRANDE ÁLBUM...
- Eu acho que o Brasil, a Finlândia, a Suécia e a Noruega,
parecem ser os lugares que mais gostam desse álbum. Algumas pessoas não gostam
do The X-Factor, e dizem que é o pior disco do Iron Maiden, enquanto outras
pessoas acham ele o melhor disco do Iron Maiden. Então, eu não sei, mas eu
botei meu coração, botei minha alma em tudo que fiz neste álbum, eu escrevi
letras e canções, com Steve Harris, Janick Gers, Dave Murray e eu sinto que foi
uma grande e importante fase de minha vida, a do disco The X-Factor. E quando
eu canto essas músicas atualmente, minha voz está diferente. Sinto que 20 anos
depois, minha voz está melhor. Então por isso eu gosto de cantar as músicas do
The X-Factor e do Virtual-XI em meus shows, pois sinto que agora eu as canto
melhor do que quando foram lançadas. Eu sinto que agora posso interpretar as
histórias das canções de uma maneira muito melhor.
- E O SEU DISCO SEGUINTE COM O MAIDEN, “VIRTUAL ELEVEN”, NOS
FALE SOBRE ELE...
- Tem muitas músicas boas nele. Quando gravamos Virtual
Eleven, nós não havíamos feito muitos ensaios e algumas músicas são muito
longas. Mas The Clansman é um clássico, Futureal também é um clássico. Eu faço
minha própria versão de 2 Worlds Colide, que os fãs dizem curtir. Então em cada
turnê eu toco minhas próprias músicas, e faço as minhas versões de músicas do
Virutal XI e do X-Factor, e até agora as pessoas têm gostado.
- VOCÊ TEM CONTATO
COM ALGUM MEMBRO DO IRON MAIDEN?
- Eu continuo em contato com Steve Harris ás vezes. E em meu
último disco, King Of Metal, eu fiquei sem dinheiro e ele me deixou finalizar
meu álbum em seu estúdio.
- SEU PRIMEIRO DISCO PÓS-IRON MAIDEN, O "SILICON
MESSIAH", QUE CAUSOU UM IMPACTO BASTANTE POSITIVO ENTRE OS FÃS. NOS FALE
SOBRE ELE...
- Eu fiz 5 músicas no Silicon Messiah que estavam prontas
para serem trabalhadas junto com steve harris e dave murray, mas eu estava fora
do Iron Maiden, então eu as fiz para mim mesmo... Born As A Stranger, The
Launch e Stare At The Sun estavam sendo trabalhadas para o Iron Maiden. Mas,
para mim é um grande álbum, que está comemorando 15 anos. Então resolvi lançar
Silicon Messiah em vinil duplo, e também em cd de edição especial para
comemorar meu primeiro álbum, porque eu percebo que algumas pessoas me conhecem
apenas pelo Iron Maiden e não conhecem o Silicon Messiah. Então eu realmente
quero dizer: "Olhem, é aqui que eu comecei depois do Iron Maiden!"
- NOS FALE AGORA
SOBRE SEU TRABALHO COM O WOLFSBANE, SUA BANDA ANTES DE ENTRAR PARA O IRON
MAIDEN...
- Nós continuamos juntos, nós voltamos, nós lançamos um
álbum chamado Wolfsbane Save The World, é realmente um bom disco, e você pode
encontrá-lo no site wolfsbanehms.com. Nós faremos mais alguns shows. É uma
loucura, é muita diversão, é difícil nos encontrarmos para fazer shows, porque
todos estão fazendo coisas diferentes o tempo todo. Mas nós realmente curtimos
quando podemos nos encontrar. Nós começamos do nada, e é isso. Nós éramos
apenas quatro jovens, vivendo por conta própria, querendo tocar nossas músicas,
e nós tínhamos muita ambição. Bandas iniciantes são todas iguais, a maioria é
como a gente, quando iniciamos o Wolfsbane.
- O QUE VOCÊ GOSTA DE FAZER ALÉM DA MUSICA, QUAIS SÃO SEUS
HOBBIES?
- Eu gosto de escrever, e muitos fãs me convidam para cantar
como convidado em seus discos. Alguns deles me enviam as músicas, e me levam ao
estúdio, e me pedem para fazer parte do álbum. Fui convidado especial da Doro
Pesch, cantando com uma orquestra na “Classic Diamonds Tour”, cantando Fear Of
The Dark, e foi muito bom! Então agora eu faço um monte de coisas diferentes, e
a minha própria música, então é muito legal fazer um monte de coisas
diferentes.
- NOS FALE AGORA SOBRE SEU ÚLTIMO ÁLBUM DE ESTÚDIO, O
"THE KING OF METAL"...
- Bem, são ótimas letras. Eu fiz uma longa turnê do King Of
Metal. E são musicas realmente importantes. Eu fui numa direção diferente, não
é tão Heavy Metal, é mais Hard Rock, pois naquele momento eu realmente
precisava fazer alguma coisa diferente, e tenho muita sorte pelos fãs terem me
apoiado e muitos deles realmente gostaram.
- BLAZE, COMO FOI O SHOW AO LADO DE UDO DIRKSCHNEIDER,
RIPPER OWENS E MICHAEL VESCERA, NO PROJETO METAL SINGERS?
- Foi muita diversão,
muita diversão... Apenas loucuras, sem estresse, sem pressão, e estar no palco
juntos foi realmente muito divertido. E devemos fazer isso novamente, porque
foi realmente muito legal, com ótimo retorno do público. Depois do show a gente
tomou alguns drinques, nos divertimos, foi algo fora do comum.
- O QUE VOCÊ MAIS GOSTA AQUI NO BRASIL?
- Bem, eu gosto da cerveja gelada, gosto do churrasco. Em
muitos lugares que eu vou no Brasil, a comida é simples, mas as pessoas prezam
bastante pela qualidade, então isso é muito bom! Eu gosto de arroz, de feijão,
frango a passarinho, bolinhos de bacalhau, coxinha de frango... Tudo isso são
coisas daqui que eu gosto. Eu gosto de vir aqui, mas o problema é que o Brasil
é muito grande! Às vezes temos de viajar e ficar por 15 horas numa van para ir
até o próximo show. O Brasil é muito grande! Então, se o Brasil fosse menor
seria formidável!
- O QUE VOCÊ NÃO GOSTA NO MEIO MUSICAL?
Bem, eu sou independente, eu não tenho um contrato de
gravação. As pessoas que me dão suporte são meus fãs. Eu tenho minha própria
gravadora, junto com minha esposa. Ela cuida dos negócios e eu me preocupo em
cantar, escrever e gravar. E a única razão de eu poder vir ao Brasil é pq meus
fãs aqui compram os ingressos para os shows e compram meus CDs. É isto! Não tem
empresários. É apenas eu e os fãs! Por muitos anos eu fazia parte de uma
gravadora, e eles me tratavam mal, me tratavam como um tolo, como um estúpido,
e eles queriam me dizer o que eu devia fazer. E agora eu sou completamente
independente, totalmente livre, e eu faço a música que eu quero. E agora eu
faço mais shows, em um monte de lugares menores. Então eu posso conhecer meus
fãs, bater fotos com eles. É muito melhor para mim!
- QUAIS SEUS PRÓXIMOS PASSOS, PLANOS PARA O FUTURO, NOVO
DISCO?
- Eu agora estou escrevendo letras para o novo álbum, para
2016. E eu tenho algumas idéias de músicas, e deverá ser como o Silicon Messiah
e Tenth Dimension, mas com um novo conceito. Então eu estou trabalhando em uma
história, estou falando com diferentes músicos, e o álbum deve ser lançado em
março de 2016, com um bom vídeo clipe. E até agora está muito bem. Então ele
segue a linha do Tenth Dimension. Eu quero fazer um álbum conceitual
interessante, sobre ir ao espaço, descobrir novos planetas e sobre a conexão
psico-telepática entre seres humanos, que eu acredito que exista. É sobre isso
que será o novo álbum. E após esses shows no Brasil eu irei para os Estados
Unidos, e após os shows nos EUA eu irei tirar um tempo para começar a escrever.
Então terei uma tour europeia, e somente depois dela poderei me dedicar em
tempo integral ao novo disco. Até agora eu acho que está tudo bem, e eu espero
que meus fãs gostem.
- BLAZE BAYLEY, MUITO OBRIGADO PELA ENTREVISTA E SEJA SEMPRE
BEM-VINDO AO ROCK MANIA!
- Muito, muito obrigado ao Rock Mania!!
Entrevista com Blaze Bayley realizada em 12/02/15 para o site RockMania. Fotos: Maele Finger