quarta-feira, 27 de abril de 2016

Da obscuridade para o Iron Maiden (e de volta a ela).




Por Paul Ellyot para o Teamrock.com

Em uma fria noite de Março, Blaze está em Cardiff para um show no Fuel Bar & Music Room. O lugar é como se fosse um santuário para o ex cantor do Iron Maiden. Logo na entrada, um enorme mural com o mascote Eddie. O bar é patrocinado pela cerveja Trooper. E em uma parede, uma foto de um visitante famoso do bar: Atrás do balcão, perto de um barril de Trooper, Bruce Dickinson, o cara que Bayley substituiu no Iron Maiden por cinco anos nos 90's.

A mais de 11.000km dali, na América do Sul, o Iron Maiden está no começo da The Book of Souls World Tour, com Dickinson servindo tanto como vocalista como piloto da banda no Boeing 747-400 "Ed Force One" totalmente customizado. Na Argentina, a banda tocou para um público de 50.000 pessoas em um estádio de futebol em Buenos Aires. Outros shows são em arenas de capacidade de 10.000 pessoas - do tipo que Bayley se lembra de tocar em seus tempos de banda.

Em Cardiff, 50 fãs pagaram £10 para ver Blaze Bayley. Na atual turnê, para divulgar seu novo álbum "Infinite Entanglement", há grandes shows por vir, em festivais na Europa e na América do Sul. Mas no Reino Unido, todos os shows são em pequenos clubes.



No Fuel, a maioria das atrações é composta de bandas tributo com nomes engraçados: Faith no More or Less, Quitesnake e a banda local Children of the Gravy (Black Sabbath). Mas há em comum com Blaze outros nomes bem conhecidos aparecendo por aqui, como a lenda do punk rock Richie Ramone e o ex vocalista do White Lion, Mike Tramp.

Para Bayley, agora com 52 anos de idade, as realidades nesse estágio de sua carreira são simplesmente determinadas. "Eu sou um artista do meio underground. Eu não estou em tanta evidência, mas ainda estou por ai."

O show que ele entrega no Fuel, seguido por uma banda agora composta por três músicos, inclui material de toda a sua carreira. Há canções que ele compôs no Iron Maiden, de sua carreira solo pós Iron Maiden e há uma daquela banda que o tornou famoso pela primeira vez...o Wolfsbane.

Há uma seriedade fatal na maneira que ele mostra o material de seu novo trabalho...um conceito de ficção científica que forma a primeira parte de uma trilogia. Mas o cara não perdeu o senso de humor que era sua marca registrada no Wolfsbane. Isso fica evidente quando ele apresenta a música "Kill and Destroy", do álbum de 2002, "Tenth Dimension". "Vamos lá!" ele diz: "Se há um lugar onde gostaríamos de matar e destruir numa noite de quarta feira...é em Cardiff!"


O que é também evidente, depois do show, é a atenção que Bayley tem pelas pessoas que vieram vê-lo. Ele passa a maior parte do tempo conversando com os fãs - a maioria deles usando camisas do Iron Maiden. Somente quando o último CD é autografado e a última selfie é tirada é que ele tem tempo de conversar com a Classic Rock.

"Eu devo minha vida a essas pessoas", ele diz. "E não há um dia sequer que não me sinta incrivelmente sortudo e privilegiado de ser um cantor profissional...cantar minhas próprias canções."

Então eu e Blaze damos uma volta no tempo. Era 1987 onde eu primeiro me encontrei com o Wolfsbane. O show foi no lendário Marquee Club, em Londres. O que eu vi naquela noite foi a melhor banda independente da Inglaterra. Quatro arruaceiros mal vestidos , vindos de Tamworth. Blaze era um covalista com um enorme carisma. Ele foi também um ótimo entrevistado. A primeira matéria que diz na Sounds sobre o Wolfsbane começava com uma nota bem engraçada sobre ele: "Eu me vejo como um clássico punheteiro".


Continua...


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